S.I.L.E.N.C.I.O.

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Ele encontrou Jemma no balcão que separava a cozinha da sala quando chegou em casa. Ela parecia muito concentrada no que quer que estivesse fazendo, com tantos ingredientes dispostos sobre a superfície de mármore. Ao ouvir o barulho das chaves de Fitz, quando ele as jogou sobre a mesa de canto logo ao lado da porta, ergueu a cabeça para encará-lo.

— Olá! – ela simplesmente disse e voltou a sua atenção para o que estava fazendo.

Fitz respondeu um tanto intrigado ao mesmo tempo em que atirava seu casaco sobre uma poltrona.

— Onde está minha mãe?

— Ela saiu tem uma meia hora.

— Pra onde?

Simmons ergueu o olhar novamente na direção dele.

— Para o apartamento dela - respondeu como se fosse algo óbvio a se dizer.

Fitz franziu o cenho.

— Athena está com ela?

Jemma deu um sorriso enviesado.

— Não, ela está logo atrás de você.

Ele virou-se rapidamente, encontrando Athena de pé, próxima a ele. Ao perceber que estava perdendo o equilíbrio, ela imediatamente agarrou-se às pernas do pai e ergueu a cabeça para olhar para ele. Como de costume, Fitz sentiu como se o sorriso dela fosse uma das únicas fontes de luz capaz de iluminar todo o seu universo.

— Hey! – os cantos de seus lábios foram se curvando para cima gradativamente ao observar sua filha.

Athena recuperou o equilíbrio, permanecendo em pé por sua própria conta e risco, então ergueu os braços para cima, um pedido para que o pai a pegasse no colo. Ele não tardou a entender, inclinando-se para baixo a fim de tomá-la em seus braços.

— Viu? Não há motivos para se preocupar. Eu sou capaz de cuidar dela por alguns minutos sem fazer nenhuma bobagem.

Fitz se voltou para Jemma, surpreendendo-se com o tom mordaz de sua voz e o cinismo contido em suas palavras.

— Eu não estava preocupado.

— Ah, claro que não – ela respondeu, mantendo a ironia em sua entonação.

— Jemma, eu não desconfio das suas habilidades em tomar conta dela nos minutos que antecedem minha chegada... Já vi você fazer isso...

— Ok, esqueça – ela o cortou abruptamente, mas não com austeridade, queria apenas dissipar a tensão – por que não se senta e come? – finalizou, apontando para um prato na bancada que dividia os cômodos.

Fitz colocou Athena no chão. A menina ficou de joelhos e inclinou-se para frente, pousando as pequeninas mãos no chão e engatinhando até o centro da sala. Ele a espreitou por um breve minuto, antes de se dirigir ao balcão. Quando chegou perto o suficiente, reparou com alguma surpresa que o conteúdo do prato se tratava de um sanduíche de presunto e mussarela de búfala, com uma pitada de pesto aioli caseiro.

— Você não precisava...

— Se tem uma coisa que eu me lembro sobre você – Jemma o interrompeu novamente, enquanto servia dois copos de suco de uva branca, um para ela e outro para Fitz – é que quando está envolvido demais com os estudos, com algum projeto, com o trabalho... Se esquece de comer. E alguém precisa interferir e cuidar de sua alimentação.

Fitz a encarou sem saber o que dizer.

— Portanto, sente-se e coma! – ela falou com um ar altivo e determinante.

FragmentadaOnde histórias criam vida. Descubra agora