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Camila

- Não teremos nenhuma sessão antes de ambas concordarem com o contrato, podemos começar a discutir algumas coisas se você não estiver com sono. - ainda na mesa, Lauren explica. Não imaginei que pudesse haver uma burocracia assim, o que desperta ainda mais minha curiosidade. 

- Estou sem sono. - digo. 

Estou na cama, esperando ela escovar os dentes. Batuco os dedos na coxa exposta pelo shorts pequeno e ergo a cabeça quando ela entra com um notebook em mãos. Observo-a atentamente se acomodando ao meu lado, deixando as costas apoiadas. 

- Não há motivos para termos complicados, citarei algumas práticas e você dirá se tem interesse, poderá ler tudo depois. - ela explica. 

- Ok. 

- Como disse antes, não necessariamente envolve sexo, mas há praticas com objetos sexuais. Nada ocorrerá sem seu devido consentimento ou fora dos seus limites físicos e psicológicos. - Lauren explica, acessando um documento. 

- Você faz parecer complicado. - sou sincera. 

- São termos necessários, precisamos disso. Suas vestimentas, prefere usar roupas comuns? Iniciar com lingeries? Nua? 

- Roupas comuns. - digo sem titubear, sentindo minhas orelhas esquentarem. Ela digita. 

- Você tem alergia a algo? 

- Não que eu saiba. - respondo.

- A nenhum tipo de remédio? Comida? Produto de limpeza? Pense direito. - Lauren pede. 

- Que é hein? Vai me mandar fazer uma faxina por acaso? - pergunto, querendo rir. 

- Preciso saber como cuidar de você caso haja alguma reação, é importante que lembre. 

- Sem alergias. - digo. É uma nova postura que estou conhecendo, esse jeito cuidadoso... Eu não sou a pessoa que fica envergonhada com tudo, mas não dá pra conter quando ela se expressa assim. 

- Você aceitaria ser assistida por terceiros? - Lauren pergunta.

- Hã? Não! Claro que não. - digo de imediato.

- Tudo bem, não precisa fazer essa cara. 

- Olha, isso não é comum pra mim. Estou abrindo mão de muita coisa para assumir pra mim mesma e pra você que quero fazer isso. - explico, seu olhar é analítico. 

- Eu sei e vou fazer valer a pena cada passo que você dá na minha direção. - a voz rouca diz, gerando arrepios e xingamentos mentais em minha pobre cabeça bagunçada. Engulo a saliva. 

- Sobre normas de tratamento e de conduta. Deve ser educada, referir-se a mim como "senhora", deve me responder com "sim ou não, senhora" em devido tom. Sem palavrões, considero falta de educação. E sem surpresas dá sua parte, não deve me esconder nada, absolutamente nada. Sempre respeitarei e observarei os seus limites, irei sempre perguntar sobre o seu conforto e você deve ser sincera. 

- Sim, senhora. - digo, sorrindo um tanto sonsa em sua direção. Ela ergue uma das sobrancelhas. Nunca conheci alguém que me provocasse tantas sensações sem nem abrir a boca para falar. Ela é capaz de me atingir de uma forma que não sou mais capaz de controlar e a curiosidade nem sequer me deixar pensar em fugir disso. 

- Sobre as práticas de imobilização. Lembra-se de como aquela submissa estava presa com as mãos acima da cabeça no vídeo? 

- Sim. - respondo, ganhando as imagens ainda nítidas na mente, o que deixa minhas pernas inquietas, atraindo o olhar perspicaz dela. 

Gostos Peculiares - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora