O jantar

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Eu já estava ficando louca. Não sabia se era a dificuldade de escolher a roupa ou de estar o dobro do meu peso ou  até mesmo o fato de que eu ia conhecer a família dele. Dio mio. Há meses atrás eu não queria saber do Henri. Agora eu estava indo a uma festa com ele. E pior.  Conhecer a família dele. Olhei o relógio e já era oito horas. E eu ainda estava sentada na cama, enrolada em uma toalha com a confusão do meu quarto sem saber o que vestir. Afinal eu tinha  perdido a maioria das minhas roupas com a gravidez e estava em total desespero. A campainha tocou, me tirando do transe e assustando. Era só o que faltava. Ele chegar mais cedo. Assim que abri a porta eu respirei aliviada ao encontrar a minha amiga Helena, um anjo em minha vida.
- Você não está pronta até agora! - Ela disse ao reparar meu estado.
- Não. Nenhum vestido entra em mim! Já estou desesperada!
Ela riu, indo na direção do meu quarto.
- Sorte sua que eu amo você e trouxe algumas roupas da época da minha gravidez.
Abri um sorriso de alívio e Helena começou a me apressar. Entrei no banheiro quase que empurrada e experimentei um vestido longo rosa claro. Me olhei no espelho já decidida. Era ele que eu ia usá-lo. Sequei meu cabelo e Helena fez uns cachos na ponta, aproveitei para fazer uma maquiagem leve e calcei uma sandália de salto baixo porque o médico tinha proibido saltos altos.

Assim que eu estava terminando de me arrumar a campainha tocou de novo, e eu fiquei nervosa ao ouvir a voz dele. Foco, Giovanna. É só um jantar de premiação e mais nada. Tomei coragem, sai do quarto me deparando com o Henri de smoking. Minha nossa, que visão dos Deuses. Ele me encarou com seu sorriso sexy e minhas pernas bambearam. Droga de homem bonito! 
- Você está... incrível, Giovanna. - Ele disse.
- Não exagera, Henri.
Ele balançou a cabeça, em negativa.
- Você está linda.
Fui pegar minha bolsa e despedi da minha amiga que estava ouvindo a conversa e fazendo aquela cara de "você está caidinha por ele". Ignorei sua atitude, me virando para Henri.
- Podemos ir.
Ele se despediu de Helena e saímos do apartamento. Abriu a porta do carro e assim que me acomodei, ele finalmente entrou e fomos em direção a festa. No caminho fomos conversando amenidades e quando dei por mim, já tínhamos chegados no local que estava todo iluminado e enfeitado e como sempre eu estava fascinada com tudo.
Assim que Henri abriu a porta do carro e eu desci, ele me guiou até a entrada onde tinham câmeras e repórteres e isso só me fez pensar que eu tinha me esquecido que o Henri é um CEO e que esse tipo de coisa faz parte do seu mundo. Segurei firme seu braço, e ele me encarou, transmitindo uma segurança que eu não sentia.
- Não precisa responder nada, tá? 
Respirei fundo e o segui evitando todas as perguntas. Assim que entremos pude reparar na decoração que estava linda. Henri me guiou até uma mesa onde eu estavam várias pessoas que  imagino ser sua família, pois me lembrava da Ariana. Ela se levantou do lugar, veio ao nosso encontro e me abraçou.
- Quanto tempo, hein? Nunca mais a vi. Eu sempre achei meu irmão meio lento, mas hoje tenho certeza. E meu sobrinho como está?
Olhei para Henri que estava sorrindo e respondi.
- Está fazendo uma farra aqui dentro. - Aponto para a barriga protuberante. - E os gêmeos?
- Contra a minha vontade tive que deixar com uma babá. - Ela resmungou.
Eu ri da sua expressão e Henri me puxou para apresentar ao restante do pessoal.  
- Tia, tio. Essa é a Giovanna.
A senhora que tinha um expressão serena, me puxou para um abraço.
- Bem vinda a essa família de loucos! - Eu ri.
- Porque a senhora ainda não conhece a minha.
Rimos juntas e um homem chegou perto de mim e me cumprimentou também. Olhei os dois homens que vinham em minha direção e pensei comigo que a genética da família de Henri é a melhor que eu já vi. Porque ambos eram lindos. Um era do porte do Henri, mas parecia ser mais reservado e o outro era risonho e o dobro do tamanho. Henri veio até mim, apontando para os dois.
- Giovanna, esses são Rodrigo e Miguel, a parte chata da família.
Eles riram e o Miguel estendeu a mão, cumprimentando.
- Prazer, Giovanna. Não dê ouvidos ao meu irmão. Eu sou o mais legal aqui.
E piscou para mim. Com certeza se eu não fosse atraída pelo Henri, esse homem conseguiria minha atenção. E em seguida Rodrigo também me cumprimentou, apontando para minha barriga.
- E esse garotão aí?
- Não sei se é menino ou menina ainda.
Ele sorriu.
- Vai ser muito esperto, isso com certeza.
Concordei com ele e de repente alguém chamou atenção do palco e começou a cerimônia de premiação. Senti Henri segurar a minha mão e dar um beijo nas costas. Aproveitei que ninguém estava olhando e me aproximei para falar no seu ouvido.
- Não provoque uma mulher grávida, nossos hormônios são instáveis.
Ele riu, e me encarou de canto de olho.
- Talvez seja isso que eu quero. - E piscou.
Senti meu corpo arrepiar com o seu comentário e resolvi que era melhor prestar atenção na premiação.

Assim que o tio de Henri fez seu discurso, eu chorei por ele ter me incluído. Como se eu fosse da família. Henri me emprestou um lenço e depois das premiações abraçamos o tio, e começamos a conversar assuntos banais durante a festa.
Era bonito ver eles rindo e brincando um com o outro. Deu até  saudade da minha família. Em certo momento, pedi licença um momento para ir ao banheiro. Porque ultimamente parecia que tinha bebido litros de água, minha bexiga não me dava paz. Precisava retocar meu batom também. Levantei e fui em busca do banheiro mais próximo.

- Então agora você resolveu prender o Henri com um filho. - Uma voz aguda chama minha atenção.
Me virei e só para deparar com a loira peituda. Jessica. Sorri para ela.
- Não prendi ninguém, querida. Ele está comigo porque quer.
Ela deu aquele riso insuportável, e eu já senti minha irritação subir.
- Você pode estar grávida, mas é a mim que ele procura todas as noites.
Meu estômago embrulhou com a baixaria, mas eu não ia me abater novamente.
- Se for o desejo dele se envolver com uma mulher fútil como você não posso impedi-lo. Mas eu acho engraçado, porque depois ele me procura. Sempre. Será que você não está fazendo algo errado?
Ela empalideceu e saiu pisando firme do banheiro.
Me senti um pouco tonta e segurei na pia. O pensamento da possibilidade de Henri estar me enganando de novo veio a tona e corri para o vaso e vomitei tudo que estava no meu estômago. Cada vez que eu tentava me levantar eu via tudo rodar e mais umas ondas de enjoos vinham e eu colocava o que eu não tinha pra fora. Não sei quanto tempo fiquei assim, só lembro de ver o Henri entrar no banheiro desesperado e se ajoelhar do meu lado.

Bem vindo a Italia #Livro 1 (Serie De Encontro ao Amor!)Onde histórias criam vida. Descubra agora