Kile e Moonder.
Eles formam um casal, e ele me beijou, não está nada certo. Minha primeira impressão a respeito dele estava certa, ele realmente era e é um babaca. O tipo de cara que não respeita garota nenhuma. Quero nunca mais poder vê-lo, manter distância o tanto for possível.
— Ele sumiu porque foi visitar sua tia que está doente, como sempre, ele todo preocupado com a familia. - Kile disse logo após que desligou o celular e deu um meio sorriso. Queria abrir a boca para dizer que não, ele não estava com tia nenhuma, ele estava comigo, ele me beijou, e ainda passou a noite e madrugada inteira me vendo dormir. Mas não sou do tipo que destrói namoro dos outros mesmo sabendo que dessa vez já estou destruindo. Eu realmente quero que ele suma da minha vida. Eu tenho uma mania horrível em querer acreditar nas pessoas, isso é uma coisa minha, ele não me enganou, eu é que me enganei a seu respeito. Talvez você ache que eu estou sendo dramática demais, mas eu não estou sendo porque a partir do momento que você beija uma pessoa, você querendo ou não, tem algo com ela, nem que seja apenas um desejo, mas você tem. Talvez seja coincidência demais, ela namorar um Moonder e eu beijar um no dia que o seu namorado sumiu. Eu não acredito em coincidências, eu acredito em destino, e o destino brinca com as pessoas. O amor nunca vai machucar alguém, quem machuca são as pessoas vazias de amor. Se ele realmente estiver brincando com ela, ele vai ser o brinquedo de amanhã. Peguei a última garrafa de vodka coloquei um pouco no meu copo e em poucos minutos daria uma desculpa para cair fora dali.04h59
Acordei no meio da madrugada sentindo muita sede, como se todo aquele álcool tivesse absorvido toda a água que tem no meu corpo. Levantei devagar, as coisas rodavam e minha cabeça doía tanto ao ponto de explodir. Fui em direção a cozinha, quando me apoiei no balcão meu iPhone começou a tocar. Está de madrugada, é deve ser Leury. Aconteceu alguma coisa. Minhas mãos suaram. Quando peguei o celular, ele tocava em número desconhecido, me arrepiei e meu coração acelerou. Atendi e permaneci em silêncio, quando fui surpreendida por uma voz que dizia Sunny eu não paro de pensar em você, quando fui respondendo, já era tarde e quem quer que seja já havia desligado. Um frio percorreu pelo meu corpo e fez meu queixo tremer. Coloquei o iPhone no balcão e confusa por não saber se entendi errado ou não, por não ter reconhecido a voz, criei entao na minha mente que devia ser alguma brincadeira sem graça do Leury, afinal, só ele e a Steph sabem o meu número e se não foi ele, obviamente era alguém sem noção. Abri a geladeira e um espanto surgiu quando me deparei com as coisas compradas, o que me deixou curiosa foi que havia coisas que eu costumava comprar e ninguém sabia que comprava devido minha paixão por Toddynho e Danone, e era o que mais tinha ali. E não foi o Leury porque ele não tinha vindo aqui e nem estava com minha chave. A única pessoa que pôde ter feito isso, foi o idiota do Moonder. Não, não irei permitir ele acabar com meu dia começando pela manhã, ele comprou porque quis, eu não pedi. Talvez foi uma forma dele pedir desculpas, e se foi isso, essa história termina aqui. Talvez o meu coração já está quebrado demais, e os pedaços estão tão pequenos que ninguém mais conseguirá dividi-los. Tomei água saciando minha sede, planejei ali o meu dia que será resumido em eu, séries, pipoca, e sem lágrimas que é o objetivo maior. Voltei ao meu quarto, bati com o dedo miudinho na quina do criado mudo e deixei escapar um grito, aliás quem nunca bateu o dedo miudinho em alguma quina de um móvel por aí que "atire a primeira pedra". Deitei na cama e antes de adormecer mais uma vez, pedi a Deus o meu ultimo desejo: acordar esquecendo de tudo que me fez mal, inclusive ele.16h47
Eu dormi tanto que o horário das minhas refeições seriam totalmente trocadas. Levantei de pijama ainda, meu estômago roncava e minha surpresa foi a vasilha de alumínio que estava coberta com o meu almoço em cima da mesa.
Deixei aqui em cima mesmo porque não quis te perturbar quando vi você dormindo. Leury.
Ele me surpreende cada vez mais conquistado o lugar de um irmão que nunca tive mas que ele fez existir em mim. Almocei. Segui para a sala ainda de pijama, acho que o resto do dia seria todo assim. Liguei a televisão, e o iPhone fez som de notificação. Peguei ele que estava ao lado da televisão e tinha uma mensagem de mais um numero desconhecido. Eu não li, e joguei ele de volta pra lá, se for alguma brincadeira idiota, será ótimo que ele e/ou ela saiba que eu não vou brincar. Quando deitei no tapete do chão, um pressentimento ruim tomou conta de mim, sensação de que alguém estava me vigiando. Sentei, enrolei os meus braços nas minhas pernas tentando me concentrar no filme que nem sabia o nome mas que tinha começado nesse instante. Me sentindo sozinha mais uma vez, já era de costume, mas sensação de ser observada não. Um vazio enorme que preenchia o meu peito. Estava tudo tão estranho. Nos últimos dias tenho a sensação que roubaram a minha paz. Encontrei minha solução quando lembrei da Steph, corri ao quarto, e dentro da gaveta do meu guarda-roupa ainda tinha um maço de maconha, e a caixa de seda ainda estava completa. Peguei um pouco dela, coloquei a maconha prensada e bolei. Peguei o isqueiro, e segui para a varanda que era o único lugar onde o mau cheiro não ficaria preso. Sentei no chão, apertei, acendi e mandei pro vento, era o pouco pra fazer fumaça e trazer minha paz. Se você não fuma, não me julgue. Você se mata amando alguém, e eu me mato assim, afinal, cada um se mata da sua maneira. Eu já sorri com lágrimas de tristezas e também já chorei de rir. Me sinto incapaz e até mesmo dramática. Parece que alguém ou algo arrancou meu melhor e não tenho mais nada para dar a ninguém, nem para mim mesmo. Tenho vontade de pedir socorro, vontade de sair correndo, fugir de tudo, para uma longa viagem e quando voltar, minha vida inteira estivesse organizada, mas é impossível. Toda vez que soprava e via a fumaça no ar, sentia minha alma suja com toda essa poluição que estou causando em mim. Talvez eu realmente não saiba o que seja toda essa tristeza - todo vazio que toma conta de mim - mas talvez saiba, e queira apenas me enganar. Não exatamente me enganar e sim poupar decepções. A maconha acabou, e mais uma vez me levantei e fui em direção ao quarto atrás de mais e mais. Quando olhei pro urso azul que guardo desde criança quando ganhei da minha mae, me veio a vontade de me sentir novamente feliz, se é que algum dia realmente fui. Desisti de pegar a maconha e passei a mão no urso no instante em que uma lagrima desceu dos meus olhos e bateram na porta do meu quarto. Eu esqueci a porta aberta, apenas trancada no ferrolho quando fui para a varanda. Droga. A única pessoa que pode entrar sem chamar é o Leury, e como bateu, já sabia que não era o mesmo. Passei a mão no rosto enxugando minhas lágrimas e virei.
- Posso entrar?
Foi isso que eu ouvi quando dei de cara com Moonder. Eu já estava tão cansada que antes de plantar o ódio, colhi o bem. E disse baixinho "entra", eu não me reconheço, eu estou mais madura, e mais cansada ainda do que pude aguentar.
— O que você está fazendo aqui?*******
Oi xuxus, estão gostando? Não esqueçam do voto, ele é muito importante e incentiva bastante para que eu continua escrevendo. Obrigada por terem lido até aqui, vocês são incríveis, tenho já cada um de vocês no meu coração <3
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WE ARE ONE
RomanceEu nunca quis me apaixonar. Em todos meus 17 anos, em toda essa correria do dia-a-dia, o que estava fora dos meus planos, era sentir algo por alguém. Depois que fugi de casa, eu fugi dos meus sentimentos, fugi de todas as coisas que me partiram o c...