Capítulo Cinco

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Cheguei em casa morrendo de fome, não sou lá fã daquelas comidas que dão em hospital, são todas sem gosto algum. Fui direito em para a cozinha pegando o queijo, o presunto e o pão de forma afim de fazer um sanduíche, mas meu pai me interrompe ao entrar na cozinha e falar que eu tenho que comer algo saudável para recuperar as energias perdidas.
Então ele prepara um frango grelhado, arroz com cenoura, e uma salada de alface para a gente comer. Comi tudo sem hesitar, e quando estava levantando para lavar a louça suja meu pai apenas disse que eu poderia deixar lá, pois ele mesmo lavaria, depois de muito insistir e ele muito negar eu me dou por vencida e subo para o meu quarto.

Tinha perdido uma manhã de aula, mas nada que fosse motivo de desespero, pois amanhã mesmo pegaria a matéria com alguns colegas que trocam meia palavra comigo de vez enquanto.

Estava entediada então resolvi ligar a TV e o X-Box e jogar algo, acabei por optar um jogo qualquer de carro, e assim foi o resto da minha tarde. Estava levantando para ir tomar um banho até que ouço alguém bater na porta.

— Entra. Está aberta. - Falei me virando para ver quem era.

— Oi filha, só vim avisar que estou indo para empresa, preciso ler alguns papéis importantes. O Gustavo não chegou ainda, mas acredito que ele não irá demorar. Espero que não se incomode. - Meu pai falou seguido de um sorriso.

— Claro que não pai, eu vou sobreviver sozinha em casa. - Falei rindo pelo fato do meu pai achar que eu ainda sou uma criança que não pode ficar sozinha em casa.

— Hum, tudo bem então. Juízo e nada de fazer besteiras ok?!

— Ok pai. - Falei te dando um beijo na bochecha e recebendo um na testa.

Assim que meu pai saiu fechei a porta e caminhei novamente em direção ao meu banheiro, me despi, abrir o chuveiro e adentrei em baixo dele sentindo a água morna escorrer pelo meu corpo. Olhei para os meus pulsos vendo as marcas que deixei nele na tarde passada, e foi impossível não lembrar do ocorrido. Algumas lágrimas se formaram e escorreram, junto com a água que caia do chuveiro e corriam em direção ao ralo, mas logo tratei de me recompor e sair enrolando uma toalha no meu corpo e uma no meu cabelo.

Fui ao meu closet, peguei um short moleton preto e um top rosa bebê, tirei a toalha do meu cabelo e deixei os meus cachos secarem naturalmente.

Ouvir um barulho vindo do andar de baixo e deduzi que o Gustavo tinha acabado de chegar. Desci no intuito de confirmar e pegar algo para comer, o que foi uma péssima idéia. Ao chegar no andar de baixo vejo o Gustavo com o Harry e o resto do time que me olharam de cima a baixo, surgindo nos seus rostos uma expressão de surpresa, confesso que no início fiquei sem entender, mas aí lembrei que eu estava apenas com um short curto e um top.
Na mesma hora subir apressada sentindo os olhares me acompanhando, entrei no meu quarto batendo a porta de maneira desesperada e corri para o closet pegando roupas que escondesse mais o meu corpo. Sei que não deveria esconder o meu corpo e ignorar os olhares, mas eu me sinto estranha, ainda mais quando se trata deles, das pessoas que fazem todos os dias da minha vida um inferno.

Acabei optando por uma calça moleton que ia até o final da batata da minha perna e um moleton grande de et. E antes de descer novamente as expressões dos meninos surgiram na minha mente, e eu fiquei pensando no motivo delas, será que se assustaram com meu corpo?! Bem provável, afinal eles nunca me viram com algo revelador demais, sempre os mesmos moletons e calças jeans, ambos folgados, que uso para ir ao colégio.

Desci novamente e eles não estavam mais na sala. Será que saíram? "Tomara que sim!", meu subconsciente grita. Entro na cozinha e lá estão eles, rindo de alguma coisa aleatória até que notam minha presença e os sorrisos são desfeitos.

— O que você quer aqui em? - O Gustavo fala como se aquela não fosse a minha casa também.

— Nada, só vim pegar algo para comer. - Falei indo para a geladeira pegando de lá um toddynho e no armário um pacote de oreo, enquanto os meninos cochichavam e riam de algo que falavam.

Ao fazer o caminho de volta ouço um pouco da conversa entre eles:
— Até que sua irmã é gostosinha Gustavo, pena que é tão chata. - Um dos jogadores fala.

— Aaah mas por aquele corpinho da até pra relevar. - Outro jogador se pronuncia sendo acompanhando de risinhos, até mesmo o Gustavo.

Eu acelero os passos, não acredito no que acabara de ouvir, até o meu irmão rindo daqueles comentário idiota! Subi as escadas correndo e me tranquei no meu quarto, sentei no para-peito da janela e fiquei pensando no que faria, tomando uma decisão que nem eu esperaria tomar um dia.

                             Notas Finais

* Capítulo revisado - mas possa ser que haja uma outra revisão futuramente ;) -
* Comentem o que acharam, e se gostaram dêem estrelinha.
* Lembrem-se que opiniões/críticas (construtivas) são importantes e serão sempre bem vindas.

                 *Boa leitura unicórnios ❤*

A Nerd da Sala ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora