Imprevistos acontecem

233 21 0
                                    

Eu tenho que admitir que estava extremamente nervoso na hora que fui conversar com o senhor Benine. Mas até que ocorreu tudo bem e ele ficou bem satisfeito de eu pedir autorização para levar a Giovanna em um passeio. Em compensação os irmãos dela me ameaçaram de várias formas se eu a magoasse. Combinei com a Giovanna que sairíamos a noite.
Assim que anoiteceu, parei o carro na frente de sua casa e fiquei esperando ela aparecer. Percebo a movimentação na porta e de repente ela sai da casa, caminhando em minha direção com uma mala na mão e um sorriso enorme no rosto.
- Olá, senhor Henri!
-Giovanna, Giovanna.
Ela riu de mim e rapidamente corri para ajudá-la com a mala. Nos acomodamos no carro e ela pergunta.
- Para onde iremos?
- Nosso primeiro destino é Milão!
Ela concordou e olhou na minha direção.
- Coloque o cinto.
Obedeci prontamente o comando e seguimos a estrada. Conversamos assuntos banais. Até que certo momento notei o silêncio que se instaurou e quando olhei para ela que estava em um sono profundo. Ela estava tão linda dormindo que meus pensamentos começaram a tecer uma teia perigosa.

Foram horas viajando e eu nunca vi uma pessoa dormir tanto.
Assim que chegamos no hotel eu a acordei e ela se espreguiçou como se fosse a coisa mais normal do mundo. A encarei por uns minutos antes de dizer algo.

- Acho que nem um panda dorme tanto igual você.
Ela soltou um gargalhada gostosa que me aqueceu por inteiro.
- Sr. Henri. Eu não sou um panda. E nós já chegamos?
- Já sim!
Assim que descemos, fomos até a recepção e ela ficava olhando tudo admirada e eu a observando. Quando a atendente chamou nossa atenção.
- Posso ajudar?
- Tenho duas reservas no nome de Henri Smith. - Eu informei.
A mulher empalideceu, e os olhos arregalaram.
- Sr....Smith?
- Eu mesmo.
- Eu....
Ela se recompôs e voltou a olhar para o computador e pareceu olhar preocupada...
- Senhor temos um problema! Só há uma suíte liberada... - A voz dela saiu baixa, quase sussurrada.
Eu e Giovanna perguntamos juntos.
- Como???
Me recompus antes de tentar entender o erro.
- Mas isso é inadmissível! Eu reservei duas suítes.
- Perdão senhor. Mas aqui está registrado uma suíte e não temos mais nenhuma liberada.
Assim que eu ia começar a xingar e chamar o gerente a Giovanna segurou meu braço e estremeci com aquele toque. Ela fechou os olhos e respirou fundo como se fosse para se acalmar e se virou para a recepcionista.
- Perdoe a atitude do meu amigo aqui. Entendo ser o seu trabalho e que há um mal entendido aqui. Esta tarde e estamos cansados. Vamos ficar com esse mesmo com a condição de resolverem esse problema amanhã cedo. Não queremos ter que acionar o seu superior certo?
A moça empalideceu mais antes de acenar freneticamente.
- Não...senhora! - Ela engoliu seco. - Amanhã mesmo resolverei isso.
- Obrigada.
Olhei de uma para a outra e parei meu olhar na Giovanna. Ela resolveu  tudo com muita calma e se fosse outra já teria armado um escândalo. Neste mesmo momento um homem apareceu e nos guiou para o quarto. Giovanna ficou estranhamente calada e aquilo estava me incomodando até chegarmos na suíte. Ela agradeceu o homem e assim que eu fechei a porta ela começou.
- Você planejou isso não foi?
- Eu??...Não. ...Você não achou que...
Ela não esperou eu terminar e colocou a mão na cintura.
- Se você pensa que vai me levar para a cama está muito enganado. Eu não sou uma dessas moças fáceis que você fica se esfregando!
- QUE? Que história é essa? Eu não sabia de nada... Eu não estou querendo te levar para cama! Só se você quiser...
Ela jogou o travesseiro em mim, e eu desviei rapidamente do objeto.
- Deixa de ser safado e mentiroso! Nós vamos ficar aqui porque eu estou cansada e com fome mas se você encostar um dedo em mim eu arranco isso que você tem entre as pernas!
Olhei bem para ela que saiu pisando duro e bateu a porta do quarto se trancando dentro dele! "Que mulher louca.". Bati na porta, ouvindo alguns barulhos indistintos do outro lado.
- Abra essa porta Giovanna...
- Não mesmo! Você vai dormir aí no sofá!
-Ok! Eu durmo no sofá se você abrir essa porta.
Ela abriu a porta, olhando para mim com um olhar de cinismo.
- Ótimo!
- Você é doida.
- E você dissimulado.
- Eu já disse que não sabia!
- Isso só prova o quão mentiroso você é.
Passei a mão pelo cabelo nervoso com ela e sua língua afiada.
- Você é impossível. - Respirei fundo para não brigar com ela. - Vamos fazer uma trégua?
Ela me encarou desconfiada por um momento, antes de dar de ombros e responder enfim.
- Ok. Mas eu preciso comer. Você nunca viu meu humor quando estou com fome.
"Além de doida, tem mudanças repentinas de humor. Eu, hein.".
- Ótimo. Vá se arrumar e vamos descer para comer algo. Pode ser?
Ela não me respondeu. Só se virou e entrou no quarto.

Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e fiquei imaginando ela sem aquelas roupas debaixo da água quente. Reprimi meus pensamentos, balançando a cabeça para mim mesmo. Ela aceitou ser só uma amiga. Somente isso.

Mas parece que meu corpo não estava concordando com meu pensamento porque só de pensar nela tomando banho meu corpo já estava dando sinais contrários. "Droga". Assim que o chuveiro desligou, me recompus do jeito que deu e encaminhei para o quarto a encontrando somente com uma toalha no corpo. Assim era demais para meu autocontrole. Ela colocou a mão na cintura, a postura de repreensão.

- Quer parar de me olhar desse jeito e ir tomar o seu banho?
Parei de encará-la, desviando o olhar.
- Que jeito?
- Como se eu fosse um pedaço de carne. - Respondeu, indignada.
Eu ri e fui para o banheiro, que estava impregnado com o cheiro dela fazendo meu corpo arrepiar. Aproveitei para tomar um banho gelado e tirar um pouco da tensão. Enrolei a toalha na cintura e assim que sai a Giovanna estava calçando uma sandália de salto. Quando ela me encarou a cor sumiu do seu rosto e eu achei sua reação engraçada.
- Algum problema?
- É...Tem como você vestir um blusa?
- Por que? Está te incomodando?
Ela olha nos meus olhos, pega uma nécessaire e vai para o banheiro sem me responder.
Pego uma bermuda e uma blusa branca e assim que sento no sofá ela aparece com vestido curto que da para ver uma extensão das sua pernas. Droga de mulher provocante! Desvio meu olhar e resolvo sair logo antes que faça algo que eu me arrependa depois.

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora