[Sunny] :
E então eu o vi, depois de dias ele conseguiu brotar em mim tudo que eu senti pela primeira vez quando o conheci. Eu odeio assumir isso que sinto mesmo sabendo que é um sentimento bom. Virei o rosto tentando encontrar o Pierry, e ele já estava na barraca há mais ou menos 10 metros de distância de mim.
Droga.
Tentei disfarçar as mãos trêmulas dentro dos bolsos da calça quando Moon já estava bem próximo a mim.
— Oi. - Foi isso que ele disse pra mim seguido de um sorriso que eu restribui meio que sem graça.
— Tudo bem? - Ele realmente parecia interessado em ter uma conversa, ao contrario de mim.
— Tudo. - Eu estava tão fria que eu me assustava com as próprias palavras que saiam da minha boca. Tentei não ser mal educada, quando soltei um: — E você?
— Estou bem, aliás ótimo.
— Percebi quando vi você na porta do carro se esfregando em uma qualquer. - Foi totalmente por impulso que deixei escapar os meus pensamentos e serem ditos em palavras. Ele arregalou os olhos e apenas soltou um suspiro que não me respondia absolutamente nada e eu nem queria alguma resposta mesmo. Olhei em volta em busca do Pierry mais uma vez e agora eu ia ao seu encontro. Moon enlaçou seus braços na minha cintura e me puxou para mais perto dele, nossa respiração estava sincronizada e ofegante. Seus olhos estavam bem pertos dos meus, quando ele tentou me beijar, eu virei o rosto.
— Eu não quero ser mais uma. - Disse baixinho em seu ouvido. Ele voltou seus olhos nos meus.
— Você é única. - Disse assim que arqueou as sobrancelhas.
— Você disse isso pra mim e mais quantas? - Peguei suas mãos e tirei seu braço da minha cintura. Ele não tinha nada para me responder. — Quando deixar esse joguinho de indecisão, me procura. - Não sei como consegui dizer isso, apenas andei na sua frente indo para a barraca, não queria olhar pra trás e só pude ouvir o barulho do pneu rasgando o asfalto. Respirei fundo e pensei “ele não vai me destruir mais uma vez”.— Estava onde, meu bem? - Pierry falou me entregando um copo com uma espécie de suco que com certeza possuia álcool. Antes de responder, virei o líquido do copo pela garganta. — Você é hilária. - Ele me deu um selinho. Sorri logo após porque ele já conseguia fazer isso no meio de muita gente e eu nem me importava mais em ter que explicar aos outros que somos apenas amigos.
Agradeci por não ter que dizer que estava lá com aquele babaca, porque querendo ou não, Pierry sente ciúmes de mim, e como ele mesmo disse “só vou te largar quando você encontrar alguém que te faça bem e que eu goste”.
Sei que o Moon cada vez mais me surpreende com essas atitudes idiotas, não queria ter o visto depois de mais de uma semana e ainda mais ter sido assim, beijando a boca de uma garota da praia, garota essa que não pretende nada sério e com ninguém, apenas coisas sem compromissos. Isso me faz sentir nojo dele, mesmo eu não querendo alimentar um sentimento ruim.
[Moonder]:
— Trás a droga desse exame e para de encher o saco, porra. - Bati a porta na sua cara, já não aguento mais essas frescuras de Kile. Eu já tô de saco cheio de mim mesmo, muita coisa pra um idiota como eu resolver.
Tudo o que eu mais queria era que Sunny fosse menos cabeça dura, eu não costumo correr atrás de ninguém, são elas que correm atrás de mim, mas com a Sunny é diferente, e eu acabo me entregando as coisas dela. Não sei qual jogo ela está falando, não estou indeciso em nada, eu quero ela, é só isso. Ela é diferente de todas as outras e isso de uma certa forma me faz prender a ela. Mas eu não sou romântico, não sou nada tradicional, não sou o tipo “fofo” e nem consigo mais ter algo sério. Com ela as vezes encontro uma versão boa de mim e eu não estou acostumado a isso. Tudo o que eu sentia em relação a meu último relacionamento sério, consigo sentir quando estou perto de Sunny, mas como meu ultimo relacionamento não deu nada certo, não quero prosseguir mais uma vez ao ponto de “quebrar a cara”. Se ela não quer, não vou deixar isso me destruir mais uma vez.
Não queria que ela me visse com aquela garota, a impressão dela sobre mim piorou. Droga.
Eu não consigo mais colocar álcool na minha boca nem em momentos de fúria. Eu sinceramente estou voltando a ser o trouxa daquela vez.
Eu não conseguia esconder o que essa mina fazia comigo. Peguei o celular, digitei o número de seu telefone, e fiquei encarando-o por alguns minutos, até apertei em ligar. Após esperar o procedimento da chamada.
— Alô. - Não era a voz da Sunny, era uma voz rouca similar a de um homem.
“Me dá meu celular” “Para com essa brincadeira”... Era isso que eu ouvia no fundo da ligação, dei um soco na parede, meus dedos começaram a sangrar quando joguei o celular contra o chão. Não sentia nenhuma dor e isso me deixava cada vez mais irritado.Meu celular começou a tocar.
— Fala. - Eu estava tão irritado que não consegui nem ver quem havia ligado quando peguei o celular do chão e o cobri de sangue.
— Moon? Desculpa. - Era ela, Sunny.
— Não quero saber. Eu liguei foi para você.
— Vem aqui, por favor. - Eu não conseguia entender mais nada. Ir aonde? — Estou em casa.
— Você está bêbada, porra?
Ela desligou.Eu já estava de frente ao seu apartamento, quando chamei por ela. Minha mão direita ardia e começou a inchar. Ela pediu para eu entrar em um grito.
Eu a encontrei no chão do quarto com uma roupa bege toda suja, em meio a soluços. Sentei no chão ao seu lado e consegui ver o seu rosto que estava com um arranhão próximo a boca.
— O que aconteceu com você?
— Foi o Pierry. - ela disse baixinho.
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WE ARE ONE
RomanceEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...