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O meu telemóvel toca despertando a minha atenção. É uma mensagem da minha amiga Louise:

*Anda ter comigo, estou na casa à beira da do Mike. Estão a dar uma festa! :)*

Não me apetece nada ir, mas vou-lhe fazer o favor. Afinal ela está a deixar-me viver com ela para eu poder ficar em Londres, condições da minha mãe.

Quando chego procuro-a no meio das pessoas mas ela não está em lado nenhum, por isso, decido ir até ao primeiro andar. Não a encontro, mas também não abro as portas pois tenho medo do que posso encontrar, há demasiados adolescentes com as hormonas aos saltos nestas festas, as bebidas ainda ajudam à diversão por trás destas portas. Acabo por decidir ligar-lhe.

- Onde estás? - questiono quando ela atende a chamada.

- Vai ter às traseiras. Mas vai sozinha.

- Eu estou sozinha. - afirma e rolo os olhos, mesmo sabendo que ela não me consegue ver.

- Ok, então anda. - detetei nervosismo na sua voz.

- Está tudo bem?

- Sim, - ela mente descaradamente - despacha-te.

- Ok.

Desço as escadas, ando pelo meio dos corpos soados, que dançavam como colados uns aos outros como se houvesse uma força magnética entre eles, até à porta das traseiras e saio sentindo de imediato o ar frio atingir a minha pele o que me faz arrepiar. Em vez de encontrar a Louise, encontro três rapazes com mau aspeto. Eles dirigem-se a mim e parecem bêbados pela maneira que tropeçam nos próprios pés.

- Parece que a Louise fez um bom trabalho. - comenta o mais alto rindo-se. O meu coração dispara e eu fico horrorizada ao perceber que era uma armadilha. Eu preciso de sair daqui.

Dois deles agarraram-me, impedindo o meu plano de fuga. Eu tento gritar mas eles batem-me e tapam-me a boca. Lágrimas começam a abandonar os meus olhos sem que as consiga controlar. Não acredito que isto me está a acontecer.

De repente ouço algo atrás de mim, como uma porta a bater.

- O que é que estão a fazer? - alguém pergunta dando-me a entender que os sons foram provocados por um rapaz.

- Porquê que queres saber? Queres ajudar? - um dos que me está a agarrar pergunta com um sorriso perverso e na minha opinião nojento.

- Larguem-na! - o rapaz ordena e eles gargalham.

- E quem me vai obrigar? Vais ser tu? - ele pergunta em tom de gozo começando a ficar irritado.

- Se for preciso. - quando dou por isso os dois rapazes já me tinham largado e estavam agora a lutar contra o rapaz que aparecera e me está a defender.

Porra, eu tenho de o ajudar ou eles vão acabar por o magoar gravemente. Olho para um lado e para o outro e vejo uma garrafa de cerveja vazia no topo de uma mesa. Pego nela e bato com ela na parede, partindo-a a meio, tal como vi a fazerem num filme. Aproximo-me deles e dou com a garrafa nas costas do mais alto, fazendo-o gritar de dores. Sangue começa a escorrer pela sua camisola e por momentos sinto-me capaz de vomitar.  Quando eles se apercebem que eu o feri apressam-se a ajudá-lo e ao constatarem que sem a ajuda dele não conseguem derrotar o rapaz apenas fogem, que nem covardes.

Depois de eles correrem dali para fora eu finalmente reparo no rapaz. Mesmo com pouca luz dá para perceber que ele é lindo, os seus olhos são verdes como duas esmeraldas e o seu cabelo é castanho com caracóis defenidos puxado para trás. Ele acabou de me salvar, mesmo não me conhecendo de lado nenhum. Ele arriscou-se por mim.

You and I △ |h.s|Onde histórias criam vida. Descubra agora