epilogo.

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As pequenas mãozinhas dedilhavam meu rosto como se quisessem descobrir mais. Eu sabia que era Autumn, ela fazia isso exatamente todos os dias. Minha pequena se despertava e pulava para nossa cama, com toda sua ousadia, diminuindo o espaço e deitando no nosso meio, mesmo que não tivesse espaço para seu pequeno corpo, ela o fazia todos os dias. Extremamente carinhosa como era, me beijava o rosto até que eu despertasse e fazia o mesmo com seu papai. Era um doce de menina, nossa alegria em vida. Abro meus olhos e deparo com quatro orbes azuis estudando meu rosto com atenção. Reed é bem mais silencioso que sua irmã, mas seus olhos espantados para baixo da cama só podem me dizer, que como seu pai, ele é péssimo em guardar segredos e provavelmente, Autumn vai xinga-lo de tudo que sabe pela sua falta de comprometimento com a pequena grande missão. O exército comandado por Autumn não permitia erros, a pequena era uma mandona com ph.

— Bom dia mamãe. — Meu bebê, mesmo com quatro anos, ainda meu bebê. Para sempre meu bebê, sorri com seus dentinhos adoráveis. — A Autumn que mandou eu fazer isso. — Dou risada quando vejo o pavor em sua expressão, e logo a pequena lhe manda um olhar bastante sugestivo.

— Bom dia mamãe. — Ela se senta por cima dos seus joelhos enquanto bate os longos cílios ao me olhar.

— Bom dia, meus amores. O que vieram fazer tão cedo hoje? — Beijo a bochecha de cada um deles, sentindo o cheiro adorável que minhas crianças carregam enquanto Luke apenas observa toda situação com um sorriso alegre. É sempre assim, desde a primeira vez, Luke nunca mudou o brilho em seus olhos.

Muito menos o amor por sua família. Era isso que o mantinha vivo, nos observar todas as manhãs, se certificando que éramos cheios de amor apenas por seu olhar. Nada mudou, até aqui. Nós ainda, e sempre, seremos o lar um do outro.

O latido ecoa no ambiente e as duas figuras perversas arregalam seus olhos como se o segredo tivesse sido descoberto.

— Papai. — Autumn choraminga, jogando sua pequena cabeça para trás. A minha garota era boa com a manipulação.

— Ela é idêntica a você, olhe bem pra isso. — Minha risada ecoa enquanto as mãos grandes de Luke aninham nossa pequena em seu colo, acariciando seus fios e ela para de chorar.

— Papai, a Autumn me acordou e mandou eu vir aqui com o Pluto, eu avisei que era uma má ideia, mas ela quis assim mesmo. — Luke e eu seguramos a risada enquanto nosso filho dava sua versão de toda história. Era assim, Autumn era uma agente do caos bem perversa, e ela ameaçava seu irmão com tudo que ele gostava caso ele não cumprisse seu papel no jogo.

— Ele é idêntico á você, sabe disso, não é? — Encarei Luke tentando não rir. — Não é preciso aperta-lo muito para fazer alguma confissão.

— Ei! Eu não sou assim.

— Ontem eu precisei te encarar apenas uma vez para saber se era você ou Bastian que haviam destruído meu jardim com aquela máquina. — Rolo os olhos.

— Ele não sabia cortar grama.

— Ah, meu amor. Você é tão bonzinho, mas tão bonzinho que vai plantar novamente cada folhinha destruída. — Lhe beijo os lábios enquanto ele resmunga qualquer coisa.

— Papai. Quando vou poder beijar meu namorado igual você e a mamãe? — De repente a luz do sol que invadia nosso quarto se transforma em escuridão.

Luke passa suas mãos pelos fios loiros enquanto me encara rindo. Reed se aninha em meu colo enquanto encara seu pai com atenção.

— Você não pode beijar garotos, tudo certo? — Autumn assente atentamente, mas como conheço minhas crianças, sei que vem uma solução por aí.

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