Capítulo Quarenta

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E entao depois de algum tempo estavamos na churrascaria, em uma mesa para 5 o meu pai estava sentado na ponta, minha mãe de frente ao Gustavo que estava do meu lado e eu de frente ao Harry. Eu não estava nada confortável, mas tentava afastar os pensamentos e me concentrar na conversa que rolava a mesa, que por acaso era sobre uma moça que tinha dado a luz a um bebê e nem mal nasceu e a mãe o doou para um orfanato, isso me lembrou da Summer, e sobre os meus projetos, precisava mandar um email para a irmã perguntando se tudo tinha dado certo, precisava também falar com meus pais sobre a Summer e a sua adoção.

- Então Sophie, você também irá querer buffet livre? - Meu pai falou chamando minha atenção. Eu tinha ficado tão absorta nos meus pensamentos que nem me dei conta de que a conversa já tinha terminado.

- Aham, sim.

E então todos nós escolhemos o buffet livre, no qual poderiamos comer a vontade por um valor fixo, porém pagariamos o peso do que for desperdiçado. E assim a tarde se passou, comemos muito e no final o Harry insistiu para pagar o dele, porém mamãe e papai brigaram como ele, falando que iriam pagar e minha mãe deu 1001 motivos para pagar a parte dele, sendo um dos motivos o fato de que agora ele era, mais do que nunca, um membro da família, e então ele sorriu sem graça e agradeceu. Foi impossível não notar os olhares de Harry sobre mim, mesmo que todas às vezes que eu o olhava ele desvia.

Chegamos em casa e eu fui para o meu quarto, peguei o notebook e mandei um email para a irmã responsável pelo orfanato perguntando como anda o processo de aceitação para os meus projetos. Separei um vestido branco com listras pretas, um casaco jeans e um sapato braco com pompos em cores pastéis, fui tomar banho e ao sair me vestir, colocando um shorts de malha curto por debaixo do vestido e a jaqueta na cintura.
Estava com vontade de sair, então eu fiz. Desci as escadas e encontrei minha mãe e meu pai assistindo algum filme, avisei que iria dar um volta e depois de ouvir mamãe falar muito sobre eu prestar atenção para onde estava indo, para não me afastar muito e blá blá blá, eu sair.

Primeiro passei na praça, comprei um algodão doce, depois fui andando por até que cheguei na quadra, o mesmo local em que a semanas atrás fui cercada pelo Harry, Gustavo, Dafne, Pietra e o resto do grupo e me fora arremessado vários ovos. Eu não ficaria ali, porém percebi que os meninos estavam jogando handebol e eu gostava desse esporte, então resolvi sentar e assistir. Ao terminar o Gustavo veio falar comigo, ele já tinha le visto antes, fez até um gol com assistência do Harry e dedicou a mim.

- E ai mana, gostou do jogo? Pode dizer, jogo muito né? - Ele falou se gabando.

- Abaixa a bola Gustavo, sou bem melhor que você, mas obrigada pelo gol. - Falei sorrindo.

- Ae? Então te desafio, daqui a pouco começaremos outra partida, você entra no time adversário e veremos quem é o melhor. - Disse piscando.

- Seria uma proposta irrecusável, adoraria te mostrar que sou muito melhor que você, porém estou de vestido.

- Inventando desculpas? - O Gustavo falou arqueando a sobrancelha. Na verdade não era porque estava de vestido, apenas não queria jogar ali na frente de todos, mas o Gustavo havia me desafiado e eu com certeza era melhor que ele, então cedi.

- Tudo bem então, você venceu, mas depois não venha chorar pelo leite derramafo hein?!

Não demorou muito para que todos estivessem na quadra novamente, os meninos de início não queriam me aceitar no time, com comentários machistas do tipo "mas ela é uma menina", "meninas não jogam aqui", "ela não aguentaria o pique", eu fiquei indignada, não acreditei que ouvir aquilo, eu provaria a eles que aguentaria sim o pique, pedi para que me deixassem jogar 10 minutos, e se eu não fosse boa o suficiente para o time eu sairia. No início foi difícil, afinal, nem passavam a bola para mim, porém quando conseguir tomá-la do Gustavo fiz um gol no meio da quadra, todos, sem exceção, olharam para mim perplexos e eu simplesmente dei um sorriso debochado e seguir o jogo, a partir dai foi mais fácil, ganhei a confiança deles que começaram a me passar a bola com mais frequência. No final do jogo o meu time tinha ganho, fiz mais 4 gols durante a partida, os meninos vinheram falar o quanto eu era boa, que era pra eu voltar mais vezes, e outras coisas eu sorri e de modo irônico perguntei se agora meninas eram bem vindas no jogo, eles sorriram sem graça a assentiram.

A Nerd da Sala ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora