Safira Pimentel: Rainha da Noite

CAPÍTULO XXVII

Safira Pimentel

Não sei quem foi o gênio que mandou ele vir aqui, com certeza tem dedo de Hugo nessa história, mesmo assim eu quero que ele vá ao inferno!

Está lindo como sempre. Parece que o tempo que passei dormindo o fez bem. Ou pode ser apenas uma bela de uma faixada. Esta todo de preto, do terno ao sapato, o que significa que seu humor esta do cão hoje. Ótimo, porque eu estou pior!

Entro como um furacão seguindo direto pra cozinha. Sinto sua presença logo atrás de mim, então paro e me viro pra encara-lo.

— Se me dê uma chance de resolver as coisas... - ele tenta.

— Resolver?! resolver?! Você me deixou sozinha quando eu estava em coma naquele hospital POR SUA CAUSA! - perco a paciência e grito a verdade na sua cara. Vou até a sala procurando distância dele.

— SE FOR PRA JOGAR NA CARA, POR QUÊ NÃO ME CONTOU SOBRE A RAINHA? - ele grita de volta me  dando um susto, mas não deixo transparecer.

— Porque quando estávamos juntos eu já não era mais.

— Porra Safira, eu tirei sua virgindade, te caçei feito cão, enquanto você estava embaixo do mesmo teto que eu?! Sinceramente acho que o errado aqui não é apenas eu - ele senta no sofá e puxa os cabelos, que fique careca!

— Não estou dizendo que sou a certa. Sei que errei em omitir sobre o meu passado. Mas tenho motivos de ter feito o que fiz e se acontecesse de novo faria as mesmas escolhas e sabe o por quê?!

— Não, por quê?

— Porque foi pelo homem que me deu de tudo na vida que fiz, porque mesmo nessa vida Deus colocou pessoas maravilhosas no meu caminho, foi por essa escolha que sou o que sou hoje, que me tornei o que sou, que estou aqui.

Ele me encara vendo a sinceridade em meus olhos e palavras. Se levanta e para na minha frente.

— Eu le peço desculpas pela minha atitude. Sei que deveria tê-la escutado primeiro. Mas imagina se fosse o inverso, com certeza você tentaria me matar por não ter contado. - dou um sorriso fraco e toco em sua face. O mesmo fecha os olhos enquanto o acaricio.

— Eu entendo e te perdoo - ele abre os olhos e me encara.

— Não precisa me explicar nada. O próprio Levka já me contou. Só fiquei bravo e pensando mil e uma coisas pela nossa situação, por não ter confiado em mim.

— Eu iria te conta, mas no momento certo e na hora certa - olho a noite lá fora que não esta diferente do clima que esta aqui. Tenso e triste. Nem a lua quer ver minha fuça hoje.

— Então... Estamos bem? - ele tenta me abraça mais não deixo e passo por ele indo até a porta abrindo a mesma.

— Quero que vá embora Fernando.

— Eu pensei que tinha me perdoado.

— E perdoei.

— Então porque cacete quer que eu vá embora?

— Eu disse que te perdoava e não que voltava pra você - encaro a parede a minha frente pra não vê sua cara. De canto de olho vejo quando pega o celular e liga pra alguém avisando que vai descer.