Eu não podia acreditar que ouvi isso, era tudo muito agressivo aos meus ouvidos porque eu não sou dele, não sou de ninguém, eu sou apenas minha. Ele pressionava meus braços muito forte e repetia várias vezes que sou dele, entrei em situação de desespero, olhar nos seus olhos em chamas que refletiam nos meus me fazia tremer. Eu não costumo me enganar com as pessoas por simplesmente não ter muitas comigo, mas essa decepção com o Pie foi a pior delas. Ele foi soltando os meus braços devagarinho e eu ja via os hematomas em meus braços, eu queria não ser branca o possível pra saber que ali não ficaria com manchas roxas, logo que ele soltou ele voltou a sorrir alto em altas gargalhadas e parecia incrivelmente feliz, sua mudança de humor me assustava, já não era o Pie bêbado que eu conheci, era um psicopata que eu possuía muito medo principalmente por cada mudança de humor. Dei dois passos pra trás.
— Eu não quero o seu mal, Sunny. - Ele disse tão calmo que me fez lembrar o lado que eu o conheci e mesmo com a transformação dele, me aliviou um pouco porém eu não o entendia mais.
— Não me machuca. - Ao dizer isso, minha voz deu pequenas falhas e a vontade de chorar veio a tona, mas eu tenho sido tão fraca esse tempo todo, que eu já não me permito derramar lágrimas por qualquer pessoa e na frente dessa pessoa.
— Você quem me machucou indo embora.
— Você quem me fez agir assim.
— Me perdoa, eu não tenho mais ninguém, só tinha você, minha melhor amiga e também meu pequeno love.
— Por que me bateu? Por que fez isso comigo? Por que me tratou tão mal? Porque apertou tanto os meus braços? Porque tem sido assim comigo? Eu sou a Sunny, porra. - Já estava atropelando as palavras, gesticulando e falando alto demais. Eu não queria ser assim com ele mas eu não consegui segurar, dói muito em mim. Ele não respondeu nada, ele só me puxou e me preencheu em um abraço muito apertado, eu fui surpreendida quando escutei vários “me perdoa”. Eu não o odeio, tenho um carinho enorme, mas me machucou muito, e não foi só sentimentalmente, não tem como eu abrir a boca pra dizer que está tudo bem, se na verdade está tudo bem mal.
— Você me perdoa? - Ele me soltou e se ajoelhou na areia da praia com as mãos coladas olhando pra mim. Foi um momento fofo, mas eu não consigo pagar simpatia.
— Eu não posso dizer nada pra você enquanto você estiver bêbado, e nem posso dizer algo que eu não sei. - Ele me olhou como se estivesse com sentimento de revolta, levantou, me encarou.
— Você é mó chata, velho. - Foi a única coisa que ele falou e saiu de perto de mim. Respirei duas ou três vezes bem fundo pra não ter que abrir a boca para lhe falar algo, eu sinceramente não estava com condições para isso, e eu não queria me afetar com mais isso. Fiquei o acompanhando com o olhar até que ele chegou em uma roda de “manos” e me apontou, eu não sabia o que significava até ver a Steph correndo em minha direção, com longos dreads pink, amo essas mudanças que ela faz consigo mesmo mas nunca muda jamais seu caráter e gente bonita é assim. Com os sorrisos largos, a acolhi em um abraço.
— Que saudade de você, piranha.
— Já chega me maltratando, mais amor comigo, fofa. - Steph como sempre, a mesma idiota de sempre.
— Ah, me poupe, senhorita Sunny, aliás que milagre está aqui tão cedo?
— Vai me proibir de vim a praia, dona dos mares?
— Eu odeio você. - Caímos na gargalhada, é incrível é tê-la comigo independente de qualquer caô. Sentamos próximas a uma tenda para conseguir aproveitar um pouquinho da sombra e ficamos ali conversando sobre coisas que não falávamos a dias. Tentava disfarçar ao máximo os meus braços para ela não me questionar sobre. Ela estava muito empolgada falando da sua viagem quando chegaram umas 8 pessoas que eu não consegui olhar nos olhos, nos convidando para ir a casa de “Scott” que eu não faço a menor idéia de quem seja, Steph conhecia e me implorou pra ir com ela.
— Vai ser só aquele churrascão de sempre, com pessoas novas, você precisa disso e você sabe. - Antes que eu a questionasse, perguntei a mim mesma “eu realmente preciso?” e não encontrei motivos pra dizer o contrário.Depois de uma longa viagem de carro, com um som muito alto, muito barulho e fumaça, chegamos na casa do Scott, colocaram um som alto, distribuíram bebidas, confesso que não há como ficar sem beber com a companhia da Steph, minha vista já estava um pouco turva. Eu não me sentia a vontade por estar entre pessoas que não conheço. O Pie estava perto da piscina com uma loira, e toda vez que a beijava me olhava, eu sorria porque eu já não me importava para isso e a atitude dele, estava muito infantil que me proporcionou risadas. Eu estava sozinha sentada perto do balcão e analisava a grandeza que era a casa e perguntava a mim mesma como conseguiam ser possuidores disso tudo.
— Vai ficar aí sozinha, mina? - Um menino negro de olhos castanhos claros, com um cabelo black lindo enorme que caia sobre os seus olhos, chegou perto de mim e logo me mostrou seu sorriso, pareceu ser simpático, isso me fez abrir logo um sorriso também.
— Eu só não sei como chegar e falar com vocês. - Disse baixinho, mas sorri ao pensar o quão idiota eu parecia dizendo isso. Ele sorriu.
— Aí galera, a mina bonitinha aqui tá com vergonha da gente, socializam com ela para ela vim outras vezes. - Ele literalmente gritou me apontando para geral, eu o odiaria se ele não tivesse feito isso sorrindo, foi um mico mas consegui me sentir mais a vontade, apesar dos olhos estarem todos centrados para cima de mim.
— Se lança. - Alguém gritou e eu não consegui ver quem seria.
— Não seja tímida, aqui ninguém quer o mal de ninguém. - A menina linda de cabelos curtinhos falou me entregando um copo com catuaba e sorriu pelo o que foi dito por ela, ela parecia irônica, mas simpatizei.
— A Sunny é minha, Bella. - Steph gritou assim que terminou um beijo com alguém que eu não conhecia. Sorrimos e Bella balançou a cabeça negando. Ficamos ali conversando um pouco, fiquei mais confortável com isso. Bella é com certeza popular, ela sabe como fazer amizades, e eu agradeci por pelo menos ter alguém ali comigo. Hora ela pegava bebida, hora cigarros, mas não me incomodou. O garoto chamado por Scott fez menção para que todos prestassem atenção para ele e disse:
— Piscina liberada para geral, meu primo vai chegar mas ele já sabe que geral veio pra cá, então fiquem a vontade.
— Fica tranquilo, que sabemos ficar a vontade.
— Sabemos mesmo, Scott. - foi o pouco que eu ouvi para que geral corresse para dentro da piscina, a Bella me olhou e eu logo olhei de volta e nos entendemos em um só olhar.
— PISCINA. - Gritamos juntas, deixando as bebidas e correndo até que em um pulo.. Tchabumm, já estávamos molhadas. Caímos dentro da piscina sorrindo e eu já sabia que do meu lado eu tinha uma louca estilo Steph. — Confia na gente, Silver. - Ela gritou para Scott. Eu a encarei indecisa de que eu escutei certo.
— Silver?
— Você pensou que essa grandeza fosse de qual família? Tinha que ser dos Silver, ou você não conhece o lugar onde moramos?Não era possível que mais uma vez o destino me levava para o Moonder.

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WE ARE ONE
RomansEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...