Cap. 4

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Leyse fazia um perfeito castelo de areia bem assimétrico quando Lucas vinha sorrateiramente sem ser notado.

- Boo. - Lucas aparece em sua frente a assustando por completo, por sorte ela não destruiu o próprio castelo. Ela ainda estava tentando se recuperar do susto enquanto ele dava gargalhadas. Ela o encara séria. Uma imitação perfeita do pai quando ela faz algo de errado ou que não o agrade.

- Hahahah, não estou achando graça nenhuma. - ela fala.

- Tinha que ver sua cara de espanto, foi muito engraçado. - Lucas tentava conter o riso.

- Já acabou? - ela ainda permanecia séria.

- é... Eu acho que sim. - ele repara no castelo de areia admirado. - foi você que fez?

- Sim. Porque, está ruim? - ela pergunta insegura.

- Não, está muito bonito. Sempre que meu pai me levava a praia eu tentava fazer um, mas sempre ficava apenas como um monte de terra. Não consigo fazer um tipo o seu. - Ele fala analisando a pequena obra feita por ela.

- Eu não achei que ficou muito legal. - ela fala, e ele a olha com espanto. "Se isso não ficou legal para ela, então imagina se ficasse". Pensou Lucas.

- Eu achei super bacana. Se você não gostou do que fez, então iria achar o meu uma aberração se visse. - ele fala sincero.

- Então senta aí. Me mostra, quem sabe eu não possa te ajudar. - e assim eles fizeram, ela dando dicas de como modelar o seu, e ele ouvindo atentamente.

- Ai. - ele esfrega o olho freneticamente tentando tirar um cisco que se instalou no seu olho.

- O que foi? - ela pergunta preocupada.

- Acho que tem alguma coisa no meu olho. - ele fala ainda esfregando o olho na tentativa falha de tirar o cisco.

- Não esfrega o olho, só vai piorar. Minha mãe disse que o melhor é tentar tirar com água ou assoprando. E como não tem água aqui por perto, acho que vai ser no sopro mesmo. Vem cá - Leyse se aproxima de Lucas, que se não fosse negro já teria corado com tamanha aproximação da garota. Ela dá leve sopros no olho que está avermelhado pela irritação, e de fato o olho dele parecia bem melhor agora.

- Acho que já saiu. - Lucas olha diretamente nos olhos de Leyse. Ele nunca tinha visto olhos tão bonitos quanto os dela. Sua pele negra clara so os realçava ainda mais. Ele a achava garota mais bonita que tinha visto, e de fato ela era. Ela se afasta com um sorriso no rosto.

- Viu como funciona? - ele teve que concordar com ela.

- Sabe, eu queria que estudasse comigo, assim eu teria mais tempo com você. - ele fala sincero.

- Eu também queria, mas eu também gosto de estudar com o meu pai, assim tenho mais tempo com ele. Ele é um ótimo professor, melhor até que minhas antigas professoras. - Leyse realmente gostava das aulas que tinha com o pai.
                        ****

- Papai, posso lhe perguntar uma coisa? - Leyse pergunta ao pai enquanto estão estudando regras da gramática.

"Até o mundo se quiser". Jason pensa, olhando​ para filha. Mas não queria dar tanta liberdade assim para filha, não queria que a filha crescesse mimada e metida como muita gente do meio em que eles vivem.

- Já está perguntando. - ele arquea uma das sobrancelhas quase loiras a fazendo rir. Ele  normalmente só agia assim com a filha. Amava aquela pequena com todas suas forças. Leyse tem sido a melhor coisa que aconteceu em sua vida.

- Não é essa a pergunta. - ela fala ainda sorridente.

- Então diga, qual é? - ele direciona toda sua atenção a filha que parece meio hesitante em falar.

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