Inexplicável

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Os três passaram uma tarde agradável em família, dentre episódios de Doctor Who, sessões de filmes de Star Wars e pausas para comer. Fitz pôde desfrutar novamente da receita que Jemma melhor sabia preparar, seu tão precioso sanduíche de presunto e mussarela de búfala, com uma pitada de pesto aioli caseiro.

Athena estava progredindo em seus passos. Já conseguia andar sem sofrer muitas quedas, apoiando-se menos nos móveis da casa, pouco se amparando nas mãos de seus pais como nas vezes anteriores.

À noite, depois de ela finalmente dormir, Fitz e Jemma não precisaram se comunicar através de palavras para expressar seu desejo e a necessidade que sentiam de estarem intimamente conectados um ao outro. Eles haviam flertado o dia inteiro e estavam se consumindo de impaciência por aquele momento. Em nenhum instante, eles negligenciaram a própria filha. Dispensaram-lhe a atenção devida e somente quando ela cedeu à exaustão e dormiu, caminharam em direção ao quarto que dividiam para mais uma doce e intensa noite de amor.

Suas bocas se encontraram como que por instinto. Andaram rumo à cama com passos desajeitados, por entre beijos e toques, suas mãos ávidas percorrendo o corpo um do outro, despindo-os das roupas que vestiam. Novamente, ela posicionou-se em seu colo quando finalmente seus corpos tombaram sobre o colchão. Mas a intenção de Jemma, desta vez, era permanecer por cima, tendo total domínio da situação.

No entanto, não foi bem assim que ocorreu, visto que as mãos de Fitz, posicionadas em seus quadris, ajudaram a guiá-la, a encontrar o ritmo perfeito, o que melhor favorecesse o prazer de ambos. Talvez ele tenha percebido a hesitação dela, certa insegurança que a acometeu em seus primeiros movimentos sobre ele – subindo e descendo suavemente, indo para frente e para trás, mas vacilante, indecisa se era assim que deveria se manter. Portanto, ele não tardou a levar as mãos à cintura dela, orientando-a de forma que ela fizesse movimentos circulares sobre ele. Jemma se viu admirada e – por que não? – deliciada. Daquele jeito era melhor. Gradativamente, foi se sentindo mais confortável e segura de si. Ele realmente conhecia seu corpo como a palma de sua mão. Eles gemiam ofegantes como resultado da fricção entre suas intimidades combinada a cadência precisa com que se moviam um contra o outro.

Jemma praticamente se debruçou sobre ele quando terminaram. As suas respirações altas e irregulares preenchiam o ambiente. Eles demoraram a recobrar o fôlego, de maneira que não falaram nada por vários minutos.

— Wow! – ela finalmente disse, agora com a respiração normalizada, a cabeça repousada sobre o peito de Fitz – é sempre assim entre nós?

— O que quer dizer? – perguntou, um tanto confuso, correndo suavemente a pontas dos dedos pela espinha dela.

— Bem... Todo esse desejo, essa vontade constante de fazer isso o tempo todo, de nunca querer parar...

Fitz deu um sorriso orgulhoso.

— Digamos que sim. Isto é, quando nos mudamos para o apartamento, a sua ideia era inaugurar devidamente cada um dos cômodos.

— Oh, e como nos saímos?

— Você conseguiu. Claro que iria até o fim com essa ideia.

Jemma levantou a cabeça e o fitou, recriminando Fitz com o olhar.

— Só eu? Como se você não tivesse concordado em seguir com esse plano – disse, com um leve tom de crítica na voz.

— Sim, mas a ideia foi sua – ele respondeu, divertido.

— Sabe, é muito feio mentir. Quando eu recuperar a memória...

— Saberá que estou falando a verdade – Fitz a interrompeu com ar de provocação.

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