Capítulo Ciquenta e Seis

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P.O.V Harry
– Você tem 10 minutos! - Ela disse enxugando as lágrimas que caiam delicadamente pelo seu rosto. Suspirei aliviado, mesmo sabendo que depois que os 10 minutos acabassem eu não teria chance alguma, eu queria fazer ela entender, queria que esses 10 minutos valessem a pena. Olhei para o Gustavo e ele entendeu o recado.

– Estou lá no campo, qualquer coisa me chama. E Sophie, ninguém aqui quer te fazer mal, acredite. - E então ele saiu correndo em direção ao campo, onde todos comemoravam. O ar parece ter ficado mais denso, eu não sabia por onde começar.

– Seus 10 minutos já estão contando, Harry. Ou devo dizer, Ed? - Ela disse nervosa e um pouco irônica.

– Ok. Eu só não sei por onde começar tá.

– Que tal começar me dizendo o por que dessa palhaçada toda? O por que de ter se aproximado de mim por mensagens? Qual o objetivo disso tudo, em?

– O objetivo nunca foi te fazer mal, Sophie. Eu não sei bem o porquê comecei a mandar as mensagens, só sentir a necessidade e te mandei. Logo depois, que eu comecei a conversar realmente com você e você tirou da cabeça que fosse alguém querendo brincar com você eu me sentir na necessidade de te ajudar, de te fazer sorrir novamente. Sei que é confuso, principalmente pelo fato de que essa merda toda que você tem é culpa minha, eu no início também não conseguia entender, mas depois eu percebi que era o que eu tinha que fazer.

– Então era uma obrigação? Pra você não se sentir tão culpado assim? - Sua voz estava mais suave, mas ainda assim ela continuava nervosa.

– Não! Nunca foi. Confesso que me sentir culpado por muito tempo, ainda me sinto. Mas acredite, nunca foi por obrigação. Sophie, eu não sei explicar o que anda acontecendo comigo, não sei o que eu ando sentido, tudo é muito confuso para mim. Só sei que sinto algo diferente quando converso com você, ou quando estou perto de você. Você me acalma, Sophie. Você é minha paz nesse mundo turbulento que eu vivo. E só comecei a perceber isso naquele dia em que o meu pai foi preso, só foi por você que parei, Sophie. Foi a sua voz que me acalmou, foi você ali que me fez fica calmo. Eu sei que depois desse dia eu ja fui um merda com você várias e várias vezes, e eu me arrependo de tudo, tudo mesmo. Apesar de eu não conseguir explicar o por quê de te fazer sofrer tanto, eu sinto muito, muito mesmo. Vou levar esse arrependimento até o resto da minha vida. E eu não peço que você me perdoe, pelo menos não agora, pois reconheço o inferno que fui na sua vida, mas me deixa te mostrar que eu mudei, Sophie, eu realmente gosto de você, me deixa te provar isso, por favor. - Eu já estava em desespero, tudo parecia ainda mais confuso, e ela não falava nada, somente me olhava, seu olhar se tornou indecifrável.

– Gosta de mim, Harry? Se gostasse mesmo de mim evitaria tudo isso. Tinha me dito desde o início quem você era. E não vem com esse papinho de que eu te acalmo e bla bla bla, não tenta me enrolar mais do que já enrolou, tudo isso não passa de egoísmo, teu ego é tão grande, mais tão grande que ele vai destruir você.

– Não é papinho, Solphie. Eu tinha medo, Sophie. Entende isso por favor! Você com certeza iria me bloquear e nunca mais olharia na minha cara, eu não podia deixar isso acontecer.

– Demorou mais aconteceu, Harry. Infelizmente terei que olhar para você, afinal, você mora na mesma casa que eu. Mas a partir de hoje, Harry, não troque mais uma palavra comigo, te evitarei o máximo possível, faça o mesmo comigo. Esquece que eu existo, pois tratarei de fazer o mesmo.

– Sophie, por favor... Só uma chance.

– Sem chances, Harry. Aliás, seus 10 minutos acabaram. Vê se me apaga da sua vida, tchau. - E então ela se virou e saiu andando, fiquei ali parado vendo ela se afastar... Vendo o possível amor da minha vida indo embora. Junto com ela eu via indo embora também qualquer resquício de paz que eu sentir um dia, qualquer esperança de tê-la comigo. Droga! Eu tinha estragado tudo. Talvez o certo fosse eu nunca ter me revelado, poderia continuar sendo somente o Ed pelo resto da vida. Mas como sempre, eu tenho que estragar tudo, droga.

[...]

Mandei uma mensagem para o Gustavo dizendo que tudo tinha dado errado, que não iria para a festa, e que não me esperasse.

Sair dali e fui pegar minhas coisas no vestiário. Logo depois fui em um bar, no bar perto de casa, em que meu pai costumava ir.
Não me trazia boas lembranças, mas o objetivo aqui era esquecer de tudo, de qualquer lembrança, queria esquecer de toda a merda que aconteceu, e a bebida me ajudaria nesse trabalho.

P.O.V. Sophie

Ouvi tudo que ele tinha para dizer, parecia tão sincero, tão verdadeiro, mas eu não poderia acreditar. O Harry já tinha me enganado tantas vezes, já tinha me feito sofrer tanto, quem me garantia que isso não aconteceria novamente? Eu não podia acreditar nas suas palavras, não mesmo.
Meu peito dói, tudo meu dói, meus olhos ardem com as lágrimas que tento conter, eu estava destruída de um modo que nunca estive antes. Daria tudo para chegar atrás do colégio e encontrar um garoto completamente diferente, encontrar o meu Ed, o cara que me ajudou a passar por tudo isso da melhor forma possível, que sempre esteve do meu lado mesmo distante, que me fez sentir bem em momento horríveis da minha, mas não, mais uma vez o universo me mostrando que tudo pode piorar quando o assunto é a vida de Sophie Stuart.

Mandei uma mensagem para o Gustavo perguntando onde ele estava, ele me disse que estava com a mamãe e o papai na frente do colégio, então fui para lá encontrá-los. Me dói saber que o Gustavo sabia de tudo e me escondeu, mas não me parece que ele teve culpa, só queria proteger o amigo, como sempre fez. Me sinto um pouco de lado, como se ele tivesse esquecido de me proteger, de proteger a irmã dele. Porém ao mesmo tempo sinto que ele me protegeu da melhor forma possível, e agora eu entendo as coisas que ele falou quando o jogo acabou.

Enxugo minhas lágrimas e tento sorrir quando me aproximo deles. A minha mãe olha para mim esperançosa e depois olha ao redor, talvez procurando o tal garoto que eu disse que encontraria. Ah mãe... Se a senhora soubesse o que acabou de acontecer, se a senhora soubesse a peça que o universo me pregou, talvez não estivesse tão esperançosa assim.

– Hey Sophie, você vai ou não? - O Gustavo disse me cutucando e me tirando dos meus pensamento.

– Para onde mesmo?

– Tá com a cabeça aonde? Para a festa né, de comemoração da nossa vitória. - Não queria ir, estava acabada demais para uma festa, mas talvez me fizesse bem, me distrair um pouco.

– Vou sim. - Sorri de lado.

– Ok então, estamos indo. Vê se cuida dela Gustavo, e qualquer coisa liga. - Meu pai disse.

– Cuidado vocês dois. - Minha mãe disse e veio me dar um beijo. - Depois quero saber o que aconteceu para você está com essa carinha tão triste. - Ela sussurrou, e a minha vontade era de chorar, chorar muito mesmo, porém somente anui.

– Vem, vou tomar um banho rápido no vestiário e já vamos. - Seguimos para a quadra novamente e agora já estava bem mais vazia, e as poucas pessoas que tinham ali já estavam indo embora também. O Gustavo foi par ao vestiário e eu fiquei ali, no meio daquele campo enorme, me sentindo tão pequeno, capaz de ser engolida por um buraco negro a qualquer momento.

[...]

Já estávamos na festa tem uns 20 minutos e nem sinal dele, ainda bem, pois a última coisa que eu queria era me esbarrar com ele aqui.

Eu não sou de beber, mas precisava, talvez o álcool no meu sangue me fizesse esquecer, pelo menos por algumas horas, toda a merda que já aconteceu na minha vida.
Então começar a beber foi o que eu fiz.

Notas Finais

O

brigada pela compreensão, espero que gostem. Logo mais tô de volta com atualizações 🥰

*Capítulo não revisado - será revisado em breve -.
*Comentem o que acharam, e se gostarem dêem estrelinha.
*Qualquer opinião/crítica (construtiva) é super bem vinda.

*Boa leitura unicórnios ❤*

A Nerd da Sala ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora