O melhor de nós

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Já tinha se passado três meses desde que Giovanna e eu nos entendemos e foram os melhores que já tive. Arrumamos o quarto do Gabriel e eu estava uma pilha de nervos porque o médico disse que ela estava na fase final da gravidez.

Hoje era uma noite atípica. Não pude ficar com ela, porque toda a família estava instalada lá, e a casa estava lotada. Senti angustiado a noite toda e mal preguei os olhos. Assim que amanheceu eu me levantei e me arrumei para ir a empresa. Minha cabeça doía por causa da noite mal dormida. Passei por minha secretária e cumprimentei, indo em direção à minha sala.
- Bom dia, senhor. Eu...É... acontece que tem uma mulher na sua sala e eu insisti para ela não entrar mas não consegui impedi-la. - Ela começou a falar.
- Ela disse o nome? - Já tinha uma ideia de quem seria.
- Sim. É... Jessica.
Era só o que me faltava. Uma raiva me subiu. Eu entrei na sala e encontrei a mulher sentada na minha cadeira com as pernas cruzadas e aquilo só despertou mais meu ódio. Pra melhorar ela abriu a boca.
- Oi, amor. Estava esperando por você, afinal faz um bom tempo que você não me liga.
- O que você faz aqui?
Ela se levantou e chegou perto segurando minha gravata.
- Eu vim te ver oras. Fiquei com saudade.
Minha cabeça começou a latejar e eu estava sem paciência nenhuma.
- Jessica. Eu quero você fora daqui em cinco minutos.
- Pra que isso, amor? Eu sei que você também sentiu minha falta.
- Jessica. Cai fora daqui.
Ela olhou assustada e eu não conseguia conceber toda essa encenação.
- Como você pode falar assim comigo depois de tudo?
Eu a cortei antes de ouvir mais uma bobagem.
- Olha, Jessica. Eu não lembro de nada aquele dia então pra mim não aconteceu. E eu pretendo apagar aquele dia da minha vida.
Fui para a minha mesa e ela me seguiu batendo no móvel.
- Como você ousa?
- Do mesmo jeito que vou chamar o segurança se você não sair daqui.
Ela me encarou furiosa e disse gritando histericamente.
- ISSO É CULPA DAQUELA VAGABUNDA NÃO É?
Senti cada célula do meu corpo em alerta e a encarei da mesma forma.
- Nunca! Você ouviu? Nunca mais fale da minha mulher dessa forma ou você vai se ver comigo.
- O que ela tem que tanto te agrada, Henri? Será que é aquele bastardo?
Eu bati na mesa com força dessa vez.
- Não ouse falar da minha família, Jessica. Não teste meus limites que você irá se arrepender.
- Mas Henri, eu te amo.
Eu tive que rir porque aquela cena até pareceria divertida.
- Você ama qualquer um que tenha dinheiro, Jessica.
Nós dois levamos um susto quando a porta se abriu, e uma Giovanna furiosa entrou por ela.
- Henri, eu posso saber o que essa vaca está fazendo aqui?
Eu passei as mãos pelo cabelo já nervoso com tudo. Me aproximei da Giovanna, querendo ficar o mais distante possível de Jessica.
- É o que eu estou tentando saber também.
- VOCÊ NÃO PODE FICAR COM ESSA MULHER HENRI. - A descontrolada berrou.
- Eu só não posso como já estou, Jessica. - Eu respondi com calma.
Ela começou a andar de um lado para o outro conversando com ela mesma.
- Depois de todos os meus esforços...
Ela se virou para nos encarar, e seus olhos estavam carregados de dissimulação. E ela começou a rir. 
- Você sabia que foi difícil te colocar naquela cama, Henri? E pensando bem foi um desperdício de tempo colocar o remédio naquela bebida. Pra você simplesmente escolher essa tonta?
A raiva me subiu e quando eu ia falar algo, Giovanna foi até ela é lhe deu um tapa na cara.
- Vira gente, Jessica. Vai correr atrás da sua felicidade sem estragar a dos outros. Você afastou o pai do meu filho durante seis meses com esse seu joguinho inútil. Toma vergonha na sua cara. E eu só não arrebento esse seu rosto falsificado porque estou grávida. Mas se eu ouvir mais alguma coisa dessa sua boca imunda eu vou te dar uma lição que ninguém deu até hoje. Então pega o que restou desse seu orgulho e saia daqui antes que eu me volte atrás.
Jessica ficou paralisada e nem me dei conta que ela havia saído porque meu olhar estava na mulher mais linda e corajosa que eu havia conhecido. Assim que ela se virou me encarando meu mundo parecia ser somente ela. Até que a expressão dela foi de neutra para dor, e ela se contorceu e eu voltei a realidade. Cheguei perto dela o mais rápido que pude e perguntei angustiado.
- O que foi?
- Eu vim aqui te chamar para ir no médico porque desde cedo estou sentindo uma dor estranha. - Ela gemeu quando outra pontada parece ter atingido ela. - Sai escondida de casa então...
Antes dela terminar ela se contraiu novamente e eu entrei em pânico.
- Vou pegar o carro.
Ela me puxou e apertou a minha mão angustiada.
- Você não é nem louco de sair daqui! Tá doendo muito...
- Calma amor...Eu...
De repente começou uma água escorrer por suas pernas.
- O que é isso?
-Minha bolsa estourou, gênio. - Ela berrou.
Entrei em pânico. Meu filho queria vir ao mundo e eu não sabia o que fazer quando ela apertou minha mão novamente, esmagando meus dedos. No pavor do momento, peguei ela no colo e sai da sala. Falei com a secretaria para ligar para o hospital e assim que entramos no elevador ela sentiu dor novamente e dessa vez gritou, agoniada.
- Calma amor. Estamos chegando.
Ela me olhou furiosa, e por um momento, tive medo de morrer ali mesmo.
- Não me pede para ter calma, Henri!
Resolvi ficar calado e a coloquei no carro indo para o assento do motorista. Corri igual louco sem me preocupar com nada e assim que paramos no hospital já tinha um enfermeiro com uma cadeira de rodas a espera. Sentei Gio na cadeira e entramos no hospital. Ela foi para uma sala e eu, contra minha vontade fui para outra. Liguei para todos os nossos familiares e quando estava no celular a médica chegou.
- Sr. Henri?
- Sou eu. Como eles estão?
-Você pode se vestir porque está na hora e vamos fazer o parto.

Entrei angustiado em uma sala e me vestiram com uma roupa azul de hospital. Assim que entrei no quarto que, Gio estava deitada em uma maca. Meu coração acelerou. Fui até ela, segurei sua mão deixando um beijo ali. Gabriel estava vindo ao mundo e todos os sentimentos vieram a tona nesse momento: medo, angústia e principalmente, felicidade.

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora