Pensei uma, duas, três ou mais antes de lhe dar uma resposta sem que pudesse haver algum atrito entre nós dois, mas que ficasse bem claro tudo. Engoli em seco.
— Não sei a qual babaca você se refere, mas com quem eu estava lá fora, era o Pierry. - Ao ouvir isso ele deu um soco na parede e se desequilibrou um pouco e sentiu dor na perna, e nos braços arranhados. Me aproximei para ajuda-lo e ele negou minha ajuda. Me ofendi com isso. Já quero dar um fora daqui, porque o único babaca que vejo é ele.
— Não quero que se aproxime dele. - ele apertou meu braço com tanta força que seu sabia que ficaria hematomas e doeu bastante, lembrei dos meus pais e suas crises. Meus olhos encheram de lágrimas e um nó ficou preso na minha garganta para pedir que ele me soltasse. Respirei fundo até que ele foi soltando devagar.
— Nunca mais.. - comecei gaguejar pedindo pra mim mesma para que as lágrimas nao me traissem. — toca em mim dessa forma. - continuei. Seus olhos assustados me encaravam.
— Me desculpa por perder a cabeça. - Isso não seria o necessário para eu o desculpar. Como ele iniciou a conversa, eu continuei.
— Moon, o que houve entre nós foi um beijo que eu me culpo até hoje e você sabe o porquê. Nao sei porque me liguei tanto a você para ficar ao seu lado agora, eu não me arrependo por isso. Mas não temos nada até então. - Não consegui dizer isso olhando nos seus olhos, hora via o seu rosto, outra hora olhava para o chão.
— Certo. - Foi o máximo que ele conseguiu dizer. Queria aproveitar para dizer sobre as ameaças de Kile, mas nao sabia como puxar o assunto. Ficamos calados por uns 5 minutos, até que ele quebrou o silêncio.
— Eu e Kile voltamos, porra. - Eu não acredito que ele teve coragem de falar isso pra mim. Quem ele acha que eu sou? Um tapa buraco? O que eu estou fazendo aqui? Sei que nao temos algo, mas para que me meter nessa enroscada? Talvez ele disse isso para me provocar, ele conseguiu.
— Há alguns minutos atrás você era um babaca e agora você evoluiu. Eu não sei o que estou fazendo aqui. Tenha uma boa noite. - Não sei de onde saiu tanto ódio de mim pra eu conseguir dizer isso. Ele sorriu pra mim, sentia tanto nojo dele e mais ainda de mim por ter sido uma trouxa para ele mais essa vez. Ignorei ele, dei de ombros e fui até a porta.
— Anjo.. - Ele falou como se implorasse para eu ficar.
— Vai a merda. - Bati a porta com tanta força, talvez da maneira como ele apertou meus braços. Eu espero definitivamente que meu coração me obedeça em deixar ele ir. Parei em frente a porta tentando finalizar minha emoção de ódio, até que ouvi uma voz atrás de mim.— Hey gata. Estava esperando por você. Quer uma carona? - Quando nossos olhos se cruzaram, agradeci a Deus por ter ele ali. Ainda não me acostumei com esse "gata" porque parecia irônico pra mim.
— Sim. - Abri um sorriso que pensei que não fosse acontecer mais hoje. Ele sorriu de volta e seguimos nosso caminho.Viemos o caminho todo falando sobre gosto musical, qualidades e defeitos, medos, enfim sobre a nossa vida. E eu acabei de descobrir que tenho um amiguinho conselheiro meio sem juízo que conheceu a festa e bebidas depois da primeira decepção amorosa que não consegue acreditar que eu nunca namorei e que não sou mocinha de família.
Quando descemos do carro já havia escurecido, não tenho a menor idéia de onde o Leury se encontra esta hora. Pierry subiu comigo para meu ap sem ter me dito nada, eu não queria ser grossa com ele porque precisava de algo pra tirar minha atenção dos problemas e das merdas ocorridas e gosto da sua companhia. Dizem pra não levar um estranho para casa, e de todos os estranhos que já vieram aqui, a presença que mais me assustou e assusta, é a minha.
Abri a porta e entrei, Pierry continuou parado na porta.
— Entra. - Disse baixinho. Ele entrou e se instalou no meu sofá. Tirei minha jaqueta e coloquei em cima da cadeira na copa e fiquei apenas com minha camiseta, o que me fez corar quando ele viu meus seios que a marcavam. Disfarcei ligando a televisão e colocando no filme que eu havia reservado.
— Você mora mesmo sozinha? - Ele perguntou quando sentei de frente para ele.
— Sim, eu juro.
— Então não vai ter ninguém para incomodar. - Foi as últimas palavras até que ele me puxou para um beijo. Ele me beijava devagar e sua respiração estava ofegante. Ele mordia delicadamente meu lábio inferior. Por um momento o beijo dele se transformou em um gosto diferente do dia da festa, estava melhor talvez porque não havia bebidas dessa vez. Ele passou as mãos nas minhas costas até que subiu e encontrou meus seios, fiquei com vergonha e passei a mão no seu rosto. Quando toquei seu rosto, infelizmente veio a lembrança do Moon na memória. Era horrível o que eu estava fazendo comigo mesma. Finalizei o beijo com um selinho.
— Não estou com cabeça pra isso.
— Desculpa. Você me deixa louco.Eu sorri desejando que a conversa acabasse. Passamos a noite juntos, sem beijos, apenas se conhecendo, e assistindo a um filme com a péssima pipoca queimada feita por ele, mas que nos proporcionou grandes risadas. Antes dele ir embora, o agradeci pelos sorrisos e pela noite de sossego que ele me deu. Marcamos de ir a praia amanhã, e ele me deu um abraço antes de ir.
Pierry é o tipo de homem safado que sabe ser carinhoso também. Sei que vamos nos dar muito bem. Não falo em relacionamento, ainda estou muito machucada com toda essa brincadeira comigo, digo em amizade mesmo.
Fui ao meu quarto e deixei logo separado a roupa de amanhã, espero que ele não esteja esperando me ver de bikini e seja apenas um rolê do tipo que eu tinha antes.
Eu deixo as coisas me torturarem por inteiro muitas vezes. Sou do tipo que me machuco até da forma como falam comigo. Sentei perto da minha instante e coloquei as pernas em cima da mesa. Peguei meu celular e comecei digitar uma mensagem que jamais seria enviada.
Eu não sei o porquê disso tudo que está acontecendo. O que eu sinto por você é um carinho que dificilmente sinto por alguém. Mas deixo você ir ser feliz com alguém que eu nunca deveria ter me metido. Esse é um adeus, Moondeer.
Encarei o celular querendo ter forças para enviar, mas acho que o maior adeus foi quando deixei ele no hospital. O celular começou a tocar com um número desconhecido, me assustei porque bloqueou meus pensamentos. Antes que eu pudesse dizer alô quando atendi fui surpreendida.
— Me perdoa, eu não consigo dormir, não paro de pensar em você.**
Ooooooi bebês, obrigada por lerem até aqui, vocês são incríveis. Me digam qual shippo vocês apoiam hahaPierry + Sunny
ou
Sunny + Moon ?
![](https://img.wattpad.com/cover/110485534-288-k380142.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
WE ARE ONE
RomanceEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...