Descobertas

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Que mulher teimosa! Eu não queria que ela entendesse daquela forma, mas quando vi ela batendo a porta percebi o quanto ela ficou chateada com as minhas palavras. Me arrumei e fui direto para a empresa pois tinha uma reunião marcada. Resolvi algumas pendências da construção, monitorei o trabalho por algum tempo e tive uma outras reunião no setor de marketing. Quando dei por mim já era noite e minha cabeça estava explodindo!

Fui para o hotel olhar alguns e-mails, em busca de uma distração. Mas a verdade é que nesse tempo todo nada me tirava da cabeça aquela moça petulante. Afinal foi uma noite bem diferente pra mim principalmente porque dormi com uma mulher sem rolar nada. O que posso dizer? Nossas conversar eram espontâneas e ela sempre conseguia me fazer rir. De onde eu tirei isso tudo? Não sei mas eu estava empenhado em descobrir! 

Estou distraído quando o interfone da recepção toca. Atendo e logo o homem fala:

- Senhor! Tem uma moça aqui, pedindo permissão para subir! Ela diz se chamar Giovanna...
Minha surpresa foi tamanha que antes que o homem continuasse eu disse:
-Pode deixar subir!
-Sim, senhor. 

Estava tão ansioso para vê-la novamente que minhas mãos começaram a suar e eu estava parecendo um adolescente apaixonado! Calma. Apaixonado? Será? Não mesmo! Isso não acontecia comigo.

Volto para o presente quando ouço alguém bater na porta. Ela está parado do outro lado com o semblante bem sério.

-Só vim aqui porque esqueci minha bolsa ontem e preciso dela por causa dos meus documentos! 
Ela ainda estava brava pela noite anterior. Abri a porta e ela foi em direção a sala como um furacão, comigo atrás dela. Resolvi quebrar o gelo.
- Você ainda está irritada com o que aconteceu ontem?
Ela começou a procurar pela bolsa, ainda sem olhar para mim.
- O que você acha?
- Mas não era aquilo que eu queria dizer!
Ela se virou para mim, com a expressão de fúria.
- E o que você queria dizer?
- Que não daria tempo de tomar um café com você!
Ela cruzou os braços antes de responder.
- Aí depois vem a parte que você tenta me comprar com um café! Entendi...
Ela voltou a procurar pela bolsa e achou em baixo do sofá! 
- Achei! - Falou mais para ela do que para mim.
Se virou me ignorando e assim que ela ia sair segurei seu braço.
- Me desculpa tá? Não era à minha intenção dizer daquela forma. Só que nunca dormi com alguém assim! E a ideia de café é um tanto...
- Compromisso? Eu já te disse que não quero nada de você e isso inclui dinheiro também! E tomar um café não ia ser mais "compromisso" do que dormir sem acontecer nada!
Olhei para ela que relaxou os ombros enfim, me encarando, com expectativa.
- Esse é o problema!
Ela me olhou com uma expressão de curiosidade, ainda sem entender meu ponto.
- Eu queria que tivesse acontecido algo!
Ela olhou assustada e deu um passo para trás.
- Como?
- Se eu estou com você, eu quero ficar mais! Se você vai embora eu quero você perto e isso me assusta.
Ela suaviza a expressão.
- Eu disse para não se apaixonar por mim!
Me aproximei dela, dizendo com a voz baixa.
- Você não sente nada disso?
Ela parou, pousando a mão no meu peito.
- A questão não é essa! Você não quer isso, você é o seu trabalho Henri! O que consta que não ficará aqui por muito tempo. Se eu me envolver mesmo que seja fisicamente eu vou querer mais e isso vai me fazer sofrer! Isso é melhor para os dois!
Espera um segundo! Ela estava desacreditando em algo que nem tinha começado. Eu não era assim! Ou era? Não impedi quando ela saiu dali, pisando firme até o elevador. Passei as mãos pelo cabelo assistindo as portas se fecharem.
Peguei um copo com whisky sem gelo e virei de uma vez. Sentei no sofá e fiquei encarando o teto por um longo tempo. 

Ok ! Eu não era nenhum santo. Mas ela construiu um perfil de mim que se parecia muito! Havia anos que minha rotina era a mesma, nada mudava. Fazia tempos que eu não assistia um filme, comia pizza com a mão ou até mesmo caminhava sem ninguém me perseguindo ou sem seguranças. Ela estava certa, meu mundo é o trabalho mas com esse pouco tempo aqui na Itália e principalmente com ela eu me sentia vivo como nunca me senti. 

Servi mais uma dose de whisky e bebi. A próxima coisa que me lembro é de acordar com o corpo dolorido por causa do sofá. Meu celular começou a tocar, e eu olho para a tela, ainda um pouco grogue. Era a Ingrid uma das minhas assistentes.
- Senhor! Estou ligando para confirmar a reunião das nove.
- Ingrid! Quero que desmarque todos os meus compromissos de hoje.
Houve um breve silêncio antes dela responder.
- Sim, senhor!

Desliguei o celular e fui para o quarto. Precisava dormir, coisa que eu não fiz a noite passada pensando em tudo que aquela mulher disse. Desliguei o despertador e dormi por horas. 

Acordei já próximo das quatro horas e não me arrependi disso. Me sentia renovado. Tomei um banho e vesti uma roupa confortável. Hoje eu iria aproveitar o dia! Peguei o carro e fui em direção a casa da Giovanna. Aquela mulher teria que me escutar!

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora