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Lauren 

A sensação da água morna escorrendo pelo meu corpo era gostosa, fechei os olhos e me arrepiei em meio a pensamentos impuros. Passei os dedos pelos cabelos ensaboados de condicionador e percorri lentamente meu próprio corpo. Num toque leve, subi os dedos pela coxa esquerda e subi pela virilha lentamente. Desviei um pouco e acariciei os grandes lábios, contornando e causando ondas de sensações em mim mesma. 

Usando a mão livre, subi pela barriga e pressionei um dos seios. Meu corpo estava em chamas, necessitava de atenção, de contato. Não gostava muito de satisfazer a mim mesma, mas lembrar ou fantasiar certas coisas me causava urgência. 

Massageei a entrada úmida e penetrei dois dedos lentamente. Arfei com os lábios entreabertos e puxei o ar elas narinas, sentindo um frio na barriga ao imaginá-la de joelhos com a boca fazendo exatamente o que preciso. 

- Ah, Camila... 

*

Sabia que Camila já havia saído para aula, mesmo ainda não passando das 7:30. Sorri ao verificar que ela havia deixado o café da manhã pronto para mim. 

Não sou mulher de fazer rodeios, sempre sou direta. Mas confesso que me aproximar devagar também é bom. Saber perfeitamente que ela é uma garota completamente fora do meu mundo, que jamais pisou ou tentou algo relacionado ao BDSM me faz sentir coisas. 

Como eu não teria as aulas daquela manhã, remarquei com Grace, puxando a sessão da quarta para hoje. Saí do terreno da universidade na Land Rover branca, presente do meu irmão. 

- Bom dia, Lauren. – cumprimentou-me com a gentileza e polidez de sempre ao me dar passagem.

- Bom dia, Grace. - falei, ocupando meu lugar no sofá escuro. 

- Ficaria surpresa pela mudança de horário se não conhecesse Harvard. Bons tempos. – disse ela, já sentada em sua poltrona de sempre. O consultório era espaçoso e arejado, as janelas de vidro estavam abertas e as cortinas balançavam vez ou outra.

- Acordei disposta e de bom humor. Então resolvi dividi-lo com você, Grace. – me diverti com o sorriso brincalhão da senhora que já me atendia há três anos.

- Hm, que honra. – Grace e suas ironias saudáveis. 

Ela é a única pessoa que conhece minha essência. Admiro seu humor e paciência comigo, preciso dizer, tem dias que nem eu mesma me suporto.

- Tive uma crise nos últimos dias. - contei.

- Dessa vez demorou bastante, quando foi a última? Há três meses?

- Provavelmente. - digo.

- No e-mail que me enviou na semana passada só mencionou o cancelamento da sessão.

- Você sabe como sou quando fico assim. Dá vontade de perder meu réu primário e eu gosto de você viva. - digo e pisco para ela. Ela nega com a cabeça enquanto sorri. 

- Já acentuamos esse quesito. O seu corpo só faz reage aos desequilíbrios. Ele tem necessidades maiores que sua mente e acabada se revoltando contra você mesma quando os ignora. – já sabia daquilo, mas sempre era grata por ela repetir.

- Uma nova garota foi colocada no meu apartamento no campus. – contei. 

- Vocês se deram bem?

- É... – lembrei-me do episódio na biblioteca. – Acho que ela diria não a essa pergunta. – Eu estava sorrindo mesmo? Estava. Era divertido lembrar-me da confusão que eu conseguia fazer nela.

Gostos Peculiares - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora