Camila
Apenas três horas de voo separava Miami de Massachusetts. Nossa viagem foi tranquila graças aos céus. Peguei um trauma de voos após uma viagem para Cuba que fiz anos atrás, parecia que o avião iria se partir ao meio. Acho que nunca tinha passado tanto tempo de olhos fechados estando acordada.
Mani sabia que a viagem serie tensa para mim, então tratou de colocar um filme de comédia e graças a isso uma aeromoça teve que pedir três vezes para que fossemos mais discretas.
Logo havia se passado três horas e já estávamos pousando. Viagem tranquila, pouso tranquilo e minha alma continua no corpo.
- Eu te chamaria de louca se não soubesse que estamos nos mudando, CINCO MALAS! – Arrependi-me pela milésima vez no mesmo dia.
- É... Acho que exagerei um pouquinho. – disse, coçando a cabeça sem jeito. E se não tiver lugar suficiente para guardar tudo? "calma, Camila" dizia para mim mesma.
- Será que a baixinha já chegou? Ela estava para chegar primeiro. – disse ela ao vasculhar a área com o olhar.
- Espero que sim, vou tentar ligar para ela. – mal tive tempo de abrir a bolsa e já ouvi uma voz estridente bastante familiar. Era ela. Ally Brooke, a única e inconfundível pessoa mais amável que já nasceu. Largamos todas as malas e corremos para o tão esperado abraço a três. Não reclamei do impacto, somente envolvi minhas duas melhores amigas em meus braços.
- Meu Deus! Olha só vocês! Mila você está tão linda e deixou o cabelo ficar maior! E Mani, tenho certeza que não fiquei menor, caramba você o que andou comendo?
Todas rimos e nos abraçamos novamente. A presença dela era contagiante e toda a tensão da viagem de repente sumiu.
Ela usava um vestido rosa e pequenas botas pretas. Ally sempre foi alvo de todo o tipo de piada sobre pessoas pequenas, mas tenho que dizer, ela estava parecendo uma boneca recém tirada da caixa.
Ela vem de uma família muito religiosa do Texas, Americanos de raízes, entende? Seus pais são bem duros nessas questões, então não fazem ideia da verdadeira sexualidade de Normani. E como a Ally lida com isso? Se você a conhecesse somente por uma tarde, logo saberia que estou diante do coração mais acolhedor e da mente mais aberta que pode haver numa igreja.
- Mal posso acreditar, isso tá mesmo acontecendo? – perguntei, ainda chorando de alegria feito uma abestalhada que realmente sou.
- Sim, estamos juntas e prontas para marcar território na melhor universidade do país. – Disse Mani, secando o canto dos olhos enquanto sorria desajeitada.
- Dessa vez não vamos nos separar por nada. – garantiu Ally, secando meu rosto delicadamente.
- Com licença senhoras, suas malas estão atrapalhando a passagem dos demais. – já havia esquecido minhas malas e não notei que fazíamos o famoso escândalo do reencontro.
- Desculpa, já estamos indo. – Disse quase sem voz, por causa da vergonha. Ally empurrou seu carrinho de malas que óbvio, eram menos que cinco.
- Ele chamou a gente de senhoras ou foi só impressão minha? – perguntou Mani ao olhar para trás. – se as malas de Camila não dessem razão a ele, eu iria atrás dele para ensinar sobre bons modos.
Já passavam das 21h quando entramos num táxi, a ansiedade não deixava espaço para outra sensação. Normani estava meio e ríamos sobre um cara que tentou pegar o numero dela durante a viagem, mas o sorriso bobo dela roubou minha atenção.
Ela digitava algo em seu Iphone, dava uma pausa como se relesse e voltava a digitar sorrindo mais ainda. Não perderia a oportunidade de descontar, então tomei o celular de suas mãos e comecei a ler o mais rápido que pude.
- Meu amor, acabamos de sair do aeroporto, mal posso acreditar que vamos ficar juntas de verdade. – li, tentando simular sua voz melosa. Ally gargalhava enquanto eu tentava afastar o aparelho do alcance da dona. – Mal posso esperar para ganhar seus beijos. – li o mais rápido que pude, até que ela resgatou o aparelho.
- Não teve a menor graça, Cabello. – irritada, falou ao guardar o celular.
- Claro que teve, até a Ally está rindo. – rebati.
- Espera, não pode ser você. Normani Kordei toda romantiquinha? – um sorriso tímido apareceu no rosto de Normani, após Ally dizer.
- Tááá! Vocês venceram. Sou uma mulher apaixonada, tá legal?
- ARRAAAA! – disparei. – sabia que viveria para ver esse dia.
- Nem começa, magrela. E minha situação é completamente saudável se comparada ao seu namoro meloso e toma cuidado para não ficar diabética com aquele estranho.
- Não adianta atacar o Harry. Você não tem saída.
- Ah, vai se ferrar.
- Tudo bem, Mani. Não há nada de errado em ser um pouco romântica. Fico tão feliz por você estar vivendo a sua historia de amor. Não deixe que ninguém estrague o que vocês sentem uma pela outra, ok? – Ela apenas assentiu e riu, fitando as próprias mãos.
- Eu realmente pensava que isso nunca iria acontecer comigo, entendem? Ela mudou meus conceitos e ela me passa uma segurança tão grande em tudo. Definitivamente não viverei o bastante para ter outra historia dessa. – a animação era clara em sua voz quando se tratava de Dinah Jane, sua até então namorada virtual. – Mila sempre namorou aquele banana e você sempre namorou o Ted. Eu só via que isso não era pra mim.
- Você só não tinha encontrado a garota certa. – doce, Ally falou.
- Ok, já chega de falar de romance. Já bati a cota do dia.
Mani sempre evitava esse tipo de conversa. Parecia autodefesa, mas eu sabia que logo essas barreiras estariam ao chão. Ally e Ted namoravam desde a escola, como Harry e eu. Namoro de igreja sob os olhos dos pais, entende? A convicção dela era clara.
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Gostos Peculiares - REESCREVENDO
FanfictionApós alguns anos, decidi trazer uma segunda versão de Gostos Peculiares. Uma história sensual que irá girar em torno de uma ninfomaníaca dominadora que irá mostrar o seu mundo para uma garota doce e curiosa. E apesar de pertencerem a realidades opo...