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Camila

O clima em casa estava amistoso, não sei se posso chamar de trégua, mas é o mais agradável dos últimos dias. Se já é complicado conviver com alguém que você conhece por toda a sua vida, imagine com quem conhece há poucas semanas. Ambos os lados precisam ceder, principalmente se não quiserem arrancar o pescoço um do outro. 

Não sou orgulhosa, mas devo colocar minha saúde mental num degrau acima de algumas tolerâncias. Não é saudável para si mesmo ficar cedendo o tempo todo. Levei alguns anos para deixar de me anular para caber em espaços pequenos demais para mim. 

É sábado e Harry fez a loucura de pegar um avião e vir até aqui. Quis discutir, falei que isso foi impensado e caro, afinal, Miami não fica na esquina. 

Também aprendi que têm brigas que não valem o esforço, afinal, ele já estava na cidade mesmo. Fui buscá-lo no aeroporto. Sorri ao vê-lo um pouco distante, ele acenou para mim e sorriu. O cabelo dele estava batendo no ombro, um pouco rebelde, mas charmoso de qualquer forma. 

Fui em sua direção para dividir a distância, ele soltou a mochila no chão e me abraçou, levantando meu corpo e me girando, o que me fez rir alto e, consequentemente, chamar atenção de quem ia e vinha

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Fui em sua direção para dividir a distância, ele soltou a mochila no chão e me abraçou, levantando meu corpo e me girando, o que me fez rir alto e, consequentemente, chamar atenção de quem ia e vinha. 

Nos beijamos brevemente. 

- Meu Deus, que loucura! Onde você estava com a cabeça? - pergunto rindo. 

- Em você, onde mais ela estaria? Então, meio que a culpa é sua. - ele diz e pisca um dos olhos. 

- E suas coisas hein? - questiono. 

- Amor, não briga comigo, só quero matar a saudade um pouco e ficar perto de você. - ele diz com aquela cara de gato pidão que só ele sabe fazer. Sorrio enquanto balanço a cabeça em negativa. 

Pegamos um uber e logo estamos atravessando o campus da universidade. Pegamos o elevador numa conversa que me mantenha longe de mais reclamações e entramos no meu apartamento. 

- Eu meio que esqueci que agora você mora com uma garota, você acha que tudo bem pra ela eu passar a noite aqui? - ele pergunta, enquanto pego umas coisas na geladeira. 

- Não esquenta. Ela... Não vai implicar com nada. Está tudo bem. - digo, mesmo sem ter muita certeza sobre. Mas o que ela poderia fazer quanto a isso depois de ter trazido mais da metade das alunas desse lugar para dormir com ela? Evito lembrar. 

- Ok. Vem cá... - ele diz com um sorriso cheio de intenções e me puxa pela cintura, tomando meus lábios num beijo lento. As mãos grandes e fortes se fixam em minha cintura, mas não me apertam como bem desejo. Adentro com os dedos seus cabelos e intensifico o beijo, sinto o calor da proximidade dos nossos corpos e pisco os olhos sem entender muita coisa quando ele se afasta. - É melhor a gente parar, isso está ficando... 

- Eu sei. - digo, recomponho-me. 

- Desculpa. - Harry diz.

- Não, tudo bem. 

Gostos Peculiares - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora