Hoje é o dia que iremos pôr nosso plano em dia. 

     Assim que chego na casa de Miranda, toco a campainha e espero os guardas virem e abrirem a porta para mim. Adentro a mesma, e vou logo até a cozinha onde ela se encontra. Me sento ao seu lado e começo a falar.

-Me assaltaram!

  Sinto ela engolir a seco e depois se virar para mim com um sorriso cínico no rosto.

-Como assim querida! Não temos assaltos na cidade a muitos anos.

-Mas aconteceu. Roubaram um papel muito importante sabia? Eu estava buscando pistas para encontrar Lily. Eu iria investigar aquela floresta, pois nunca se sabe né.

-Ninguém pisa naquela floresta a anos minha querida. Ela não se esconderia lá, a conheço muito bem.

-E onde você acha que ela pode estar escondida??

-Olha, não sei, já procurei por todos os cantos.

    Que mentirosa! Ela só saiu uma vez de casa para procurar por Lily e diz que já olhou por tudo. Que mentira. Mas concentre-se Ana, você precisa focar no plano.

-posso ir ao banheiro?

-Fique a vontade querida.

       Saio da cozinha indo até o corredor. Mamãe ficaria tão desapontada comigo. Mas é uma coisa que precisa ser feita. Ela sempre me dizia para não fazer coisas ruins aos outros, mesmo se eles fizessem comigo. Ela não gostava da palavra vingança mas acho que um dia ela entenderá. Vou ao banheiro e jogo uma água no rosto, logo depois, saio indo em direção ao quarto. 

    Entro no mesmo indo até a janela e fazendo sinal para Arthur que esperava atento. Começo a abrir as gavetas e portas que ali haviam até ver uma caixa de sapato. A pego e assim que abro vejo muitas cartas escritas e assinadas por Miranda  e....uma delas, falava de mamãe.

   "Não acredito que minha irmã virou uma filha perfeita, enquanto eu estou grávida aos dezesseis. Eles não podem saber de meu filho, e eu não queria ser má mas preciso abandoná-la assim que ela nascer. Porque estou escrevendo sobre isso em cartas? Porque minha querida irmã jogou meu diário fora. Todos acham que eu sou má, mas a verdade é que eu tenho ciúmes de minha irmã. Ela é a filha perfeita. Notas boas, bonita, namora um cara seriamente com a aprovação de todos da família. Além de gostar de tudo que meus pais curtem. As vezes penso que não pertenço a esta família." 

   Fico chocada com o que acabo de ler. Procuro mais algumas coisas, até ver outra carta que me chamou muito a atenção.

"Abandonei. Ela era linda e de pura saúde, mas meus pais também queriam que eu doasse a criança. Que monstros! Eu não sou filha deles. Eu fui adotada. Meu pai morreu quando eu ainda estava na barriga de minha mãe e minha mãe não resistiu ao parto e faleceu. Talvez tudo teria sido diferente, se eles estivessem vivos. Eu poderia ter sido amada. Ter sido feliz."

   É nesse momento que me arrependo de ter vindo aqui. Ela não é nada comparada ao que mamãe sempre descreveu. Ela só queria uma família que a amasse. Saio do quarto e vou para casa, me pondo a chorar. 

   Lembro de quando passei por algo parecido. Apesar de ser a mais nova da família, havia momentos em que eu me sentia triste e achava que eu não pertencia a esta família. E mais uma vez, todos aquele sentimentos e emoções estavam voltando.

Em busca dos anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora