28 | georgia roe

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— Você precisa me ajudar. — A voz aguda da loira interrompeu a risada de Margot enquanto caminhávamos pela praia.

Me permiti respirar aquela brisa gostosa, enquanto sentia o vento e logo no fundo, tinha o prazer em ouvir o barulho das ondas encontrando com as rochas que estavam ali.

Decorando o lugar.

O fim da tarde estava lindo, formando todas suas constelações nos convidando a apreciar mais um pouco. O barulho das ondas era como um calmante injetável. E enquanto a brisa acariciava meus fios, eu não me dava o trabalho de conserta-los e nem me preocupar com a desordem.

Abri os olhos, respirando fundo, tentando me concentrar em algo que não fosse a carranca de Luke logo quando soubesse da catástrofe... Veja bem, não estou querendo ser dramática, e nem nada do tipo... Bom, é o que eu espero. Luke ama sua irmã, e faz dela algo intocável.

Eu espero que ela esteja intocada até hoje, pelo bem de todos.

— Alba, nós estamos muito bem e eu não quero brigar com ele. — Respondi calma, porém, direta.

Não concordava nem um pouco com a maluquice da mais nova. Seu irmão ficaria possesso ao saber que Alba arquitetou todo esse plano maluco durante um mês. Eu, com toda certeza, não esperava uma reação muito calorosa de Luke. O loiro protegia Alba com garras e dentes, sendo capaz de passar por cima de qualquer ser vivo, inclusive, seu novo namorado...

... É, Alba estava há um mês namorando.

— Eu sei que estou errada. — Murmurou baixo, encarando suas mãos unidas com a mão do garoto, que até então, estava em silencio se deixando intimidar pela situação.

— Ainda bem que você está ciente disso. — A ruiva respondeu, antes mesmo que eu abrisse minha boca para dizer exatamente o mesmo.

— Você deveria ter conversado com seu irmão antes, Alba. Você trouxe o garoto para cá, sem dizer sobre ele. Isso não é legal, seu irmão vai ficar magoado. Ele confia muito em você... E você já pensou na situação do garoto? — Fui sincera, assumindo o papel de mais velha e tentando fazer com que Alba encarasse o problema.

Não gostava de sermão, mas pelo semblante de Alba, percebi que assumir aquele papel maduro seria necessário. A menor não fazia ideia da proporção da situação, não quando seu irmão, além de super-protetor, não tinha noção que ela cabulava aulas para se encontrar com o garoto. E eu não precisei de muito para tirar essa conclusão.

— Vamos fazer assim — Mordi os lábios, torcendo para que aquela fosse uma solução pacifica. — Convide o garoto para jantar conosco hoje — A figura loira arregalou suas orbes azuis, assustada. — Você não quer se livrar disso? Quanto antes, melhor. Eu vou conversar com Luke.

Rolei os olhos ao ouvir seus gritos agudos em comemoração. E todas as coisas que ela dizia sobre eu ser a melhor cunhada.

Melhor pessoa.

Melhor ser humano.

Melhor tudo que existia na terra.

Alba estava me colocando em um pedestal acima de Cristo, e eu rezava junto com ele para que tudo ficasse bem.

— Você é a melhor cunhada que eu já tive! — Alba plantou um beijo animado em minha bochecha, logo abraçando o garoto que sorria tímido.

— Olha... Para ela dizer que você é a melhor cunhada depois de tantas — Margot soltou o veneno, deixando no ar o final. A encarei tentando não rir do comentário, enquanto Alba lhe mostrava a língua.

THE REFUGE ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora