Capítulo Trinta e Oito

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P.O.V Harry

Hoje era sexta, geralmente saio com a galera, mas hoje estava a fim de ficar sozinho e pensar.
O processo com meu pai não estava indo a mil maravilhas, ele poderia ser solto a qualquer momento, e o meu inferno voltaria a tona.

Nesses dias que estou na casa do Gustavo está tudo muito melhor, tenho paz. A família dele me acolheu de uma maneira que eu nunca imaginei que seria acolhido em qualquer lugar.

Resolvi sair de casa e andar um pouco, uma vontade de chorar me invandiu, e eu me deixei levar, não aguentava mais toda essa pressão ao meu redor, eu ia explodir a qualquer momento.

Enxuguei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto e fui para um parquinho que tinha ali perto, me sentei em um banco longe do movimento e fiquei ali de cabeça baixa, pensando.
Depois de uns minutos sentir alguém sentando no banco, levantei a cabeça para olhar e era a Sophie.

— Quer? - Ela me ofereceu a pipoca que comia e eu neguei. - Harry, sei que não somos melhores amigos, não chegamos nem perto disso na verdade - ela riu fraco - mas sério mesmo, se tiver acontecendo alguma coisa e você quiser conversar estou aqui.

— Não preciso da sua ajuda, nunca precisei, se enxerga garota, me deixa em paz, saí daqui, parece que anda me seguindo. - Eu disparei contra ela. Juro que não foi por querer, somente saiu. Mas que droga, ela só queria me ajudar.

— Desculpas, só queria ajudar. - Queria pedir para ela ficar, mas eu só faço merda. - Me desculpa mesmo. - Ela se levantou do banco e saiu andando.

"Mas que droga Harry, você não faz nada direito mesmo hein?! É um idiota mesmo" meu subconsciente brigava comigo mesmo. Fiquei ali por mais um tempo e depois voltei para casa.

O Gustavo estava no sofá assistindo filme, me sentei ao lado dele e fiquei assistindo também.

— Iai cara, não vai querer comer nada não? - Ele me perguntou.

— Não, valeu. - Estava com fome sim, mas ainda não me sinto a vontade o suficiente para comer quando ninguém está comendo.

— Olha só Harry, você já é de casa mano. Não precisa ficar com vergonha de ir lá na cozinha pegar algo pra comer não. Tá na sua cara que você está ai morrendo de fome, minha mãe é médica cara, mas acho que ela está bastante ocupada com meu pai lá em cima para vim te socorrer. - Fiz uma careta e o Gustavo começou a rir. - É sério mano, aqui é sua casa agora.

— Valeu mesmo, cara. Vou lá fazer algo para comer. - Fui para a cozinha e fiz dois sanduíches, comi lá mesmo, lavei o que sujei e fui para a sala.

Depois de umas horas o Gustavo levanta, parecia preocupado com algo.

— O que foi? - Perguntei a ele vendo sua inquietação.

— A Soph não chegou até agora. Mandei mensagem e ela não responde.

Será que aconteceu algo com ela? Se tiver acontecido a culpa será minha, afinal eu fui o último a ver ela, eu fui grosso com ela. Droga, droga, droga, mil vezes droga!
Olhei para o Gustavo e ele tentava ligar para alguém, provavelmente para ela. Peguei meu celular e olhei no relógio, eram 1 da manhã. Onde essa garota se meteu em?

— MERDA - O Gustavo gritou me assustando. - Ela desligou o celular. Que porra!

— Calma cara, daqui a pouco ela chega aí.

— Você não está entendeno. A Sophie nunca foi de sair sem avisar, na verdade ela nunca foi de sair. Com certeza deve ter acontecido algo con ela.

Eu deveria contar, contar o que fiz, onde vi ela pela última vez, mas eu não conseguia, não podia contar que fui grosso com a irmã dele, mais uma vez.
O Gustavo subiu e eu o ouvi chamando seus pais, em 5 minutos estavam todos aqui em baixo.

A Nerd da Sala ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora