Jogava uma bola de basquete miniatura para cima, a mesma que ganhei no ensino médio quando jogava e era o melhor. Basquete era meu esporte favorito, foi a única vontade que herdei do meu pai... Ele amava jogos de basquete, apesar de não deixar transparecer muito. Quando chegava em minhas mãos, a lançava de volta enquanto a secretaria eletrônica do meu quarto soava com a voz de Meredith, minha mãe, e algumas vezes Brittany, também esbravejava por todas as vezes que me ligou e eu não tive a mínima vontade de atende-las.
Precisava trocar de numero.
Não queria, e nem iria atender aos chamados que surtavam em meu telefone.
Minha cabeça doía, mas a ressaca moral do que havia feito noite passada parecia dar golpes certeiros em meu rosto. Golpes maiores e melhores do que havia dado no rosto de Patrick. Ele havia merecido ontem mas devido a bebida que enjeri, meu subconsciente dizia que ele merecia muito mais.
Não me arrependia, mas perder a namorada e a luta deve ter sido devastador para o meu rival.
Louise era boa e sempre vinha parar em meus braços quando brigava com seu namorado. Mas, ontem, em especial, ela o deixou sofrendo de dor e veio para o meu apartamento sem se importar com as consequências, ou, com o fato que dela eu queria apenas sexo.
Deus tenha piedade de mim em ter que aguentar aquela voz estridente por mais de duas horas.
Ri baixo com meus pensamentos e tirei o lençol que caiu em meu colo. Encarei o lado da cama vazio unindo as mãos em um high-five. Ela era esperta o suficiente para entender que deveria ir embora quando terminássemos, mas as vezes ela começava com aqueles assuntos inúteis de namoro, amor... Essas coisas que me tiravam do sério e faziam com que perdesse a vontade.
Sempre ia nas lutas que aconteciam na Arena Black House, era uma das coisas preferidas em meus dias desde quando descobri. O errado, proibido, sempre havia me chamado muito atenção, sempre aguçava todos meus sentidos e meus pés quase iam sozinhos quando tentava falsamente relutar.
Luta clandestina.
Naquele lugar valia tudo, até mesmo desferir golpes em seu rival até a morte. No outro dia ninguém iria saber o que havia acontecido e na maioria das vezes ignoravam já que se encontrava no Brooklyn.
Nunca fui alguém que sempre teve em mente honrar seus pais, seu país e toda sua família. Na verdade, eu nunca tive oportunidade disso, já que sempre fui o filho-torto da família Rudenko.
Me recusava a ignorar meus sonhos e vontades para viver a mercê de tudo que Meredith colocava na mesa.
Meredith, minha mãe, eu a amava, mas o dinheiro sempre valeu mais do que qualquer um de seus filhos. Dinheiro e luxo sempre estava acima de mim, Victor e Alba, e esse consequentemente foi um dos motivos das várias separações do meu pai. Ninguém suportaria viver ouvindo o quanto dinheiro era importante todos os dias da sua vida, nem mesmo meu pai, o homem mais paciente do mundo teve.
O que era triste, ele era a única pessoa que havia amado Meredith mais do que a própria vida.
Caminhei em direção ao banheiro vendo que meus dedos estavam nitidamente machucados por causa de ontem. Cocei a cabeça, vendo o quanto aquilo me traria problemas e fui em direção a pia enfiando a mão por baixo da torneira, e em seguida soltei um urro de dor.
Aquela porra ardia para o senhor caralho.
Fechei e abri a mão repetidas vezes, me certificando que ainda podia usa-la. A dor foi tanta, que jurava que havia acabado de perder os movimentos da mão. Despejei pasta de dente na escova, levando a mesma até a boca e repetindo aquele movimento várias vezes, até que o barulho irritante do interfone ocupou todo ambiente, cuspi, e segui em direção para atender.
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THE REFUGE ✔
RomanceGeorgia Roe levava uma vida diferente da maioria das garotas de sua idade. Era difícil. Era caótica. Em meio a perdições e ambientes ruins, havia algo que lhe fazia bem e ela amava acima de tudo, e se chamava Calleb, seu irmão mais novo, por isso, d...