Camila
Harry estava tentando falar comigo.
- Um pouco tarde para um surto de consciência. - digo.
- Eu errei, eu sei. Peço que me perdoe, não sei onde estava com a cabeça, princesa. Reconheço, fui um idiota. - ele diz. Reviro os olhos e estalo a língua.
- Temos uma história, Mila.
- Olha, não sei se consigo continuar.
- Camila, por favor, pensa direito, não podemos jogar fora todos esses anos. Eu errei e peço perdão por ter falado aquelas coisas, por favor.
- Você foi cruel, preconceituoso e estúpido. - digo.
- Sei que te magoei, mas... Esse término está acabando comigo também. Por favor, não desiste da gente. - a voz dele é trêmula. Suspiro de olhos fechados.
- Me dá um tempo. - digo.
- Ok. O que você precisar. - Harry fala.
- Vou desligar, boa noite.
- Boa noite. Eu te amo. - ele diz. O silêncio que se estabelece é incômodo, sei que ele espera que eu fale de volta. O costume me faria facilmente falar, mas a mágoa não me deixa dizer. Finalizo a ligação.
Fico deitada encarando o teto.
Olho para a porta aberta ao ouvir leves batidas. Lauren está apoiada, usa uma calça de moletom branca e uma blusa de alças da mesma cor, posso ver a marca dos mamilos e o formato dos seios.
- Posso? - ela me faz subir os olhos. Limpo a garganta e assinto. Ela entra e senta na beira da cama, está bem ao lado, posso sentir seu cheiro de banho recém tomado. O cabelo preso num coque desajeitado e os lábios rosados chamam atenção e me repreendo mentalmente por estar olhando tanto, afinal, vejo ela dessa forma todos os dias e não há nada de novo. - Gosta do que vê?
- Não tenho muitas opções. - digo e ela ergue as sobrancelhas enquanto sorri.
- Seu estresse tem nome?
- Nome, sobrenome, altura, corte de cabelo, tudo. - digo.
- Claro que tem. Quer esquecer? - Lauren pergunta.
- Como? - pergunto, sentando-me.
- Pegue o presente que te dei. - ela diz.
- Acha mesmo que vou te deixar usar aquele treco em mim? - querendo rir, pergunto.
- Acredito que já exista uma relação de confiança entre nós duas. Estou errada? - Lauren pergunta, me lançando seus verdes agora escuros.
- Não para me masturbar, sinto muito. - rindo, digo.
- Eu nunca irei te tocar sem a sua permissão, nunca, em nenhum sentido. Não sou esse tipo de mulher, sempre irei respeitar os seus limites, bem como os seus nãos. Não pretendo te masturbar. - ela fala com seriedade e segurança.
- Você tem que concordar que é um pouco difícil confiar tanto em você nesse sentido. - digo.
- Apenas pegue.
Solto o ar de forma profunda e saio da cama. Pego o bendito pacote no closet e volto, entregando para ela. Observo atentamente quando ela abre a pequena caixa e pega o vibrador aparentemente inofensivo e delicado.
- Este formato se chama "bullet". - ela diz.
- Faz jus ao nome. - digo, já que a tradução literal aponta para bala ou projétil.
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Gostos Peculiares - REESCREVENDO
FanfictionApós alguns anos, decidi trazer uma segunda versão de Gostos Peculiares. Uma história sensual que irá girar em torno de uma ninfomaníaca dominadora que irá mostrar o seu mundo para uma garota doce e curiosa. E apesar de pertencerem a realidades opo...