Fugindo dos sentimentos

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Eu me sentia um lixo e não era para menos, né? Tive a melhor noite da minha vida e depois falo que eu tenho que ir embora e dispenso a mulher assim. Eu era um cretino mesmo e ela nunca iria me perdoar por a ter tratado como se fosse mais uma.

Mas a verdade é que o cheiro dela não saia de mim e nem os momentos que passamos juntos. O que eu fiz? Assim que ela fechou a porta as suas palavras ecoaram pela minha cabeça. "Eu já tinha te dito que você não tem sentimentos.". Eu podia ouvir seu choro baixo vindo do quarto e aquilo estava acabando comigo. Assim que eu ia bater na porta, Giovanna abriu e só então percebi que ela estava com uma mala nas mãos.
- Giovanna... O que...?
- Estou indo embora.
- Mas eu vou te deixar lá.
- Não quero nada de você! Eu já me resolvi e já comprei a passagem. Não precisa se preocupar.
- Giovanna, não precisa ser assim.
Ela me olhou com raiva, e eu me senti ainda pior.
- E seria de que jeito? O que? Você ia vir aqui quando quisesse e eu ficaria esperando por você? Para depois abrir uma revista e ver que você está com outra modelo? Ou melhor. Eu ia ficar aqui esperando você se preocupar comigo mais do que com seu maldito dinheiro? Desculpa, mas isso não vai acontecer. Pelo menos não comigo. Então se me dá licença eu tenho um ônibus para embarcar.
Eu não tinha o que responder por que eu era esse filho da puta que ela estava descrevendo. Deixei ela passar e Giovanna fechou a porta sem olhar para trás. Me forcei a pensar que aquilo foi o certo a se fazer. Minha vida era repleta de pessoas frias e me atrevo a dizer que eu era uma. Meu trabalho sempre foi minha vida depois que meu pai se foi e por mais que meu tio estivesse nos apoiado em tudo eu ainda tinha meus irmãos para cuidar. Eu me afundei no trabalho e no dinheiro que saia dele também. Sempre tive a mulher que eu queria e não me faltava nada. As vezes era solitário, mas faz tanto tempo que fiquei assim, que me acostumei com aquela situação. E então veio a Giovanna. Aquela noite e os momentos juntos e essa sensação de vazio são situações tão diferentes para mim. Mas eu ia embora e iria voltar para a minha realidade e então seria só lembranças. Ela seria uma lembrança e tudo seria um borrão na minha vida. Eu acreditava nisso. Precisava acreditar!

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Assim que voltei para o hotel em Florença, arrumei minhas coisas, tentando não pensar nela. Me concentrei na mala. Fui avisado que meu jatinho me esperava. Peguei o carro e fui para a pista de voo. Assim que subi a escadaria do avião, dei uma olhada em Florença, respirei fundo e segui para dentro. No momento em que fechei os olhos para relaxar, o sorriso da Giovanna veio em minha cabeça e senti aquele vazio me incomodar novamente. Peguei um copo de whisky e bebi de uma vez para tentar aliviar. Mas novamente a imagem dela veio  na minha cabeça. Passei a mão pelo cabelo para tentar me acalmar. Isso passa, tem que passar!

Sentei na poltrona novamente e desisti de dormir. Era melhor que ter ela na minha cabeça.
Assim que pousamos, me senti aliviado por ter chegado em Londres. Sai do avião e respirei fundo para me sentir em casa novamente, mas aquela sensação estranha me tomou não me abandonou em momento nenhum. Balancei a cabeça para expulsar os pensamentos e segui para meu apartamento. Abri a porta e olhei para todos os lados, como se estivesse procurando por alguém. Mas quem?

Terminei de entrar e fui direto para o banheiro. Precisava de um banho. Quente e relaxante. Fiquei um tempo escorado na parede, tentando relaxar e assim que saí, enrolei a toalha na cintura e me olhei no espelho. Para minha surpresa ainda tinha marcas das unhas dela em mim. Toquei lentamente uma e pude por um momento reviver aquele momento. Pude sentir meu corpo reagindo ao pensamento e droga! Acabei precisando de um banho gelado.

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora