Inquebrável

Cap. 10

Fazia um mês que Celine tinha voltado a sua vida antiga. Conseguiu um emprego como professora novamente, na escola antiga que eu lecionava. Todos ficaram felizes com a volta dela. Ela também, mas sua felicidade não ficou completa pela filha. Ia visitá-la todos os dias, e ela passava os sábados e domingos com ela e o seu irmão, mas mesmo assim não era a mesma coisa sem aquela garota.

Pensava seriamente em conversar com Jason sobre a guarda da filha, mas ele com certeza viria com aquela história de morar na mansão, como ele mesmo tentou conversar no dia seguinte quando ela comunicou sua partida. Os dois discutiram, acabando com Celine saindo de lá com mais raiva ainda dá cara de Jason. Era uma pessoa de muitos de muitos argumentos, mas Jason também não ficava atrás, eles só pararam quando viram a filha assustada com tamanha discussão. Os dois tinham personalidades fortes, era difícil um ceder.

O fato é que Celine não deixaria brecha para aproximação de Jason. Nunca mais.

Ela ia para mansão com o seu irmão que não aprovava em nada o rumo que as coisas iam indo. Nesse momento ele dirigia enquanto tentava fazer Celine mudar de ideia, mas do jeito que a irmã era cabeça dura achava difícil isso acontecer.

- Eu já disse que não quero papo com ele, ginho. Você devia ficar do meu lado, seu traíra. Mesmo depois de eu ter te contado tudo o que ele me fez ainda o defende. - Celine estava irredutível.

- Eu não estou defendendo ele, Lina. Só queria que resolvessem isso de uma vez, pelo bem da minha sobrinha. É ela quem mais sai prejudicada nessa história. - Sérgio depois de ouvir a história pela qual Celine escondeu a filha de Jason, ficou com uma pulga atrás da orelha com Jason, mas sabia que ele sentia algo pela irmã. E também via que a irmã sentia algo por ele, mesmo dizendo que não o quer por perto. Tudo o que eles precisavam era conversar e resolver toda a mágoa passada. Eles precisavam superar aquilo.

- Eu não quero falar disso. E se continuar com isso eu desço do carro. Prefiro ir sozinha do que ficar ouvindo sermão do meu irmão caçula. - Celine mantinha a cara amarrada desde que Sérgio tocou naquele assunto.

- Qual é maninha? Eu só estou preocupado com você, poxa. Tu é muito cabeça dura as vezes, sabia? - Sérgio tenta amenizar o clima, sabia que a irmã cumpriria o que disse. Já tinha visto muito isso quando eram crianças. Principalmente em brigas dos dois.

- Eu sei que se preocupa comigo, mas eu já sou bem adulta. Faço minhas próprias escolhas.

- Tá bom então, não está mais aqui quem falou... Garota chata. - ele fala a última parte em um sussurro.

- Eu ouvi isso. - pareciam que tinham voltado na adolescência.

- Sabe que te amo, pretinha. - ela sorri e ele percebe o quanto sentiu falta da daquele pequeno gesto desde que Celine tinha saído do coma. Sérgio gostava de ver esse lado feliz e descontraído da irmã que raramente era visto antes.

- Também te amo... Por falar nisso, onde está Carol? - Carol era... Bom, era complicado dizer o que ela e o irmão tinham. O irmão vivia em pé de guerra com ela, mas eram apaixonados um pelo outro. Eles formavam um casal lindo. Só não sabia porque até agora ela não apareceu para vê-la.

Celine gostava bastante dela. Era uma linda negra de personalidade forte como a de Celine, talvez por isso se davam tão bem.

Celine logo vê Sérgio fechar a cara. Da última vez que Sérgio a viu os dois brigaram feito cão e gato pelo simples fato de que Carol não queria aceitar namorar formalmente com ele, que comprou até alianças como símbolo do compromisso. Já fazia mais três anos que eles continuavam naquele jogo de brigas e sedução, mas sem nenhum relacionamento concreto. Foi tantas idas e vindas dos dois que perderam a conta. E quando Sérgio decidiu oficializar a relação deles, Carol rejeitou totalmente, dizia que não estava pronta. O que fez eles brigarem, resultando neles sem se falar a quase três semanas.