Harry Styles
Não posso aceitar isso.
NÃO.
EU NÃO POSSO.
Ela é minha primeira namorada, o amor da minha vida e minha futura esposa, prometemos passar o resto de nossas vidas juntos. Ela prometeu...
Droga, não consigo entender como tudo isso aconteceu de repente. Como é possível que numa semana estejamos bem e na outra desse jeito? Estávamos juntos, senti os carinhos dela e eu vi amor nos olhos dela. Como ela pode não gostar mais de mim?
Todo mundo me diz para aceitar e seguir em frente, todo mundo acha que sabe o que devo fazer, a porra de todo mundo acha que sabe de alguma coisa, mas ninguém está sentindo o que eu estou sentindo, ninguém viveu esse amor que eu vivi.
Preciso ouvir isso da boca dela, preciso olhá-la nos olhos e ver pessoalmente que ela não sente mais nada por mim. Eu... Eu preciso... Droga, não consigo entender mais porcaria nenhuma.
Cheguei no aeroporto de Miami de madrugada e peguei o primeiro voo para Massachusetts. Ela teria que me ver e falar olhando nos meus olhos. Não vou acreditar de outra forma, não vou aceitar isso sem uma boa justificativa.
Entrei no campus da universidade de Harvard sem dificuldades, não me pediram nem sequer uma identificação de aluno. Isso é péssimo, ela não está segura aqui. Só queria que ela me ouvisse, é para o bem dela. Ela devia ceder um pouco, nem que fosse só para me deixar aliviado.
Segui o mesmo caminho que fiz da última vez, entrei no prédio dos dormitórios e peguei o elevador. Estava amanhecendo. Parei na frente da porta e peguei meu celular no bolso de trás.
- Alô? - ouço sua voz de sono.
- Oi, você pode abrir a porta, por favor? - peço de forma cuidadosa.
- Hã? Harry, do que você tá falando?
- Estou no corredor do seu prédio, por favor, você pode abrir? - peço.
- O quê?! - ela altera a voz, afasto o aparelho da orelha num careta. Ouço uma movimentação dentro do apartamento e a porta logo é aberta. Ela está usando pijama e me olha de forma perplexa.
- Posso entrar? - sei que ela não irá me negar isso, mas mesmo assim pergunto. Ela abre espaço e logo tranca a porta atrás de nós.
- O que você tem na cabeça? - é a primeira coisa que ela diz.
- Será que a gente pode conversar? Por favor. - peço.
- A gente conversou, Harry. Conversamos bastante. Te falei como eu estava me sentindo sobre nosso relacionamento, pedi um tempo e depois terminamos. - ela fala de forma acelerada, sei quando ela fica nervosa, ela faz isso. Engulo a saliva, sinto minhas mãos trêmulas, não quero demonstrar o quão desesperado estou.
- Isso, está doendo em mim. Por favor, não me trate como um estranho.
- Certo, você não é um estranho pra mim. - ela diz, passando a mão pela nuca depois de endireitar os cabelos bagunçados pelo sono. - Vou fazer um café.
- Posso usar o banheiro? - pergunto.
- Final do corredor, sabe o caminho. - ela diz e se afasta na direção da cozinha.
Sigo pelo corredor e olho de relance para dentro do quarto dela, a porta está meio aberta. Vejo uma perna... A agonia se apodera do meu peito quando abro a porta por completo e vejo Lauren adormecida na cama da minha namorada. Preciso piscar algumas vezes. Cambaleio para trás.
- Você está dormindo com ela? - pergunto, após chegar na cozinha. Camila me olha incrédula.
- Perdão?
- Vocês duas estão transando? Pelo amor de Deus, não se faça de desentendida, responda de uma vez. - falo, sentindo um mix de coisas ruins no peito.
- Com Lauren? - ela pergunta, fazendo-se de idiota.
- Tem outra mulher morando aqui por acaso? Eu não sou cego, Camila.
- Baixe a voz. - ela me interrompe.
- Naquele dia que a conheci, ela veio cheia de gracinha para o meu lado, eu vi o jeito como ela te olhava. Você está fodendo com ela? Diz de uma vez! - estou com raiva e acabo gritando.
- Não estou transando com ninguém! - ela se defende.
- Isso é pelo fato de eu não poder transar com você, né? Aí você acabou comigo e se aproveitou da situação mais cômoda pra você.
- Você não sabe o que está falando. - ela diz, está chorando. Lágrimas falsas de mentiras. - Eu não te conheço mais. Eu nunca, nunca em todos esses anos pensei em te trair, jamais faria isso contigo, porque sou uma pessoa decente. A gente terminou, não te devo mais satisfação de nada, mas eu digo com todas as letras, não estou transando com ela.
- Está mentindo pra mim, Camila! - tento me aproximar, mas sou puxado pelo braço. Gemo de dor ao senti-lo sendo torcido em minhas costas e logo tenho a cara prensada contra a parede.
- Você vai embora com as próprias pernas ou precisa que eu te jogue no corredor? - é voz da sapatona.
- Solta... - digo sem fôlego.
- Lauren... - Camila a adverte e logo sinto alívio. Respiro com dificuldades.
- Não acredito que teve coragem de me trair com ela... - digo com tristeza. Sinto a vista embaçada e um nó na garganta.
- Não sabia que solteiro traía. - Lauren fala.
- Não faça isso. - Camila se coloca entre eu e ela. - Você tem que ir embora. - ela se dirige a mim.
Nem me dou ao trabalho de responder. Saio do lugar.
- Você precisa se acalmar. - do lado de fora do apartamento, Camila fala.
- Não acredito que você fez isso comigo.
- Não fiz nada com você. - ela diz em impaciência.
- Volta comigo para Miami e vamos esquecer tudo isso, prometo que enterro toda essa merda.
- Você precisa de ajuda. - ela diz e a expressão dela é de julgamento.
- Você vira sapatão e quem precisa de ajuda sou eu? - questiono e vejo o queixo dela cair. - Eu transo com você se isso for te fazer mudar. Abro mão da minha promessa para te fazer voltar ao normal.
- Quero que você vá embora e nunca mais me procure. - ela fala com firmeza. Isso me machuca.
Como ela pode não sentir mais nada por mim?
* * *
* *
A treta acaba por aqui. Eu realmente não gosto desse tipo de macho em minhas histórias, mas decidi manter pela linha de raciocínio da outra versão, acho que vou manter isso. Já postei uma boa sequência por aqui... Devo voltar a escrever os one shots.
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Gostos Peculiares - REESCREVENDO
FanfictionApós alguns anos, decidi trazer uma segunda versão de Gostos Peculiares. Uma história sensual que irá girar em torno de uma ninfomaníaca dominadora que irá mostrar o seu mundo para uma garota doce e curiosa. E apesar de pertencerem a realidades opo...