Em busca dos anjos

21

 Ana on;

 Onde foi que Miranda se meteu? Espero que ela não tenha fugido. Vejo Antônio vindo em minha direção.

-Oi, você viu Miranda por ai?

-Infelizmente sim. A mesma fugiu, tentei segurá-la mas não adiantou.

-Para onde ela foi?

-Existe mais de uma cidade dos anjos. Ela disse que iria ir atrás da que mais a agradasse. 

-Por que não a impediu?

-Já lhe disse minha cara, tentei, mas foi inevitável.

-Então porque não a matou?

-Porque eu a amo. E deve ser muito doloroso matar alguém que você ama.

  Antônio on;

   Depois de mentir a Ana sobre amar aquela hipócrita da Miranda, saio de lá e resolvo ver como Miranda está. 

  Chego em casa e o cheiro forte do sangue que Miranda perdeu, infeta o local. Por que sangue fede tanto? Agora terei que limpar isso, antes que alguém resolva aparecer.

   Miranda continua inquieta, tentando se livrar das correntes que a prendem. Entro no quarto onde a mesma está, carregando um prato com comida.

Miranda on;

 Vejo Antonio aparecer no quarto com um prato de comida.

-Ola Miranda, como está?

-O que você acha?

-Eu trouxe isso para você, porque não posso te deixar morrer. Mas para comer, terá que me responder uma coisa.

-O que?

-Qual o ponto fraco de Ana?

-Não sei.

-Como não sabe? Ela é sua sobrinha.

-Eu mal a conheço e você sabe disso, então infelizmente não posso te ajudar. 

-AH VOCÊ NÃO PRESTA PRA NADA MESMO NÉ? 

-Você que me trouxe aqui. E outra, você acha que eu ja não teria matado Ana se soubesse sua fraqueza?

-Não quero saber! Irá ficar sem comida. 

-Tudo bem, assim eu morro de uma vez. 

 E então ele me bateu. Já senti tanta dor neste tempo, que nem senti o tapa dele. Meu sangue finalmente parou de escorrer, mas ainda não tenho forças suficientes para sair daqui. Depois que Antonio saiu, fiquei analisando os cantos do quarto e vi, em um deles, enxerguei uma alicate. O problema é o que fazer para pegá-la.