Uma nova perspectiva

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Assim que deixei a Giovanna em casa e entrei no meu apartamento, senti que faltava algo ali.  Tomei um banho e assim que olhei a minha cama vazia, me bateu uma frustração. Tentei dormir e nada. O sono não vinha. Tentei me conter, mas não consegui e liguei para ela.
O telefone tocou insistentemente e quando já estava desistindo, ela me atendeu com a voz embargada:
- Aconteceu algo?
- Sim. Não estou conseguindo dormir.
- Hum... Tenta fechar os olhos.
- Já fiz de tudo. Vem dormir comigo?
-Henri, você já olhou as horas? São três da manhã e é hora de criança está dormindo.
- Sei, sei. Mas não consigo. Por favor?
Houve um silêncio e quando achei que ela tinha desligado, ela disse:
-Com algumas condições. Primeiro você vem me buscar. Segundo eu vou de pijama e nem venha com cena de ciúmes. Terceiro nós só iremos dormir. Combinado?
- Ok, ok.
Sai apressado do meu apartamento, peguei o carro e fui em direção ao hotel onde ela estava hospedada. Assim que bati na porta ela me apareceu com um roupão, uma mochila nas costas, com a cara toda amassada e ainda estava linda. Ela disse:
- O que foi? Vamos logo que você interrompeu o meu sono.
Eu ri e fui guiando ela até o carro. O caminho todo foi feito em silêncio com a Giovanna lutando para não dormir. Chegamos no meu apartamento e assim que entramos no quarto ela tirou o roupão revelando uma camisola super curta quase transparente. Eu engoli seco e disse:.
- Você dorme assim?
Ela fingiu que não me ouviu e deitou na cama se cobrindo com o edredom. Ótimo, se antes eu não  conseguia dormir, agora é quase impossível com ela vestida daquela forma. Deitei na cama e respirei fundo. Puxei ela para perto do meu corpo e dormimos.

 Acordei com o despertador e a Giovanna reclamando do barulho. Com muito custo consegui  desligar o aparelho e só então pude reparar a beleza de ter aquela mulher na minha cama com os cabelos jogados no travesseiro. Abracei ela e disse:

- Está na hora de levantar.
Ela grunhiu algo e tampou o rosto com o travesseiro. Aproveitei o momento preguiça dela e fui tomar um banho. Quando estava ligando o chuveiro senti ela me abraçar e dizer:
-Sabia que é falta de educação não espera a mulher que você acordou de madrugada para tomar banho?
- Perdão pelo erro cometido, senhorita.
Me virei e passei as mãos pelo seu cabelo encontrando nossas bocas. Ficamos ali um bom tempo nos curtindo quando caiu a ficha que precisávamos trabalhar. Saímos do banheiro e começamos a nos arrumar. Não ia dar tempo de tomar café e então a levei até o serviço. Ao chegar, avistei o mesmo homem que conversava com ela na festa e o sangue subiu para a cabeça. Ela me deu um beijo e antes de eu deixar ela sair eu perguntei:
- Quem é ele?
- É o irmão do James. Por que?
- Eu vi vocês conversando na festa.
Ela riu e disse:
- Ele já pertence  a outra pode ficar tranquilo.
- Mas...
- Mas nada! Eu estou com você, não estou? Estamos nos dando uma chance. Não sou de ficar com mais de um cara Henri, então não precisa ficar colocando coisas na sua cabeça. Ele é um amigo. Ouviu? AMIGO.
Eu respirei fundo e realmente, ela estava certa. Eu tinha que parar com essa insegurança toda.
Ela me deu outro beijo e saiu.
Cheguei na empresa já sendo informado de duas reuniões e vi que o dia seria bem longo. E como pensei, isso ocupou o meu dia todo. Sai da empresa esgotado e percebi que já era noite. Tentei ligar para a Giovanna, mas só caia na caixa postal. Fui para o apartamento e assim que abri a porta lá estava ela com a mesa lotada de comida japonesa. Sorri com aquela imagem e ela disse:
- Vem logo. Estou faminta.
Me sentei do lado dela e fomos conversando sobre o dia no trabalho e amenidades. Assim que terminamos, ela disse:
- Você arruma a bagunça. Já que eu pedi a comida.
- Espertinha. Eu fico com a parte mais difícil, né?
Ela sorriu e saiu da minha vista. A encontrei arrumando as coisas para ir embora e eu disse:
- Onde você esta indo?
- Embora, ué.
Passei a mão pelo meu cabelo, nervoso e disse meio tímido:
- Por que você não fica?
Ela parou o que estava fazendo e disse:
- Como?
-É... Dorme aqui.
- Henri, já dormi aqui ontem.
- Estou dizendo sempre.
- Você está me chamando pra morar com você?
- Por que não?
- Henri, nos começamos a nos entender agora, está muito cedo para este  tipo de decisão.
- Ok! Mas eu já tomei a minha decisão e deixo em aberto o convite, tá bom? Mas dorme aqui?
Ela sorriu e disse:
- Com uma condição.
- Qual?
- Que você mude o toque daquele bendito despertador! Se eu ouvir aquele barulho mais uma vez eu quebro aquele negócio sem medo.
Eu ri da sua proposta e disse:
- Está bem. Combinado então.
Enquanto eu terminava de lavar a louça lá estava ela jogada no sofá assistindo uma série. Não demorou muito para eu me juntar a ela no sofá.
De repente meu celular toca e atendi já pensando quem poderia me ligar uma hora dessas. Assim que atendi percebi o Marcus começou:
- Eu não sabia para quem ligar, a Ariana começou a sangrar e agora. Eu...
Entrei em pânico e pedi o endereço. Já me arrumando e tentando explicar a Giovanna a situação. Saímos de lá apressados e assim que cheguei encontrei o Marcus pálido e andando de um lado para o outro. Ele começou a relatar o que tinha acontecido e que tinha horas que ela estava lá dentro e ninguém falava nada. A Giovanna tentou acalmá-lo e eu fui atrás de alguém que informasse algo. A enfermeira disse que tinha que esperar a médica e não sei quanto tempo ficamos ali. Até a médica aparecer e dizer:
- Ela e os bebês estão bem. Ela teve um princípio de aborto, mas conseguimos reverter a situação.
O Marcus engoliu em seco e acabei perguntando:
- Bebês???
O médico olhou para nós e disse:
- Vocês não sabiam? São gêmeos.
O Marcus começou a andar de um lado para o outro novamente e eu o perguntei:
- Você sabia?
Ele me olhou e disse :
- Sabia. Mas cansei de avisá-la para parar de esforçar muito.
- Por que vocês não falaram nada?
- Nós iríamos fazer uma surpresa pra família.

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora