Sinto falta de minha casa. De minha mãe cozinhando panquecas para o café dá manhã. De meu pai saindo cedo para trabalhar. De Josh o irmão mais velho, dormir até meio dia por que pelo que ele dizia, ele ficava estudando a noite inteira, mas provavelmente ele saia para ir a festas. E Mathias o irmão do meio, sendo educado e pegajoso comigo.
  Sinto falta, até de ir ao hospital fazer a quimioterapia e vomitar todo o café dá manhã e a janta do dia anterior. Mas um dia, eu vou reencontra-los. Eu espero.

  Hoje vou passear com Arthur. Ele disse que tem algo a me mostrar, e que isso deve ser mantido em segredo.
  Espero por ele na praça que á perto dá mansão de Miranda, e então o vejo. Quero dizer em minha defesa, que não estou apaixonada por ele ok? Mas ele estava muito lindo, apesar de sempre vestir as mesmas roupas.
  O jeito que ele veio caminhando até mim com aquele sorriso encantador, faz eu me recordar dos livros sobre romances clichês que eu lia no hospital. Eu amava ler, e se aqui isso for possível, passarei todos os dias trancafiada em minha "casa" lendo.

Não sei se já lhes contei, mas eu queria ser Prefeita de minha cidade ou então algum dia, me tornar presidente. Eu queria mudar o mundo, retirar e colocar novas leis, fazer dá Educação um privilégio para todos. Arranjar uma cura, para a Leucemia.

  Quando Arthur chegou, sentou-se ao meu lado e apenas sorriu.

-Oi. -eu disse com um sorriso largo no rosto.

-Oi. Está pronta?

  Apenas assenti e fomos a caminho dá floresta proibida. Porque estávamos lá? Não sei dizer. Talvez Arthur seja um dos tais anjos negros e queira me matar, ou então, me mostrar algo que deve ser explorado.

-Sei que deve estar se perguntando o porquê de estarmos aqui. Mas é que quero te mostrar um lugar que encontrei, enquanto caminhava por aí. -disse Arthur.

  Somente sorri e continuei a caminhar. Depois de muito tempo, a passar por uma trilha dentro dá floresta, chegamos a uma casa. Ela era linda, e não parecia nada velha.

-Essa casa é linda! -digo

-Muito. Já que você é uma menina muito interessada em mistério, resolvi te trazer aqui! -sorri Arthur.

  O que tinha lá dentro? Arthur não sabia. Ele nunca entrou na casa, apenas a observava através das janelas.
   Adentrei a casa, e nela havia uma linda sala de estar, e aos fundos uma porta que estava trancada. Arthur tentou arrombar, mas não conseguiu. Após alguns minutos lá dentro, pudemos ouvir passos de alguém chegando na casa. Nos separamos e nos escondemos em lugares diversificados.

  A porta foi aberta, e mais passos foram sendo ouvidos.

Em busca dos anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora