10 | luke rudenko

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Arrependimento:

Pesar ou lamentação pelo mal cometido.

Negação ou desistência de algo feito ou pensado em tempos passados.

Uma das poucas vezes que senti o arrependimento dilacerar meu peito foi quando traí Brittany pela primeira vez, aquele ato, erro ou acidente — como alguns gostavam de chamar — não se passava pela minha cabeça e por isso me assombrou por muito tempo até sua descoberta. Nós éramos o típico casal americano sonhado por todas as garotas e até mesmo alguns garotos. Rudenko, aquele nome influente de uma família com tanto dinheiro que os valores nunca foram divulgados ao total e era reconhecido pela popularidade no colégio, beleza e talento em qualquer coisa que fizesse. Já Brittany era linda, dócil, gentil e muito gostosa. No começo daquele inocente relacionamento eu realmente cheguei a pensar que nós casaríamos e viveríamos o famigerado felizes para sempre que era a meta de qualquer casal feliz.

Acho que nessa época eu estava abusando das drogas, porque nada daquilo se concluiu um tempo depois.

Até que em uma festa aconteceu o erro: bebidas e body shoot. Chloe era gostosa demais para ser apenas um vislumbre, eu queria toca-la e fazer sentir todo prazer que eu poderia proporcionar, e sabia pelos corredores que ela também queria isso... Os corredores nunca mentiam, podiam até aumentar, mas mentir era impossível.

Se passou apenas uns dias até minha namorada chegar no meu quarto quebrando todos os meus pertences e gritando o quanto eu era um filho da p*ta sem coração, e ela também frisou no quanto estava quebrada. Me recordo de levantar num pulo e ver seu rosto coberto por lágrimas e aquele sentimento que dilacera qualquer ser humano se tornou presente e agressivo. Foi um escândalo entre nossas famílias também, é claro. A união de dois impérios influentes estava ameaçada porque eu era imbecil demais pra guardar o pau dentro das calças, mas estava pouco me fodendo pra isso.

Nunca me importei com dinheiro, com toda essa atenção que recebíamos ou até mesmo com toda ganancia que acabava com nossa família cada dia mais.

Mas esse sentimento me atormentou também da mesma forma pela segunda vez. E fora aquela noite no Tiki's Bar, onde estava acontecendo uma comemoração, e mesmo depois de enjerir umas boas doses de álcool aquele olhar me fez perceber o quanto eu tinha sido idiota e imaturo. O mundo não gira em torno de você, Rudenko... Aquelas palavras ficavam atormentando minha cabeça como se o vizinho no andar de cima tivesse uma banda de rock. Procurei ela por todos os lugares naquela noite, queria me redimir e dizer o quanto estava errado e ela também estava errada. Georgia era interessante, e linda.

Agressivamente linda.

Como ela pode pensar que disse aquelas coisas para que ela se sentisse menos do que realmente era?

Seu olhar persuasivo que conseguiu fazer com que eu me sentisse um lixo. Um olhar de magoa, misturado com tristeza e pela primeira vez ela não me socaria com um sorriso e diria o quanto sou irritante. A garota também não ia gritar, nem brigar ou até mesmo invadir meu quarto quebrando tudo em cima de mim mas sim optar pelo silencio.

Ela estava magoada pelas coisas que disse á Costigan, — mas ainda assim eu tinha plena e total certeza que ele queria se aproximar dela para me atingir. Filho da puta.

Foram alguns dias de tortura com bom dia, boa tarde e o necessário, estava nitidamente magoada e pior: fez com que seus amigos me matassem apenas com o olhar.

Ela era boa em chutar meu traseiro sem precisar de força física.

Aquela garota tinha uma pedra no lugar do coração e nem minhas covinhas aliviaram todo aquele ressentimento... Na verdade era mais fácil Georgia me jogar dentro de uma cova.

THE REFUGE ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora