DIEGO:
Durante alguns momentos quis mesmo rejeitar a proposta de Eva, mas logo a seguir quis aceitar, eu não posso perder o meu emprego por uma questão de orgulho e se quero falar com ela tenho de estar perto dela e persuadi-la a ouvir-me.
Saio do quarto e Maya pergunta-me:
- Então como correu?
- Mal - respondo um pouco zangado - ela continua sem me querer ouvir, mas pelo menos...
Contei toda a história a Maya que me obrigou a aceitar o emprego e viajar para esta inauguração.
Ligo a Eva e esta atende-me:
- Olá Diego.
- Olá Eva, eu aceito - vou direto ao assunto.
- Fico contente por isso - responde Eva com pouca emoção - viajamos na próxima quarta-feira, são apenas dois dias. Na quarta-feira às cinco da tarde fazes a tua apresentação e partimos na quinta-feira às oito da noite.
- Combinado - concordo - chau Eva.
- Chau Diego - despede-se Eva desligando a chamada.
Recomecei a trabalhar no dia a seguir à chamada e custava-me por vezes estar naquele lugar que me fazia lembrar cada abuso da Soraia.
Até terça-feira tudo correu bem, Eva evitava-me e a minha vontade de prendê-la em qualquer sítio para lhe contar a verdade crescia a cada instante.
Na viagem de avião fiquei incomodado por ter de viajar com Maria que sinceramente não sei o que faz ali, e por vezes olhava para ver como estava Eva.
Aterramos em Miami por volta das duas da tarde e chegamos ao hotel por volta das três, o diretor da ONG encontrou-nos e informou-nos:
- Vou-vos dar uma hora para se prepararem, às quatro têm de estar cá em baixo para começarmos a reunião.
Todos concordamos e cada um foi para o seu quarto. Na verdade, nós podíamos ter poupado dinheiro ao diretor da ONG que nos convidou, mas a teimosia de Eva em não querer partilhar o mesmo quarto comigo impediu tal coisa.
O quarto de Maria ficava numa esquina e os nossos (o meu e o de Eva) ficavam na outra esquina do piso, um ao lado do outro. Maria quis ficar com o maior e por isso ficou longe de nós, algo que me deixa aliviado e satisfeito.
Antes de entrar no quarto olho para Eva e esta vira-me a cara entrando primeiro.
Tudo isto tem-me feito pensar: conseguirei eu ter uma oportunidade de falar com ela sobre a verdade?
EVA:
Irrita-me profundamente ter o Diego constantemente à procura de uma frincha de um segundo para poder pedir-me uma oportunidade de falar "A Verdade".
Durante a apresentação, Diego dirigia-me algumas vezes o seu olhar e parecia-me querer transmitir alguma mensagem enquanto falava, na verdade, a que mais me chamou atenção foi a que ele disse no final enquanto olhava nos meus olhos:
- E é por isso que todos nos devemos juntar no final. Para ajudarmos estas pobres pessoas de que nada está perdido e que tudo aquilo que pensam é uma mentira! Nós vamos ajudá-los a reerguerem-se, nós vamos ser a verdade na vida deles.
Todos aplaudiram e Diego continuou a olhar nos meus olhos, então eu aplaudo também e ele desvia o olhar quando o diretor da ONG o chama para conversarem sobre o andamento do projeto.
Levanto-me e sou parada por Maria que interroga-me muito contente:
- Ele não esteve muito bem?
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Vais ser minha - "A promessa" Livro 2
RomancePassou-se meio ano desde que Eva tinha sido raptada. E como estão as coisas? Eva não é mais psicóloga, mas é chefe de uma grande empresa, e finalmente vive com Lewis num apartamento que ambos compraram. Tudo corre mais uma vez na perfeição sem a pre...