Capitulo Três

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*Gustavo

- Faz alguma coisa seu louco - Ouvi um cara gritar me fazendo o olhar.

A chuva parecia ter engrossado, e algumas pessoas ja se aproximava da mulher ao chão. Sim! Era uma mulher.

Minha ficha ainda estava caindo, eu atropelei alguém, eu não estava acreditando.

- Moça? Pode me ouvir? - O mesmo cara agachado perguntou para a moça. - Chama a ambulância - Ele gritou agora olhando para mim.

Engoli o seco e com as mãos tremulas voltei para o carro pegando meu celular.

Procurei o número do Guilherme em meio a tantos nos meus contatos e em alguns minutos achei.

- Rápido! - Ele gritou de lá de fora.

- Tá, tá.-  Falei com a voz tremula.

O número de Guilherme chamava, chamava e nada. Comecei a ficar desesperado e olhava para a mulher no chão que se contorcia de um lado para o outro.

- Gustavo? - Ele atendeu com a voz sonolenta.

- Guilherme... Tem... Tem uma mulher aqui - Falei desesperado.

- Oi? Como assim?

- Eu... Eu...- Tomei folego e dei as costas para aquela cena - Eu bati meu carro numa mulher, eu atropelei ela e ela está jogada no chão a minha frente - Falo rápido mas com brechas suficientes para ele entender.

- Presta os primeiros socorros - Falou ele e neguei mesmo sem ele ver.

Sim! Eu era médico, um excelente médico pra variar, um dos melhores de Boston

- Eu..eu não consigo - Falei - Eu... Eu estou tremendo e ... Guilherme eu nunca causei isso em ninguém.

- Ela está consciente? - Pergunta ele e olho para trás vendo o homem dizendo algo para ela.

- Provavelmente! - Falo voltando a olhar para frente.

Escuto barulhos do outro lado da linha, creio ser ele tombando em tudo para se vestir adequadamente.-  Já estou a caminho. Onde você está? - Perguntou ele e me virei caçando algo que denunciasse onde estava - Tá. Liga o GPS, a ambulância já está a caminho e não saia daí Gustavo - Falou ele e desligou o telefone.

Me viro ligando o GPS e dou alguns passos até ele e a moça no chão.

- E aí? - O cara perguntou me olhando.

- A ambulância está a caminho - Falei já mais próximo deles.

- Moça o socorro está vindo, fique calma - Disse ele pegando na mão da mulher que ali jogada se encontrava.

A chuva só aumentava, não havia sinal de tregua. Me limitei a aproxima e pude ver parte de seus cabelos loiros com uma mistura de água e sangue.

- Eu conheço você.-  O homem falou. Provavelmente estava a me encarar - Sim eu conheço. Você é médico. Porque não presta os primeiros socorros? -  Perguntou.

Virei meu rosto lentamente para o olhar ele e quando abri minha boca para o responder, o sinal da sirene da ambulância ecoou por toda aquela rua.

A ambulância logo parou, e os paramédicos desceram e começaram a atender ela, Guilherme veio junto e os ajudou. Me afastei e fiquei ao longe apenas observando.

A chuva não parava, a cada minuto parecia engrossar mais. Escorei no capu do meu carro e observei eles fazerem todo o serviço, com extremo cuidado a colocaram na maca e depois dentro da ambulância. Vi Guilherme dar algumas instruções para eles e logo eles saíram em direção a ambulância.

A Babá (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora