Capítulo Sete- O Infiel Sr. Watson

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Como todo bairro pequeno, algumas pessoas eram bastantes conhecidas pela redondeza, grandes exemplos é Thomas, Holland, Mia, Mari, o Aquarius Café em si, e agora, provavelmente o mais conhecido era Billy Watson, o advogado oficial da população sulista daqui.

Mais conhecido como sr.Watson, ele era um verdadeiro "boa-lábia", algo que para mim, acabava me deixando desconfiado se aquela pose reta e máscula era somente faxada para conquistar respeito.

No café ele mantinha essa pose de homem importante, costumava aparecer às vezes com seus filhos, ou sua esposa e bem recorrente com suas amantes muito mais novas que ele. Para ser honesto, não via problema nisso.

Pelo que eu ouvi de Jared – amigo de Thomas que aparecia aqui fofocar com o mesmo – Billy estava no auge dos quarente e cinco anos e estava mantendo um caso extraconjugal com sua vizinha de trinta e sete anos – também casada – e com uma universitária de vinte e quatro anos.

Nas palavras preconceituosas, idiotas e machistas de Thomas, um verdadeiro pegador. Era nessas horas que eu tinha vontade de jogar litros de café no meu gerente abestado.

Seguindo as palavras de Holland, eu admitia que às vezes eu prestava mais atenção na vida dos meus clientes do que no meu próprio trabalho, mas para um rapaz quieto e um pouco anti-social como eu, acabou isso virando um hobby vicioso que resultou neste blog.

Teve uma vez – à um tempão – que no fim do expediente eu o encontrei se agarrando com uma das garçonetes da cafeteria, na dispensa. Aí eu não sei dizer se ele soube pela minha fama de "fofoqueiro" ou se Sara – uma biscate na minha opinião – contou para ele sobre meus planos e anotações para meu futuro – na época – blog.

Com sua voz firme e alta, ele botou Sara para correr, deixando apenas eu e ele naquele local fechado que cheirava à cafeína. Ele perguntou meu nome, eu disse "Tobin", e ele disse um forte e amendrontador "Meu Caro, Tobin", que na hora, fez meu estômago revirar de medo.

Ele acendeu dois charutos, um para ele, é surpreendentemente outro para mim – legalmente, um jovem de dezoito. Não teve como recusar, só de imaginar que eu nunca teria outra oportunidade de pegar em algo tão caro como aquilo, eu aceitei de imediato. Sem mais nem menos, ele deixou duas notas de vinte e uma de cinquenta em cima da bancada de apoio e foi embora, sabendo que naquele momento, ele havia conseguido meu silêncio garantido.

Saí da dispensa e não tinha mais ninguém ali, sobrando eu para fechar o estabelecimento. Sentei num dos sofás de couro da cafeteria, e acendi o estranho – e chique – charuto. E naquele momento eu tive o pensamento que qualquer suburbano sulista teria: eu me sentia o poderoso chefão!

Com o passar dos dias eu comecei a espera-lo na cafeteria, louco para saber se começaria a ganhar uma gorjeta, porém, Billy não apareceu mais, nem ele nem a sirigaita da Sara.

Ansioso por notícias – traduzindo: fofocas – eu perguntei para Thomas e Jared, os vencedores neste requesito. Eles se entreolharam, trocaram olhares como se aquilo fosse um segredo, mas logo contaram de vez.

A senhora Watson havia pego ele no flagra com Sara – uma das (agora) três amantes – e pelo que eles souberam a mulher deu uma boa lição na base no punho nos dois amantes.

Agora, ninguém sabe quais são os próximos capítulos dessa "novela", mas para mais notícias, eu atualizarei esse post.

Abraços, Tobin.

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