Capítulo 22 - Longe de ti não dá para estar

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DIEGO:

Durante alguns momentos quis mesmo rejeitar a proposta de Eva, mas logo a seguir quis aceitar, eu não posso perder o meu emprego por uma questão de orgulho e se quero falar com ela tenho de estar perto dela e persuadi-la a ouvir-me.

Saio do quarto e Maya pergunta-me:

- Então como correu?

- Mal - respondo um pouco zangado - ela continua sem me querer ouvir, mas pelo menos...

Contei toda a história a Maya que me obrigou a aceitar o emprego e viajar para esta inauguração.

Ligo a Eva e esta atende-me:

- Olá Diego.

- Olá Eva, eu aceito - vou direto ao assunto.

- Fico contente por isso - responde Eva com pouca emoção - viajamos na próxima quarta-feira, são apenas dois dias. Na quarta-feira às cinco da tarde fazes a tua apresentação e partimos na quinta-feira às oito da noite.

- Combinado - concordo - chau Eva.

- Chau Diego - despede-se Eva desligando a chamada.

Recomecei a trabalhar no dia a seguir à chamada e custava-me por vezes estar naquele lugar que me fazia lembrar cada abuso da Soraia.

Até terça-feira tudo correu bem, Eva evitava-me e a minha vontade de prendê-la em qualquer sítio para lhe contar a verdade crescia a cada instante.

Na viagem de avião fiquei incomodado por ter de viajar com Maria que sinceramente não sei o que faz ali, e por vezes olhava para ver como estava Eva.

Aterramos em Miami por volta das duas da tarde e chegamos ao hotel por volta das três, o diretor da ONG encontrou-nos e informou-nos:

- Vou-vos dar uma hora para se prepararem, às quatro têm de estar cá em baixo para começarmos a reunião.

Todos concordamos e cada um foi para o seu quarto. Na verdade, nós podíamos ter poupado dinheiro ao diretor da ONG que nos convidou, mas a teimosia de Eva em não querer partilhar o mesmo quarto comigo impediu tal coisa.

O quarto de Maria ficava numa esquina e os nossos (o meu e o de Eva) ficavam na outra esquina do piso, um ao lado do outro. Maria quis ficar com o maior e por isso ficou longe de nós, algo que me deixa aliviado e satisfeito.

Antes de entrar no quarto olho para Eva e esta vira-me a cara entrando primeiro.

Tudo isto tem-me feito pensar: conseguirei eu ter uma oportunidade de falar com ela sobre a verdade?

EVA:

Irrita-me profundamente ter o Diego constantemente à procura de uma frincha de um segundo para poder pedir-me uma oportunidade de falar "A Verdade".

Durante a apresentação, Diego dirigia-me algumas vezes o seu olhar e parecia-me querer transmitir alguma mensagem enquanto falava, na verdade, a que mais me chamou atenção foi a que ele disse no final enquanto olhava nos meus olhos:

- E é por isso que todos nos devemos juntar no final. Para ajudarmos estas pobres pessoas de que nada está perdido e que tudo aquilo que pensam é uma mentira! Nós vamos ajudá-los a reerguerem-se, nós vamos ser a verdade na vida deles.

Todos aplaudiram e Diego continuou a olhar nos meus olhos, então eu aplaudo também e ele desvia o olhar quando o diretor da ONG o chama para conversarem sobre o andamento do projeto.

Levanto-me e sou parada por Maria que interroga-me muito contente:

- Ele não esteve muito bem?

Vais ser minha - "A promessa" Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora