Chegamos em casa sem troca uma palavra se quer no caminho.
Eu não estava com fome, logo subir direto para o meu quarto e me deitei, nesse momentos inúmeras coisas começaram a passar na minha cabeça desde quando vim para cá, quando entrei naquele colégio, e em todos os insultos e provocações que tinha recebido até ali. Foi inevitável não me lembrar do dia que resolvi não aturar mais essas coisas e como isso não resolveu nada. Quando dei por mim já estava chorando muito, chorei tanto que acabei pegando no sono.Meu telefone não parava tocar, relutei para não atender e voltar a dormir, porém a pessoa ligava insistentemente, então estendi a mão, peguei o celular e atendi se mesmo olhar quem era.
— Alô.
— Sophie abre a porta agora.
— O que foi Gustavo? - Falei ainda sonolenta
— Que voz é essa em? O que você estava fazendo Sophie? Abre a porta agora! - Ele falava rápido, toda vez que abria a boca para falar algo ele interrompia. Desliguei o telefone, levantei-me e abri a porta dando de cara com o Gustavo. Ele parecia preocupado e quando me viu seu olhar direcionou-se para os meus pulsos, logo entendi o porque da preocupação.
— Relaxa tá? Eu só estava dormindo.
— Desde quando chegou do colégio? - O seu olhar era de desconfiança. Levantei os pulsos na altura do seu rosto e afastei as pulseiras que usava para que ele pudesse ver que não tinha nenhum corte recente.
— Sim, desde quando cheguei. Eu não me cortei ok? Estou bem, acredite.
— Ok - Ele falou com alivio e suspirou. - Vem vamos descer pra comer.
— Não estou com fome. - Não era verdade
Eu estava morrendo de fome, porém não queria me bater com o Harry depois do que ocorreu.— Ele não está em casa, até agora não chegou. Vem logo. - Pegou nas minhas mãos e saiu me puxando escada a baixo. O papai estava na sala assistindo o jornal local e a mamãe estava ao seu lado pintando as unhas com uma cor nude.
— Oii pai. Oii mãe.
— Oii filha, tudo bem? Virou um urso? - Minha mãe parou de pintar as unhas e voltou a sua atenção para mim. Comecei a rir com sua pergunta besta. O meu pai apenas balançou a cabeça sem desviar os olhos da TV.
— Não mãe, eu não estava ibernando tá?! Só estava cansada e dormir demais. - Falei entrando na cozinha para comer.
O Gustavo já tinha posto os pratos na mesa e tirava do forno uma travessa de lasanha. Sorri ao ver que era lasanha e ele riu também ao ver minha felicidade. Ele me serviu e se serviu e então comemos. Quando terminamos formos para a sala se juntar a nosso pais, comecei a ter uns pressentimentos estranhos, meu coração doia e eu não sabia o porque, era como se alguém que eu gostasse ou conhecesse estivesse em perigo ou sei lá, eu já tinha sentido isso antes, e era sempre algo com o Gustavo, quando se metia em alguma briga e tal, mas dessa vez ele estava aqui. Tentei esvair esse pensamento e me concetrei no filme que passava, era "Quebrando a Banca" e eu adorava esse filme. O tempo passava, mas a dor continuava, eu só não entendi o porque. Quando o filme acabou já eram 23:49.
— Filho, cadê o Harry? - Minha mãe perguntou depois de olhar no relógio as horas. Quando ela falou o nome dele meu coração apertou ainda mais. Poderia ser pelo fato do que aconteceu hoje, mas no fundo eu sabia que não era.
— Não sei mãe. Ele não me falou nada sobre sair, vou tentar ligar para ele. - O Gustavo disse já se levantando, minha mãe apenas acenou, e eu o seguir para a área da piscina. Fiquei olhando ele tentar e nada, e a dor aumentava a cada vez que eu o via tentar novamente. Ele se virou e olhou para mim com uma cara de quem não estava entendendo nada. - O que foi Sophie? Porque está chorando? - Eu nem percebi que as lágrimas desciam pelo meu rosto, só me concentrava na dor que estava presente no meu peito, e que só aumentou.
— Eu não sei Gustavo, não sei. Está doendo Gustavo. Aconteceu alguma coisa com o Harry, temos que sair para procurá-lo. - Ia sair da área da piscina quando ele me segurou pelos braços.
— Hey, calma, me explica o que está acontecendo. — Ele disse se aproximando de mim e me abraçando.
— Eu estou sentindo uma dor no peito desde quando começamos a assistir ao filme, e a dor só aumentou depois que a mamãe perguntou sobre o Harry. É aquele mesmo pressentimento que eu sinto quando você se enfia em uma briga ou algum outro problema. - Ele escutava tudo atento, e quando terminei me abraçou ainda lais forte.
— Está tudo bem ok? Eu vou sair para procurá-lo.
— Eu vou com você.
— Não vai não. Já está tarde, você vai beber uma água e se acalmar. - Ele sabia que nada iria adiantar, nada iria fazer essa dor parar, a não ser quando o Harry estivesse aqui.
Ele saiu e foi para a sala, falou com meus pais e subiu para pegar um casaco. Subir atrás dele, peguei um casaco qualquer e fui para o quarto dele.
— Eu vou com você. E não adianta falar que não, porquê eu irei assim mesmo. - Ele me olhou com um olhar reprovador, mas quando viu que eu não abriria mão de ir com ele apenas assentiu.
Descemos a escada e meus pais me olharam.
— Eu vou com ele. Duas pessoas procuram melhor que uma. - Meus pais se olharam e balançaram a cabeça positivamente.
— Posso pegar o carro pai? - Gustavo perguntou
— Sim. Só toma cuidado e qualquer coisa me liga. - Gustavo nem respondeu, só pegou as chaves e saiu me fazendo ir atrás dele.
Entramos no carro e começamos a dar voltas no quarteirão, olhamos nos arredores da escola, e até nos bares que ele e o Gustavo costumavam frequentar e nada de acharmos ele. Meu coração parecia nem existir mais de tão esmagado que estava, minha respiração estava super pesada, a cada lugar que íamos e não o encontrávamos a vontade de chorar aumentava. Eu não entedia o porque do meu corpo está reagindo daquela forma pelo "sumiço" do Harry, era pra eu odiar ele, não sentir nada, era para eu querer que ele se exploda, mas mesmo assim algo me empedia de sentir isso, algo fazia com que eu me preocupasse com ele, talvez fosse esse meu jeito trouxa de ser, de se preocupar com os outros mesmo eles fazendo mal a mim.
O Gustavo estava super preocupado, não sabiamos mais onde procurar, voltamos para os mesmos lugares que já tinhamos procurado antes só para ter certeza, foi quando algo falou para mim "O Harry está na casa dele, corre para lá que ele está precisando de ajuda."
— SOPHIE! ACORDA! - Abrir os olhos lentamente, não lembro de ter os fechado. O que está acontecendo comigo hein?
— Na casa dele Gustavo, o Harry está na casa dele, vai logo pelo amor de Deus. - Eu falava tudo rápido demais; o Gustavo me olhou com uma cara de preocupado, mas então ligou o carro e acelerou em direção a casa do Harry.
Notas Finais
* Capítulo não revisado.
* Comentem o que acharam, e se gostaram dêem estrelinha.
* Lembrem-se que opiniões/críticas (construtivas) são importantes e serão sempre bem vindas.*Boa leitura unicórnios ❤*
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A Nerd da Sala ao Lado
FanficO destino pode pregar peças nas nossas vidas e nos unir a pessoas que nunca imaginaríamos trocar um "Oi", mas quando que o garoto popular iria se apaixonar pela nerd do colégio? Porém como dizem por aí... Os opostos se atraem.