Alana David e suas melhores amigas, Brenda e Silvia, são o tipo de garotas que nunca se metem em problemas. Sempre chegavam em casa antes das dez, não fumavam cigarros e não se metiam com os garotos da escola pública. Eram conhecidas no Colégio Sant...
Pergunta: como você ficou sabendo sobre Não Confie Nas Boas Meninas?
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– Por que diabos o meu maçarico não está acendendo? – Brenda arregalou os olhos ameaçadoramente enquanto prosseguia sua tentativa de acionar a válvula que supostamente liberaria as chamas azuladas de dentro do maçarico.
Ela riscava a engrenagem incessantemente, e levou algum tempo até que ela se tocasse de que o problema não era mecânico, mas falta de combustível. O fluido inflamável havia sido completamente descartado e ela não se preocupara em trazer um refil consigo enquanto fugia de casa às pressas, torcendo para que seus pais e empregados não notassem a sua ausência.
Aquilo era muito amadorismo. Brenda não se esqueceria de encher o maçarico, ela era uma profissional.
A menos que...
– Silvia! – Brenda protestou, sabendo imediatamente quem era a responsável por sabotar seu plano, visto que Alana parecia tão surpresa quanto ela própria.
– Boa garota. – ela murmurou para Silvia, impressionada, que agradeceu com um encolher tímido de ombros. Não ousaria comemorar o sucesso de seu plano na frente de uma Brenda raivosa.
– Eu esvaziei essa porcaria hoje quando você deixou a mochila na sala de aula para ir ao banheiro. – ela explicou, ajeitando a franja do novo cabelo curto na faixa que usava por baixo do capuz – Eu te conheço, Brenda. Sabia que você tentaria fazer alguma coisa estúpida.
– Alguma coisa estúpida pelo menos é alguma coisa! – ela rosnava em resposta, completamente aborrecida com o fato de que Silvia e Alana, da noite para o dia, decidiram que se incomodavam com o fato de ela ser uma incendiária – Não fazer nada diante de uma injustiça é pior do que fazer coisas estúpidas.
– Não é assim que fazemos as coisas, e você sabe. – Silvia ponderava pausadamente, uma das mãos erguida entre ela própria e Brenda, para o caso desta última tentar arremessar o frasco esvaziado na sua cabeça – Bom, é assim que fazíamos as coisas, mas isso foi antes de você ser suspensa do time, eu ser expulsa do colégio e Alana ser... – ela olhou de relance para Alana – bem, ser completamente ferrada.
– Pelo cara que eu gostava. – Alana concordou com amargura, sabendo que merecia esse aditivo à sua cota no concurso de "quem se ferrou mais desde que Tomás entrou em nossas vidas".
– Já tem muita gente que sabe que você é quem coloca fogo nas coisas. – Silvia se dirigiu a Brenda – Eu, Alana, Tomás, Cristina, Mika... acho que até o Thales sabe, se não me engano.
– Silvia tem razão. – Alana revirou os olhos por pontuar o óbvio: Silvia sempre estava com a razão. – Já tem gente demais sabendo para que a sua relação com fogo seja considerada um segredo.
– Você não vai conseguir se safar com isso, Brenda.
– Eu sempre consigo me safar. – a voz da outra saía entredentes – Com tudo.
