06h48
— Acorda, sun, acorda, bicho preguiça. - uma voz invadia meu sonho e quando reconheci, já estava meio tonta de frente aos dentes grandes e brilhantes do Leury. Eu sentei na cama e o abracei tão forte que ele chegou a soltar um pequeno gemido, o que fez a gente sorrir.
— Que saudade, narizinho. - disse.
— Apenas 1 dia, sua idiota, mas confesso que também ja estava com saudades. - ele disse dando um tapinha na minha testa.
Dei um sorriso de resposta no instante em que minha barriga roncou tão alto, que Leury começou a gargalhar.
— Eu trouxe coxinhas e o seu almoço, mendiga.
— Quando eu digo que você é o melhor, é porque é o melhor mesmo. - disse em sorriso largo, feliz por ter o Leury ali comigo. Seguimos para a cozinha depois de eu ir fazer minhas higienes no banheiro. Conversamos sobre o Zen que agora se tornou o seu novo namorado. Ele me contou sobre o dia e a noite passada que não estávamos juntos. Até que a conversa mudou totalmente seu rumo, e eu ja estava perdida em minhas palavras.
— Repete o que você falou, Leury. - disse, ja ficando meio trêmula.
— Disse que eu e o Zen já tivemos nossa primeira discussão por causa do seu colega de quarto, que ontem quando estávamos juntos, chegou feito um babaca falando de um quase acidente que ia acontecendo quando ele estava na sua hilux, e fez algumas brincadeiras sobre eu e o Zen estarmos juntos.Babaca.
Quase acidente.Meus pensamentos estavam muito ativos, muita coisa processando na minha mente, o que me fez parar e sair do meu eu por alguns minutos. Eu queria dizer ao Leury que a garota que quase fora atropelada foi eu. E foi eu quem também dormiu pensando no mesmo babaca que ele estava com raiva. E que agora eu estava perdida porque nao sei o que esta acontecendo comigo e nem sei o porquê isso está mexendo tanto comigo, só sei que algo me travou. E soltei apenas um "hum" como resposta, o que fez o Leury esmurecer nas suas historias. Queria pedi-lo perdão, mas eu estava muito confusa com todo ocorrido. Ficamos estranhos um com o outro, reduzimos as conversas, e ficamos em silêncio. Ele se levantou e deu um beijo na minha testa, e saiu pela porta com certeza chateado com o modo que eu agi e não dei explicações a respeito da minha mudança de humor.
19h47
Ainda tensa com o ocorrido pela manhã, estava jogada no chão tendo mais uma das minhas crises, e agora minha crise tinha alguém e isso me fez chorar como nunca havia chorado. Porque por mais que eu não queira, dói. Não conhecer uma pessoa e sofrer por ela dói tanto como achar que conhece certo alguém, e esse alguém mostrar ser completamente diferente. Não consigo entender o porquê um alguem que apareceu na minha vida e aos meus olhos apenas uma vez ja está me fazendo chorar, do tipo de dor que o coração aperta e sente-se uma dor ali que não é psicológica. E o pior é chorar por um motivo e lembrar de outros ainda mais quando se machuca quem mais está com você.*celular tocando*
Me estiquei pra pegar o celular no sofá do qual não estava acostumada a utilizar, e nunca nem gostei de tê-lo ganhado porém sempre é o Leury, e eu queria contato. Era ele. Atendi com um "oi" meio rouco tentando disfarçar o choro.
— Vem na lanchonete o mais rápido que puder. Tente não vim com uma das minhas camisas. Te amo. Era só isso.Ele desligou.
Ele pareceu feliz, e isso sempre me faz bem. Como de costume, ele me liga as noites me pedindo para eu ir na lanchonete, e como é em frente a praia, próximo aqui, eu sempre vou. Ainda mais que não vejo a Steph, nem o Lan há quase 2 dias e queria vê-los. Fui ao banheiro, após o banho lavei o rosto, enxuguei minhas lágrimas e mesmo odiando o espelho, encarei-o pela primeira vez dizendo a mim mesma em pensamentos que não posso chorar, não próxima ao Leury. Abri o closet, lembrando que o Leury pediu para eu não vestir suas camisas sendo que ele sabe muito bem que eu só me sinto bem com elas, mas como não queria que ele brigasse comigo, coloquei uma regata branca, um short azul detonado folgado, e meu tênis também branco. Não arrumei meu cabelo que ainda estava molhado e não uso maquiagem. Me sentindo completamente estranha por estar usando uma blusa que mostra meus ombros. Antes de sair pela porta, muitas vezes voltando até o quarto para trocar a camisa. Mas é pelo Lê, e isso me deu motivação para sair.Quando desci a escadaria. Um arrepio tomou conta de mim, e foi uma sensação horrível. Atravessando a rua, me veio na lembrança o babaca, e no mesmo instante que soltei um pequeno sorriso, meus olhos encheram-se de lágrimas.
Calma Sunny. Você vai ver seu melhor amigo, e você não quer que ele te veja chorando. - meu consciente me lembrou e eu segui o caminho.
20h29
A noite estava muito fria, e eu ja estava me arrependendo de estar com essa roupa lixo.
A lanchonete estava lotada me causando certo sufoco. Pensei em voltar pra casa, mas tinha que ficar. Dei uma volta pelas ultimas cadeiras, e entrei direto para o local onde o Leury faz suas ordens.— Nossa que linda, nem parece aquela esquisitona de manhã. - Leury gritou.
— Nem começa, fala logo o porque dessa felicidade. - disse querendo parecer ignorante mesmo falhando completamente.
— Cala a boca, sua nada ignorante. O Zen está logo ali e eu quero lhe apresentar a ele. - ele disse apontando pra uma mesa que minha miopia não conseguiu enxergar.
— Opa, claro. - disse, dando de ombros como se eu tivesse enxergado quem ele me amostrara.Ele saiu na minha frente, e eu fui atrás. Estava olhando sempre ao chão porque não costumo olhar no rosto das outras pessoas, seguindo apenas os passos dele, até quando ele parou.
— Este é o Zenter e pode ser Zen, e esta é a Sunny que também é a Sun. - Falou Lê apresentando Zen para mim, e vice-versa.
— Oi linda, prazer. - disse o Zen com um sorriso enorme no rosto, vestido com uma camisa rosa que com certeza foi o Leury que pediu.
Quando eu fui respondendo-o, uma voz atrás de mim surgiu antes que eu pudesse abrir a boca.
— E eu sou o Moonder, mas também sou o Moon. - soou como deboche.Aquela voz eu já conhecia, e isso me provocou uma guerra. Virei para o ver.
Quando o vi, foi como se o tempo tivesse parado, como se eu tivesse em outro lugar, como se não existisse mais ninguém no mundo.
Paralisei.
Porque era ele.
E ele sorriu.
Sim, ele sorriu.
E foi a curva mais linda que eu vi. Me senti em outro mundo. Era como se ali fosse o meu mundo. O mundo que eu nunca havia encontrado ali escondido em um sorriso de outro céu.Quando é pra ser, vai ser. Independente de toda dificuldade e todo choro derramado.
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Oi, espero que estejam gostando. Este é o meu primeiro livro publicado aqui então todas as críticas serão bem-vindas, esse livro está aqui graças a @RayanneSiilva7 que é a melhor pessoa que eu já conheci e que me incentiva muito muito, e eu amo bastante ❤❤
Se gostar, não esqueça do voto, ele é muito importante para que eu siga com a historia a diante. Vocês são incríveis por lerem até aqui, e eu ja guardo cada um no meu coração ❤
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WE ARE ONE
Roman d'amourEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...