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21h32
Eu não consegui disfarçar, eu estava trêmula e isso fazia as coisas caírem das minhas mãos, fazendo o Moon soltar gargalhadas fazendo piadas bem idiotas me provando cada vez mais o quanto é um babaca. A lanchonete já estava vazia, só havia nós quatro e eu estava tão insegura comigo mesmo, isso estava tão perceptível que eu respondia com palavras curtas para não prolongar as conversas.
— Vamos embora, já está tarde, preciso fechar. - Leury disse levantando-se da cadeira.
— A noite é uma criança, poderíamos ir para a Boate Guinn que é a mais próxima daqui e poderíamos curtir essa noite. Temos dois carros, eu vou com a Sun, e os pombinhos vão juntos. - Moon disse com ordem dando de ombros.
— Porque eu iria com você? Quem disse que eu quero ir? - lhe respondi.
Ele não respondeu, apenas deu um sorriso malicioso. Leury e Zen confirmaram a ida. Eu me recolhi, disse que estava indo ao banheiro porque não queria ir, não com a companhia dele. Sai pelos fundos, e quando avistei o Lan, senti braços fortes envolvendo minha cintura e quando dei por mim já não estava com os pés no chão, e tudo estava de cabeça pra baixo.
— Você não vai fugir porque eu não sou um monstro e eu quero te conhecer. - era ele, o Moonder, ele me carregou em seus braços me pegando feito uma criança me levando na direção do seu carro, eu bufei.
— Você não pode me forçar a nada, me solta porra!
— Cala a boca!
Eu não entendi o motivo de eu ter calado minha boca, e isso fez eu sentir ódio de mim mesma por não ter o esculhambado e o mandado pra casa do caralho. Ele me colocou no chão ao lado do seu carro, e abriu a porta do carro para mim. Como pode ser tão grosso e fofo?
— Pode entrar, linda. - ele disse com um sorriso de canto de boca que me mostrou um pouco das suas covinhas. Eu estava bem próxima dele, foi aí que percebi o quanto a calça folgada preta caia bem nele, a camisa grande mostrava seus fortes lindos braços, e até mesmo o seu tênis branco estava intacto. Mas o que mais me chamou atenção foi os seus olhos, eles eram convite. Fiquei encarando-o até que ele arqueou as sobrancelhas e me fez voltar para a realidade.
— Eu não quero ir com você. - disse negando minha vontade.
— Quais os motivos de não me fazer companhia, anjo?
Ironia foi um anjo me chamar de um.
Eu não tinha motivos para não acompanha-lo, mas não queria que ele pensasse que eu estava afim dele. Eu não o respondi, apenas entrei na porra do carro.

Seguimos o caminho em silêncio. Quando chegamos, ele desceu do carro e foi abrir a porta para eu descer. Eu amostrei minhas mãos para ele perceber que as possuo e posso usa-las, ele revirou os olhos. Andei mais rápido que ele e quando fui entrando na boate fui surpreendida pelo cheiro da maconha e o grito de uma pessoa pessoa que tanto amo.
Steph.
— SUN QUE SAUDADE, SÓ VEM PR.. - quando ela foi continuando foi interrompida quando viu o Moonder... - Já está acompanhada, vadia? - ela disse baixo, meio que sussurrando.
— Não. (eu)
— Sim. (ele)
Falamos juntos e ela sorriu.
— Te vejo lá dentro, divirta-se com seu gatão. - ela disse correndo lá pra dentro.
Ele gargalhou e eu revirei os olhos.

Entramos passando por todas aquelas pessoas suadas. O grave tava muito alto, era impossível conversar com alguém. Como o combinado fomos ao balcão em busca do Zen e do Lê. Sentei no banco e o Moon ficou ao meu lado me olhando e estava ficando corada ao mesmo tempo incomodada. Ele pediu vodka Sky e caipirinha para o funcionário de lá. Em alguns minutos, chegou toda a bebida, e eu senti uma vontade incontrolável de sorrir porque sentia falta disso.
— Eu não sei se você bebe, mas isso é pra você, anjo. - ele falou estendendo o copo pra mim.
Eu peguei o copo da sua mão e no primeiro gole uma onda de felicidade tomou conta de mim.

01:58
— Eu não aguento mais. - falei gritando.
— Vamos lá fora, sua bêbada. - Moon gritou com deboche e sorrindo. - eu seguro você.
Eu estava muito bêbada, ou talvez nem tanto. Eu só me sentia muito feliz. Moon me guiou até lá fora, quando fomos passando perto de um garoto que disse algo pra mim que não consegui entender, Moon soltou um "caralho" e eu sorri muito porque ele me puxou muito forte para perto dele.

Lá fora, havia algumas pessoas discutindo, outras se beijando, e eu era quem não tinha nenhuma idéia do que eu estava fazendo. Fazia muito frio, e eu tremia, cruzei os braços. Olhei para o Moon e ele estava tirando sua camisa e MEUDEUS QUE LINDO. Eu desviei o olhar para não vê-lo.
— Use ela, você não está bem e está tremendo de frio. - Moon disse me entregando sua camisa, eu a vesti. — A noite foi boa, mas já tá tarde, seus pais devem estar preocupados, os outros dois sumiram, e sou eu quem vai levar você.

seus pais devem estar preocupados.

Foi o pouco pra eu derramar em lágrimas. Ele me olhou assustado e me puxou para perto dele e me abraçou.

Seu abraço era morada, seu abraço era lar. Senti um conforto enorme por ter seus braços envolvidos em minha cintura. O álcool que tomava conta de mim, me faria esquecer tudo o que aconteceu, mas essa sensação não. Me fez sentir, e se faz sentir, faz sentido. E o meu sentido, era ele.

— O que aconteceu? Ei? Olha pra mim. Me diz o que aconteceu, nao chora, linda. Olha pra mim, por favor.

Levantei o olhar no instante em que ele colou sua boca na minha.

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