Eu e você

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Já estava ficando preocupado com a demora da Giovanna, quando vi Jessica sair do banheiro e uma onda de pânico me invadiu. Entrei no banheiro feminino sem me importar com nada a encontrei ajoelhada  vomitando. Me ajoelhei, segurando os cabelos dela.
- O que aconteceu? O que você está sentindo?
E nenhuma resposta.
-Giovanna. - Chamei, sentindo o desespero se espalhar.
Ela me encarou com os olhos cheios de tristeza.
- Me responda, Henri. Você está indo atrás daquela mulher?
- Da Jessica? Giovanna, eu não estive com nenhuma mulher depois daquele dia.
Ela começou a vomitar de novo, e eu segurei o seu cabelo tentando ajudá-la.
- Ela te encheu de mentiras, não foi?
- Henri, você não precisa me justificar nada. Se é por causa do bebê...
Resolvi interrompê-la antes que ela falasse aquilo.
- Para, Giovanna. Você sabe que isso não é verdade. Eu amo você.
Ela me olhou assustada, o rosto ficando branco como um papel.
- O que?
- Eu sempre amei você Giovanna. Eu só era teimoso e orgulhoso demais pra admitir. Eu amei você desde do dia que te vi naquela loja e fui burro demais em não ter reparado nisso antes.
- Em que?
- No quanto eu preciso de você, Gio.
Outra ânsia de vômito veio e mais uma vez eu a ajudei. Mas aquilo já estava me preocupando, então a peguei no colo.
- Agora vamos cuidar de você e do nosso filho.
Assim que sai do banheiro  com ela no colo, todos nos encararam e eu não estava nem aí para aqueles olhares curiosos. Minha família se aproximou preocupada.
- A Giovanna não está passando bem. Vou levá-la para casa.
Eu não estava mentindo. Cada vez que a olhava ela estava mais pálida e eu já estava ficando angustiado, quando ela desmaiou em meus braços. Eu entrei em pânico e fomos todos para o hospital. No caminho meu coração acelerava enquanto eu tentava fazê-la abrir os olhos.
- Por favor, Giovanna! Abra os olhos.
As lágrimas desciam e eu não me importava só queria que ela acordasse.
Chegamos ao hospital e eu a carreguei gritando por socorro. Um enfermeiro apareceu com uma maca e eu a coloquei com cuidado. Eles entraram e quando eu  ia junto, fui impedido. Sentei na primeira cadeira que vi, angustiado e nervoso com tudo. Senti minha tia sentar ao meu lado e acariciar meu cabelo e minha irmã se ajoelhou na minha frente.
- Não vai ser nada. Você precisa se acalmar para poder ajudá-la. - Ari disse.
Ficamos horas esperando respostas e eu já estava ficando louco quando um médico apareceu.
- Parentes da Giovanna? 
Eu me levantei rapidamente.
- Como eles estão? - Foi a única pergunta que saiu de mim.
- Eles agora estão bem. A paciente teve uma baixa de pressão, vai ficar aqui essa noite em observação e se o quadro for estável eu a libero.
Concordei aliviado.
- Posso vê-la?
-Pode. Só peço que não a estresse. Ela não pode ficar tão nervosa.
Nem esperei ele terminar de falar e entrei no quarto. Ela estava meio sonolenta, mas sorriu quando me viu e aquilo me fez ver que ela realmente era tudo o que eu precisava. E também a minha maior fraqueza. Me aproximei sem me preocupar com a bagunça que eu deveria estar e segurei a sua mão.
- Você quer me matar de susto?
- Acho que era nossa intenção, né filho?
Ela disse isso acariciando a barriga e eu tive vontade de beijá-la. Tirei uma mecha do seu rosto, acariciando.
- Você precisa descansar.
Ela concordou com a cabeça.
- Obrigado. - Ela disse, já fechando os olhos.
- Pelo o que?
- Por estar aqui.
- E onde mais eu estaria? Pode dormir tranquila que amanhã eu ainda vou estar aqui.
Assim que ela fechou os olhos de vez, eu consegui respirar novamente. Giovanna me deixava assim. Ela veio bagunçar minhas emoções e eu ia do extremo ao outro em questão de segundos.
Meus tios e meus irmãos entraram, um por um, e tentaram me convencer a revezar com eles mas eu não concordei. Eu fiz uma promessa para ela e eu estaria ali para cumprir.
Deixei o cansaço me levar por algumas horas e adormeci segurando a sua mão e acordei com ela fazendo carinho na minha mão.
- Você está tentando me provocar? - Perguntei, ainda sem abrir os olhos.
- Por que? Eu estou conseguindo? - Ela parecia estar se divertindo.
Eu ri. Abri os olhos e ela estava sorrindo pra mim. Não era para qualquer pessoa, era pra mim, me pertencia.
- O médico disse que eu vou ter que ficar mais um pouco. - Ela disse.
Eu entrei em pânico novamente.
- Por que?
- Calma, seu bobo. Hoje é dia do exame de ultrassom. Acho que você vai gostar de conhecer alguém.
Meu coração não cabia mais no peito com aquelas palavras e eu fui do pânico a ansiedade em um pulo. Assim que a enfermeira veio nos chamar, eu a ajudei a descer e fomos encaminhados para a sala de exames. Giovanna se acomodou e o médico disse:
- Vamos ver se esse neném colabora hoje?
Segurei a mão dela e enquanto o médico passava um gel em sua barriga, eu olhava ansioso para a tela. Assim que ele deslizou o equipamento eu tentei ver algo e nada. 
-Estão vendo aqui? São as mãozinhas. - O médico aponta para a tela.
Pela primeira vez estava vendo o meu filho. Me senti diferente, e muito feliz. O médico olhou novamente para nós dois.
- Vocês querem saber o sexo?
Olhei para a Giovanna procurando uma resposta e dissemos sim juntos.
- Parabéns papais. É um garotão!
Eu ia ter um menino! Beijei o rosto da Giovanna que já estava chorando.
- Vamos ter um menino, Gio!
Ela concordava, chorando e eu tinha uma certeza. Aquele dia seria um dos  dias mais felizes da minha vida.
Depois de nos recompor e ela se vestir, o médico assinou a alta com recomendações e fomos embora. No caminho estávamos tão anestesiados que não dissemos nada. Entramos no apartamento dela e então não me controlei e a beijei como eu queria a meses atrás, como eu queria naquela festa e quando soubemos que teríamos um menino.
 

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora