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Camila

Como planejado, meu despertador tocou às 7 da manhã. Sabe quando você acorda tão nervosa que dá até dor de barriga? É exatamente a sensação do meu primeiro na faculdade. Logo levantei para fazer minha higiene. Um jeans de cor clara que fazia minhas pernas parecerem grossas, uma camiseta social azul marinho e minhas botas pretas de cano curto. Penteei meus cabelos molhados e passei um batom claro, pois a última coisa que preciso é ser o centro das atenções.

Tranquei a porta ao sair do quarto e senti o familiar cheiro de café da manhã. Devia ter motivo para ficar nervosa agora? Sinto-me boba por isso, mas estou, pois espero que ela goste de mim, seria péssimo conviver por meses com alguém que não vai com a minha cara. 

Caminhei até a cozinha e parei na entrada, vi uma mulher bem vestida com uma blusa branca de botões dobrada na altura dos cotovelos e com uma calça social preta que definia perfeitamente suas pernas e quadril invejável. Engoli o seco.

- Hey, bom dia! – disse ao me ver, limpou as mãos num pano que estava próximo e indicou um assento do outro lado do balcão.

- Bom dia. – cumprimentei sem jeito e segui para o local indicado.

- Desculpa por ontem, precisei resolver umas coisas. – disse ela, sorrindo educada enquanto passava os ovos da assadeira para um prato que já continha bacon.

- Por favor, não se preocupe.

- Mesmo? – perguntou-me ao me passar o prato.

- Sim. E obrigada por deixar a porta aberta, acho que teria me desesperado se estivesse trancada.

- Imaginei. – disse ela com um pequeno sorriso. – Espero estar compensando a ausência de ontem, prazer, Lauren Jauregui. – do lado oposto da bancada, Lauren estendeu-me a mão.

Vi suas sobrancelhas escuras e perfeitamente delineadas acima dos verdes chamativos se erguendo lentamente. Notei que estava olhando diretamente para seu decote farto parcialmente exposto peça casa de dois botões abertos. 

- Camila Cabello. O prazer é todo, Lauren. - Tratei de desviar o olhar e apresso-me em dizer. 

Praguejo-me mentalmente com uma lista nada limitada de xingamentos. 

Ela não é apenas bonita. 

Talvez seja a personificação do próprio adjetivo.

A pele dela é tão branca que dava a impressão que poderia ficar roxa com qualquer coisa, lábios carnudos e rosados, um nariz perfeito com um piercing delicado e seus olhos verdes que pareciam joias raras da mesma cor do mar das Maldivas na melhor época do ano. Ela foi feita pelo maior escultor.

- Meu deus, como você adivinhou que eu não comi nada ontem? – perguntei, admirando meu prato enquanto ela contornava a bancada para sentar ao meu lado.

- Eu já fui caloura e acredite, não consegui comer nada quando me mudei pra cá. – Disse ela de forma divertida.

- Tem certeza que está no curso certo? – disse de boca cheia. Ela riu.

- Eu acho que você não comeu muitos ovos com bacon na sua vida.

- Sério. Você é boa nisso. – falei. Olhei para o lado e a vi com o queixo apoiado sobre a mão e o cotovelo na bancada bancada, seu rosto vestia um sorriso misterioso que fazia ambas as sobrancelhas arquearem. Ela parecia estar estudando cada pedaço meu, tentei não me sentir estranha com isso, afinal, quase desidratei a mulher pouco atrás. 

- Então, em qual período você está? – perguntei interessada.

- Nono. Só mais um ano e estarei livre. - falou ela. 

Gostos Peculiares - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora