prologo;

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New York, Hornell.

Hornell era uma cidade bonita e aconchegante. Interior de New York, escondida entre todas aquelas cidades grandiosas e exuberantes. Fundada em 1790, trazia consigo seus nove mil habitantes e toda sua estrutura rustica e adorável como uma digna cidade do interior. O inicio do verão havia chegado, trazendo consigo o ar fresco e raios de sol iluminando todos os lugares. Uma cidade feliz, de pessoas simples e prestativas que sempre recebiam todos com sua recepção tanto quanto calorosa.

Mas alguém... Alguém no meio daquilo tudo não era tão feliz assim, e nem vivenciava todas aquelas coisas boas que da pequena cidade. Georgia Roe. Georgia, um pais localizado na Europa Ocidental, sua capital é Tbilisi que também é sua maior cidade foi a inspiração para seu primeiro nome. A garota não sabia, mas esse nome fora uma escolha que de seu pai.

Um belo nome, para uma bela garota.

Se chamava Vegas Club, mas de Vegas tinha apenas o nome, aquele lugar não era nada luxuoso ou bem frequentado. O lugar velho e mal cuidado denunciava que ali era o lugar onde vários homens procuravam e ansiavam pelo prazer, como porcos sedentos por alimento.

Repulsivo.

A maioria das garotas ali se acomodou, outras saíram logo que entravam, não eram capazes de suportar tal absurdo, mas Georgia, se sentia fraca e impotente demais por nunca ter tomado essa decisão... Na verdade, ela nem poderia sequer escolher se iria embora para nunca mais voltar. Largar aquele lugar era sinônimo de voltar a pobreza mais uma vez, e isso fazia a garota se desesperar.

Seu irmão precisava dela, e seu corpo precisava de um lugar para descansar.

O corpo denunciava todos os maus-tratos que tivera naquela noite. Foram mais de quatro homens, a garota sentada na cama com as costas na cabeceira pensou. Tragou mais uma vez seu cigarro, que tamborilava entre seus dedos na tentativa de amenizar toda dor física e psicológica. Precisava ser forte, aguentar só mais um pouco e logo estaria longe dali. Mordeu os lábios secos devido a falta de liquido e o quanto seu corpo trabalhou, mesmo inconsciente. Ingeria drogas e as regava com boas doses de álcool, sóbria não conseguiria lidar.

Pensava com os olhos fechados para que lagrimas atrevidas não denunciassem o quanto era fraca.

Com bastante dificuldade e enorme incomodo entre as pernas conseguiu arrastar seu corpo até a beirada da cama, seus pés tocaram o chão gélido e a garota se encolheu, logo se abraçando, caminhou com passos leves até o banheiro, jogou água em seu rosto e colocou sua velha e surrada calça jeans, voltou para o cômodo onde estava a cama e pegou seu tênis colocando os mesmos em seus pés. Pegou sua bolsa, logo saindo e batendo a porta com força para que fechasse.

A fechadura estava estragada, e o dono odiava portas abertas.

Desceu as escadas rapidamente, ouvindo o enorme rangido e adentrou o corredor buscando pelo balcão, onde pegaria seu dinheiro e levaria pra casa naquela manhã.

Já não existia brilho em seus olhos, e muito menos esperanças. Estava vazia.

Todos seus atos ali eram mecânicos, e vez ou outra precisava engolir a vontade de vomitar ou sair correndo. Só queria ter uma vida normal, como todas as outras garotas de sua idade, pensou, enquanto batucava as unhas no balcão aguardando por Sebastian, o homem robusto, e com seus cabelos já brancos que era dono daquela espelunca.

Lorelai, uma das mais velhas e tinha pena da garota. Tão nova, bonita e se deixando acabar assim, pensava todas as vezes que a via descendo as escadas. Georgia merecia algo melhor, garotas bonitas e daquela idade não mereciam e nem poderiam estar ali.

Mas, o que Lorelai iria fazer? Cuidava da garota ali dentro como se fosse sua filha, mas não tinha dinheiro suficiente para ajuda-la, caso saísse dali e sabia que Georgia precisava trabalhar, precisava sustentar a casa e seu irmão, que era sua vida, a única coisa que havia restado. A mãe de Georgia havia se entregado ao alcoolismo, e ao namorado que queria apenas um pouco do dinheiro que ela pegava de sua filha.

Diana sempre a pressionava para que conseguisse um emprego, ou, para que pelo menos trouxesse dinheiro pra casa, e quando se passou a noite, logo cedo a garota chegou com o dinheiro e entregou em suas mãos, não fez questão de lhe questionar de onde havia vindo, apenas pegou e foi alimentar seus vícios.

A historia da garota estava longe de ser um belo romance com uma família harmoniosa em Hollywood... Mas daria um bom filme.

 Mas daria um bom filme

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