Inseguranças

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Era estranho estar ali já que eu não fazia parte da família. Mas na hora que aqueles dois homens começaram a discutir sobre bebês e outras coisas das quais eu não estava entendendo, o médico chegou perto de mim e disse:
- Algum deles ou até mesmo você gostaria de vê-la?
Tentei falar com aqueles dois malucos e ninguém me escutou. Deixei eles discutindo e fui ver a irmã do Henri que eu não conhecia. Assim que entrei no quarto, olhei para ela que me encarou curiosa e comecei a falar:
- Você não me conhece eu nem eu te conheço. Meu nome é Giovanna eu vim com o Henri e agora aqueles dois imbecis estão discutindo sobre os bebês.
Quando eu vi, eu já estava andando de um lado para o outro até ela concertar o corpo na cama e falar:
- Dá pra você parar de andar de um lado para o outro? Você está me deixando tonta.
Eu parei e sentei na cadeira que estava perto de mim. Ela me olhou e disse:
- Então meu irmão está lá fora discutindo com o Marcus?
- Isso.
- E você é namorada do meu irmão?
Parei e fiquei olhando para ela. O que eu e o Henri éramos? Isso com certeza era uma boa pergunta. Resolvi falar:
- Bom... Não sei o que somos ainda, mas assim que eu descobrir eu te aviso.
Ela então riu muito e disse:
- Gostei de você.
Resolvi cortar esse assunto e dizer:
- E o que aconteceu com você? Por que você não contou para o pessoal dos bebês?
Ela me olhou pensativa e disse:
- Eu e o Marcus iríamos fazer uma surpresa para todos. Mas cai no serviço e quando vi, tinha muito sangue. Desmaiei e não lembro de mais nada.
De repente o Henri e o tal do Mateus entraram e começaram interrogar a moça. Resolvi sair de fininho daquela situação, afinal o que eu era para o Henri? Eu só estava aproveitando os momentos, quando ele veio com a história de eu morar com ele e foi tudo tão rápido.

Comecei a andar pela cidade que estava iluminada e parei em um ponte, fiquei ali pensando em tudo que estava acontecendo e que eu estava me deixando levar muito rápido. Ele já tinha me magoado antes. Quem diria que não magoaria de novo? O Henri sempre foi contraditório para mim. Uma hora ele era o cara carinhoso e depois o cara ambicioso que só pensava no trabalho. E eu? Eu nasci e cresci na simplicidade e agora estava conseguindo muito mas do que eu sonhei. Minha vida sempre foi rodeada de pessoas da minha família. De uvas e verdes. Eu não queria perder isso. Virar uma garota de negócios. Nunca gostei de administrar nada, eu só fazia vinhos. Era o que eu queria, poder pisar na grama, ter uma família e viver tranquilamente. Isso não combinava com a vida do Henri e eu não podia ser egoísta ao ponto de exigir nada dele. Aquele era o mundo dele.

Fiquei bastante tempo ali pensando, quando vi o sol nascer e me deu uma saudade de casa. Peguei o primeiro táxi que eu avistei e fui para o serviço. Peguei as chaves reservas, já que era cedo para o pessoal chegar e fui para a minha sala. Tentei me concentrar na minha criação e em tudo que eu estava aprendendo e comecei a fazer alguns rabiscos em meu livro de como eu queria esse novo vinho. Quando eu menos espero, a Mônica abre a porta e fala:
- Então você está aqui né? Está todo mundo te procurando.
Eu disse:
- Pode avisá-los por favor que estou bem? Só resolvi começar mais cedo hoje.
- Aconteceu algo?
- Não. Só preciso concluir alguns pensamentos e logo logo eu te chamo, pode ser?
Ela me encarou por um momento e saiu da sala. Me concentrei no que estava fazendo quando o próprio Henri entrou na minha sala apressado e bem nervoso.
- Onde você estava? Sabia que te procurei por todos os lugares?
Respirei fundo e disse :
- Precisava pensar um pouco e aproveitei para vim trabalhar.
- Por que você não atendeu o telefone? Eu fiquei louco quando não te achei. Pensei nas piores coisas.
Ele estava com as mãos fechadas e bem tenso por sinal. Eu respondi:
- Meu celular descarregou e como você pode ver não aconteceu nada comigo.
Ele se aproximou de mim e disse:
- O que realmente aconteceu, Giovanna?
- Eu já disse! Só precisava pensar um pouco.
-  Em que? O que tanto você precisava pensar que simplesmente sumiu? Eu te conheço.
- Não! Você não me conhece Henri.
Tirei as mãos dele do meu rosto e continuei:
- Esse é o problema. Você não me conhece e nem eu a você. Eu acho que estamos indo muito rápido.
- Isso tudo foi por que eu pedi pra você morar comigo?
- Não só isso. Você tem sua vida Henri, seus negócios e eu não vim aqui atrapalhar seus planos. Você já me abandonou uma vez. Como vou saber se você não vai me magoar de novo? Eu não posso me envolver dessa forma novamente.
Ele me encarou e não deixou eu terminar a frase me beijando. Foi um beijo intenso e preocupado. Assim que nos separamos ele disse:
- Eu sei que já fiz bobagem e concordo que se sinta insegura comigo, mas eu realmente quero você do meu lado. Eu não posso te prometer que não vou te magoar, mas posso dizer que vou tentar.
Eu o abracei como se estivesse dando a oportunidade para nós dois e torcendo para dar certo. Entretanto, no fundo ainda estava com medo do que podia acontecer.

Assim que ele foi embora continuei na minha criação. Recebi um xingamento do James por ter preocupado eles e uma ligação da Helena para eu comparecer na sua casa para visitá-la e por os assuntos em dia. E como sempre minha mãe me ligou e fiquei horas no telefone conversando com cada um.

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora