Foi uma péssima idéia ter o chamado, não sei o que se passou na minha cabeça. Aconteceram tantas coisas hoje que sozinha me faria sofrer mais, eu precisava apenas de um abraço e de uma companhia e o Moon nunca fez parecer que me negaria isso. Eu só não queria ter que explicar e é só isso que o Moon queria e isso me incomodava bastante.
Eu não consigo engolir que por uma brincadeira, o Pierry conseguiu me desconhecer e me ter feito tão mal. Eu não conheci ele agressivo assim nem sob efeito de drogas.
— Me conta o que foi, anjo. - Ele acariciava o meu rosto e eu não conseguia abrir a boca para ter que explicar que recebi um tapa na cara por não ter ficado calada quando Pierry pediu.
— Foi um desentendimento. - Falei com vergonha, mesmo com o Moon e seus carinhos no meu rosto, doía bastante, não só o arranhado do rosto e sim meu emocional, estava tudo afetado, era como se a única parte de mim que sobrevivia era minha alma. — Estávamos nos divertindo com aqueles joguinhos para quem perder tomar um gole da vodka, e teve uma hora que ele nao engoliu e eu disse alto que ele não engoliu, ele mandou eu ficar calada. - Falava rápido para as palavras não saírem tão doídas por mim.
— E..? - Ele pedia para que eu prosseguisse e eu já estava com todo o choro preso na garganta.
— E.. eu comecei a ter gargalhadas e ele se irritou e fez menção de me dar um tapa e encostou. Pareceu um pouco proposital. O anel deve arranhou meu rosto e ele começou a rir de mim.
— Merda. Minha cisma nunca foi em vão. - Ele bateu firme com as costas contra parede. Eu fiquei com medo do que se passava em seus pensamentos, pelo pouco que o conheço sei que ele tem um temperamento muito alto. Fui colocando as mãos em cima da sua e ele afastou. Olhei para ele indignada e levantei do chão, me sentei na cama e deixei ele no mesmo lugar.Ele se levantou devagar até que sentou ao meu lado mais uma vez.
— Quer para eu ir embora?
— Porque você acha que eu te chamei? - Ele respirou fundo inquieto e passou a mão no cabelo que caía sobre seus olhos. Foi aí que vi o machucado da sua mão.
— O que foi isso?
— Que? - tentei mais uma vez tocar na sua mão, uma tentativa em vão, ele a afastou de mim mais uma vez. Tentei não perder a cabeça, continuei o encarando exigindo por uma resposta. — Deixei cair uma barra de ferro pequena mais cedo na academia. - Agora estava explicado o porquê dos seus braços fortes.
— Tomou algum medicamento?
— E eu lá me importo com as feridas? - Não sabia o que o responder. Não me trouxe apenas um sentido isso que ele me falou.Ele colocou a perna em cima das minhas e permanecemos assim em silêncio. Dessa vez ele quem segurou minhas mãos e as apertou. Me fez sentir protegida.
Moon é do tipo que me traz paz mesmo me provocando várias guerras.
Não sei que horas cai no sono, é só o Moon me trazer carinhos e me fazer cafuné. É incrível como ele consegue me fazer acordar e me fazer colocar logo um sorriso no rosto.
— Vou jogar isso no lixo. - Eu ouvi isso em seguida de uma batida de portas. Levantei meio tonta me segurando na parede sempre que ameaçava em cair até que cheguei na cozinha e encontrei o Moon sem camisa e foi aí que eu me percebi. Era eu quem estava com ela. Mas se eu não lembro de ter colocado, então foi ele? Ele me viu apenas de sutiã? Meu rosto corou com essa idéia.Deixei ir embora esses meus pensamentos. Quando prestei atenção, o Moonder estava com um buquê de flores amassado na mão.
— Isso é para mim? - Fui me aproximando dele.
— Nem pense. Você não vai ler cartão idiota daquele babaca. - Bufei. Ele não tem direito de mexer nas minhas coisas.
— Mas é meu. Você não manda nas minhas coisas.
— Você não sabe escolher nada, é por isso que teve que receber um buquê como um pedido de desculpas. Não soube escolher nem as amizades. E é por isso que está escolhendo ler isso. - Ele jogou as flores amassadas em cima de mim. Eu já não consigo me surpreender com essas coisas dele. Ele andou em direção a porta de costas para mim.
— É por isso que eu escolhi você para me apaixonar. Merda. - Retruquei com tanta raiva que eu consegui descrever em palavras um sentimento que eu mesma nao aceitava dentro de mim. Ele virou e o sangue que eu via em seus olhos a poucos minutos antes não estava mais. Ele veio em minha direção.
— Ninguém gosta de mim. Exclua esse sentimento de você. - Ele ainda falava alto mas soava tão doído que parecia que há algum momento ele fosse derramar em lágrimas.
— Eu gosto de você, Moonder. - Nossas palavras se enrolaram, ele deu uma pequena corrida e me encontrou em um abraço. Ele me colocou contra a parede, me prendeu em seus olhos e me lembrou do porque os outros beijos perderam a graça.Tudo até aqui foi um ponto de interrogação, tudo confuso e ele conseguia me deixar mais confusa ainda.
Quando falei com ele pela primeira vez não fazia ideia de que tudo isso aconteceria. Mas eu consigo me sentir mais viva com tudo isso.
Ele me pressionou na parede com um beijo. Suspirou um pouco lentamente até que o nosso beijo terminou em um abraço forte. Um abraço de almas, eu senti ali que precisava dele e ele mostrou o mesmo. Me deu alguns beijinhos no rosto e eu sorria com a situação. Olhou fixamente nos meus olhos, o meu rosto estava tão corado e eu sentia tanta vergonha. Ele passou a mãos na minha coxa até encontrou meu short e deu um sorriso malicioso, balancei a cabeça negando os seus pensamentos, ele me deu um selinho em meio aos risos e disse:
— Eu sou completamente louco por você, Sunny.

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WE ARE ONE
RomanceEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...