Capítulo Sete

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P.O.V Gustavo
Os meninos acabaram de sair daqui de casa e eu estava no meu quarto assistindo a um jogo de futebol americano que estava sendo transmitido pelo canal de esportes até que ouço batidas na porta. Ignoro o máximo que posso mesmo sem saber quem era, não estava a fim de ser incomodado, mas então vejo meu quarto ser invadido pela Sophie. O que será que essa garota está fazendo aqui hein?!

— Você é louca ou se faz hein? Sai logo do meu quarto. - Falei levantando da minha cama e a empurrando em direção a saída.

— Não! Precisamos conversar - Ela falou tirando a minha mão que apertava o seuu braço na tentativa de expulsa-la dali.

— Mas eu não quero falar com você, então vaza daqui agora. -Falei novamente, dessa vez com um tom mais rude.

— Problema é seu. - Como assim? O problema é meu? Será que é a Sophie mesmo que está ali?! Olhei para ela surpreso, pois nunca ela se posiciona dessa forma. De onde saiu tanta contagem hein? - Acho que já está na hora da gente resolver os nossos problemas e nossas desavenças. - Ela continuou, achei aquilo engraçado, ela falando desse jeito me lembra quando éramos pequenos e a gente brigava porém tinha que me manter firme.

— É mesmo irmãzinha? Legal aí, te parabenizo pela tentativa, mas se você não quiser dar uma de louca e ficar aí plantada falando sozinha é melhor sair agora do meu quarto. - Eu digo a olhando sério e logo após desviando o olhar para o jogo que estava assistindo antes de toda aquela cena.

— Eu não ligo. - Ela diz entrando na frente da televisão. Olhei para ela com um pouco de raiva, pois ela estava a atrapalhar o meu jogo, e além do mais, quem ela acha que é para vim aqui no meu quarto e me enfrente desse jeito? Perceber que ela titubeou um pouco, achei que iria desistir de continuar com a "nossa" conversar, mas ela prosseguiu. - Isso mesmo Gustavo, eu não ligo, se você não quer falar, tudo bem, então senta aí que você vai ouvir. - Ela respirou fundo e continuou. - Eu realmente não sei o que te fiz para você me tratar tão mal assim! Do nada você mudou, quando éramos pequenos nós éramos mais unidos, brincávamos mais, corríamos por aí e conversávamos como dois irmãos fazem. Mas do nada tudo mudou, de uma hora para outra você começou a me tratar de maneira diferente e eu não sei o porque disso, eu não quero que você volte a ser a criança que você era antes, na verdade eu até quero, mas se isso não for possível tudo bem, eu só queria de verdade entender o porquê disto tudo, de todo este desprezo. - As palavras dela me chamaram atenção, então rapidamente desliguei a televisão e olhei para ela atentamente, queria ver até onde ela chegaria. Sentei-me na cama, passei as mãos pela cabeça processando tudo que ela tinha dito e voltei a encara-la, esperando ela dar continuidade ao sei discurso.

— Tudo bem, já falou o que queria, agora já pode sair do meu quarto. - Eu disse ao ver que ela não diria mais nada e apontei para a porta. Achei que tinha terminado por ali, mas pelo visto eu estava enganado.

— Sabe, eu realmente tentei. Eu realmente queria entender o que está acontecendo com você, comigo, entre nós, eu queria resolver isto que rola entre nós, porque não sei se você reparou mas está afetando as pessoas a nossa volta, está afetando a mamãe e o papai. Mas tudo bem, você não quer certo?! Tem todo o direito de permanecer calado. Porém já vou deixando aqui as minhas sinceras desculpas por tudo isto que está acontecendo, por tudo que um dia eu te fiz sem ao menos saber, por todas as vezes que te magoei de alguma maneira sem perceber. - Nesse momento ela já chorava. Eu não conseguia falar nada, fiquei ali estático, sem ao menos esboçar uma única expressão e então ema saiu do meu quarto voltando para o seu.

Após ela sair eu levantei e tranquilo a porta, voltei para a cama e me deitei. Minha cabeça já explodia, eu tentava processar tudo o que ela falou,  minha vontade era de abraça-la quando começou a chorar, de dizer que estava tudo bem, que tudo iria ficar bem. Mas eu sabia que não seria bem assim, afinal a dor que eu sentia por ser abandonado não ia passar de uma hora para outra. Porém como eu explicaria a ela que na verdade eu sentia inveja dela?! Que eu queria ser que nem ela, esforçada, aplicada, uma folha perfeita. Como ela entenderia que eu me sinto abandonado ao ver o papai e a mamãe perguntando como foi o seu dia na escola na hora do jantar e ignorando minha presença ali?!

Sabe, eu queria ser que nem ela, decidida, determinada, perfeitinha, sem erros, um orgulho para os meus pais. Mas eu não sei quem eu sou, eu sou repleto de incertezas, inseguranças, e ultimamente sou a pessoa mais babaca que existe. Sou um péssimo irmão, um péssimo filho, sou um idiota que vai de contra a própria família pra ir à favor dos amigos. Que droga de vida foi essa que eu escolhi seguir?

Foi com esses pensamentos e tentando responder a essa pergunta que acabei pegando no sono.

Notas Finais

* Capítulo revisado - mas possa ser que haja uma outra revisão futuramente ;) -
* Comentem o que acharam, e se gostaram dêem estrelinha.
* Lembrem-se que opiniões/críticas (construtivas) são importantes e serão sempre bem vindas.

                 *Boa leitura unicórnios ❤*

A Nerd da Sala ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora