— Grávida? - Tenho certeza que meu rosto não está mais com a feição de minutos atrás, no mínimo estaria bem pálida, não consigo imaginar o Moonder sendo pai e não ele não pode ser pai. Caramba. Meu coração estava muito acelerado. Isso mexe comigo mais do que eu imaginei.
— Quer entender? - Nao sabia se ela debochava ou se falava sério. Kile é bem estranha. Não há como ama-la e nem como odia-la. Apenas confirmei com a cabeça. - São 7 meses de namoro com o Moonder e 2 meses que voltei a ficar com meu ex, pode ficar tranquila que o filho não é do Moonder. Só isso. - Ela disse em uma tranquilidade que sinceramente me surpreendeu. Como ela pode ser tão ridícula a esse nível? O Moonder era e é o verdadeiro traído?
Puta merda.
Então, eu nunca tive culpa de nada, ela mereceu tudo isso, quem não mereceu absolutamente nada foi o Moonder. Olhei pra ela revirando os olhos.
— Você me dá nojo, sai daqui. - foi tudo o que eu disse, se ela abrisse a boca mais uma vez, eu voava para bater no rosto dela. Ela apenas sorriu, quando chegou em direção a porta me a mostrou seu dedo médio e caiu fora e bateu a porta brutalmente. Dei um soco na parede só de ódio e repeti várias vezes pra mim mesma: Burra. Burra. Burra.— Por que mudou de idéia? Por que teu humor mudou? - Leury parecia realmente assustado.
— Chega de perguntas, me leva para ver o Moonder. - Ele sorriu e eu também, mas diferente dele, eu sorria de nervoso. Não consigo imaginar quantos humores o Moon me provoca.
Entramos no seu carro, eu não conseguia entender também minha mudança de humor mas já me sentia mais decidida e menos culpada. As ruas estavam bem desertas, o vento gelado me fazia tremer mesmo usando um moletom quentinho. Estava um pouco nervosa porque iria vê-lo, e lembrando do noticiário, peço para Deus para que o seu estado de saúde não esteja tão ruim e grave assim. Tomara que dessa vez o clichê aconteça comigo e tudo fique realmente bem. Paramos em um posto de gasolina para abastecer o carro. O homem que era o frentista não parava de encarar os meus seios, foi aí que eu percebi como eles estavam a mostra. Olhei feio pra ele e ele virou o rosto. Me analisei, e sim. Não sei que horas vesti essa roupa decotada e nem como sair de casa com isso. O Lê pagou e quando foi ligando o caso percebeu minha inquietação.
— O que foi, hein? Já está pensando em desistir?
— Olha minha roupa.
— O que tem? Está bem melhor assim, até parece uma mocinha.
— Idiota.Se estivesse ruim, o Leury diria, porque é muito sincero, e ele tem mais experiências com essas coisas e com meninos também. Mas eu me acho completamente esquisita por essas sardas além de preencherem meu rosto, preencherem meu corpo quase todo. Odeio os ossinhos da clavícula que ficam a mostra também. Mas não, não é hora de pensar assim. Tentei me distrair para que os pensamentos negativos fossem embora.
— O médico já está vindo. - Disse a recepcionista do hospital que parecia um pouco ocupada, e parecia ser estagiária porque estava um pouco atrapalhada, algumas folhas caíram e eu lhe ajudei a juntar. - Obrigada - ela disse seguido por um sorriso de satisfação, e eu a retribui. O médico chegou e me assustei com a tonalidade dos seus olhos grandes e verdes.
— Família do Sr. Silver? - ele perguntou para que eu me identificasse junto com o Leury. Eu me apromixei perto dele mesmo sabendo que eu não era "família", Leury permaneceu sentado e uma mulher com rosto de uns 26 anos se aproximou também, ela me olhou estranho certeza querendo saber quem eu era. Ignorei-a. - Depois de algumas horas, ele acordou e sim, já está fora de perigo porém ele vai ficar internado em observação por uns dias. Ele quebrou a perna esquerda e está com arranhões em quase todo o corpo. As visitas também já estão liberadas. - Tudo que ele falou me deixou em alívio. Eu e a mulher falamos juntas:
— Graças a Deus. - Sorrimos pela conexão. Fui até o Leury e lhe disse o que o doutor falou e segui para o corredor para ir para onde ele estava. Minhas mãos suavam. Uma mão pesou no meu ombro, virei.
— Você é o que para o meu irmão? - A mulher que havia falado junto comigo perto ao médico me perguntou. Fiquei sem saber o que lhe responder, porque até onde eu saiba somos apenas conhecidos, e mal conhecidos.
— Amiga. - Foi o que eu disse esperando que a conversa terminasse. Ela deu de ombros.
— Pensei que veria a Kile aqui e não você, que nunca nem vi. - Escutar o nome dessa vadia me fez engulhar. Respirei fundo.
— Eu também. - Disse pretendendo andar mais rápido e ignora-la, não vim conhecer ela, vim olhar o Moon e nao queria perder meu tempo me irritando.
Ela só disse "hum" e continou andando atrás de mim. Reduzi a velocidade dos meus passos para deixar ela passar na minha frente alias ela é família. Ela parou em frente de onde ele estava e abriu a porta bem devagar. Fiquei do lado de fora, pois só entraria quando ela saísse.Passaram-se uns 20 minutos e já estava cansada de ficar esperando. Ela finalmente saiu, e antes de me olhar da cabeça aos pés, ela soltou um suspiro. Eu revirei os olhos, já sabia que com ela não me daria bem. Bati na porta, e escutei baixinho "entra". Abri a porta devagar, e vi sua perna engessada, analisando todos os seus arranhões. Ele estava com a cabeça virada para outro lado.
— É a Kile? - Ele perguntou. Fui tomada por uma decepção, meus olhos se encheram de lágrimas. O que eu estava fazendo aqui? Não o respondi, apenas fui para sua frente para que o mesmo me olhasse. — Desculpa. - Ele disse seguindo de um sorriso lindo. — Que bom que está aqui. - Será mesmo que é bom estar aqui? Apenas sorri, não sabia o que dizer a ele, só queria ficar em silêncio e observar o tanto ele é lindo. Sentei em uma cadeira que ficava ao seu lado. E fiz uma pergunta tão besta apenas para não permanecer em silêncio:
— Como voce está?
— Surpreso. - Eu não me referia a isso. Meu rosto ficou vermelho, abaixei a cabeça evitando o ver. Ele fez um esforçinho para puxar o braço, estiquei o meu para ajuda-lo. Quando ele encostou sua mão na minha e assim deixou. Ele sorriu e a apertou.
Corei.Sua mão colada na minha, numa conexão sem explicação.

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WE ARE ONE
RomanceEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...