53: brenda cansou de esperar

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Ps.: O que você acha que a Brenda cansou de esperar? HIHIHI

: O que você acha que a Brenda cansou de esperar? HIHIHI

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– Brenda, não faça isso.

Duas figuras encapuzadas podiam até ser vultos ocultos pela própria noite para quem passasse na rua, mas para Brenda as silhuetas de Alana e Silvia eram perfeitamente distinguíveis entre si, mesmo na virada da madrugada. Alana vestia seu moletom de gatinhos, o capuz com duas orelhinhas felpudas apontando em direções opostas. Silvia era a única pessoa de Aquino que possuía uma jaqueta escrito The Killers.

Brenda revirou os olhos. É óbvio que elas tentariam impedi-la.

– Não sei do que vocês estão falando. – ela se defendeu inutilmente.

– Claro que sabe. – Silvia levantou uma sobrancelha e baixou o próprio capuz – Ou melhor, nós sabemos exatamente o que você carrega aí dentro.

As duas fitaram a bolsa esportiva que Brenda trazia consigo. Contrariada, colou a mochila contendo uma garrafa de líquido inflamável e um maçarico rente ao corpo, como uma criança que é pega no flagra. Ela até tentou pensar em alguma desculpa plausível para estar àquelas horas caminhando de maneira muito era suspeita pela rua traseira ao Colégio, onde ficavam os fundos da cantina. Só que Alana e Silvia a conheciam bem demais para isso, e não fazia sentido perder tempo com baboseiras.

– Não adianta vocês tentarem me impedir agora. – ela deu dois passos para trás, aproximando-se dos portões dos fundos do Colégio – Eu devia ter queimado a cara desse otário quando eu tive a chance.

– Você nunca teve a chance. – rebateu Silvia calmamente, erguendo uma das mãos diante do corpo, como se a força de seus pensamento fosse capaz de controlar a energia psicopática que pulsava nas veias de Brenda Belucci.

– Porque vocês não deixaram.

– Não. Porque o maluco sempre esteve um passo à frente de nós três, e todas as vezes que pensamos estar sendo mais espertas do que ele, uma de nós acabou se ferrando. – Silvia enumerou pacientemente, nem um pouco intimidada pelo material inflamável perigosamente em posse de uma Brenda emocionalmente instável – Eu fui suspensa quando invadi o computador dele, e expulsa depois. Você foi reprovada e expulsa do time de ginástica. Alana teve seus contos descaradamente plagiados.

– E agora até a Ana, que não tem nada a ver com nada disso, pode pagar o preço por se meter com o Tomás. – Alana retificou, com razão – Admita, Brenda, nós não temos chance.

– Porcaria nenhuma! – Brenda exclamou, olhando de Silvia para Alana – E desde quando eu preciso de chances para fazer as coisas? Eu faço a minha própria sorte.

– Brenda, você não está pensando com clareza. – Alana tentou, mas foi interrompida por uma risada em escárnio.

Essa é boa! Eu não estou pensando com clareza. Eu! Justo a pessoa que te avisou desde o começo que se meter com esse Professor era cilada. – ela se virou para o portão e disparou a falar enquanto colocava a mochila do chão e tirava um alicate gigantesco da bolsa, que só Deus sabe onde ela fora arrumar aquilo; depois, posicionou-o no cadeado que trancava a estrutura de metal já em muito comprometida pela oxidação, e tracionava as hastes tentando arrebentar a tranca – Mas nããão, você tinha que tomar o seu prazer em ser a Nova Alana, a Alana Diferente. A Alana digna da atenção exclusiva do cara mais velho, porque caras mais velhos são tão legais. Então, se um cara mais velho de repente te nota, você deve ser legal também. Afinal, só os caras importam. Suas amigas, suas melhores amigas que sempre estiveram do seu lado que se danem, porque a opinião que importa é a do cara.

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