Leyse fazia um perfeito castelo de areia bem assimétrico quando Lucas vinha sorrateiramente sem ser notado.- Boo. - Lucas aparece em sua frente a assustando por completo, por sorte ela não destruiu o próprio castelo. Ela ainda estava tentando se recuperar do susto enquanto ele dava gargalhadas. Ela o encara séria. Uma imitação perfeita do pai quando ela faz algo de errado ou que não o agrade.
- Hahahah, não estou achando graça nenhuma. - ela fala.
- Tinha que ver sua cara de espanto, foi muito engraçado. - Lucas tentava conter o riso.
- Já acabou? - ela ainda permanecia séria.
- é... Eu acho que sim. - ele repara no castelo de areia admirado. - foi você que fez?
- Sim. Porque, está ruim? - ela pergunta insegura.
- Não, está muito bonito. Sempre que meu pai me levava a praia eu tentava fazer um, mas sempre ficava apenas como um monte de terra. Não consigo fazer um tipo o seu. - Ele fala analisando a pequena obra feita por ela.
- Eu não achei que ficou muito legal. - ela fala, e ele a olha com espanto. "Se isso não ficou legal para ela, então imagina se ficasse". Pensou Lucas.
- Eu achei super bacana. Se você não gostou do que fez, então iria achar o meu uma aberração se visse. - ele fala sincero.
- Então senta aí. Me mostra, quem sabe eu não possa te ajudar. - e assim eles fizeram, ela dando dicas de como modelar o seu, e ele ouvindo atentamente.
- Ai. - ele esfrega o olho freneticamente tentando tirar um cisco que se instalou no seu olho.
- O que foi? - ela pergunta preocupada.
- Acho que tem alguma coisa no meu olho. - ele fala ainda esfregando o olho na tentativa falha de tirar o cisco.
- Não esfrega o olho, só vai piorar. Minha mãe disse que o melhor é tentar tirar com água ou assoprando. E como não tem água aqui por perto, acho que vai ser no sopro mesmo. Vem cá - Leyse se aproxima de Lucas, que se não fosse negro já teria corado com tamanha aproximação da garota. Ela dá leve sopros no olho que está avermelhado pela irritação, e de fato o olho dele parecia bem melhor agora.
- Acho que já saiu. - Lucas olha diretamente nos olhos de Leyse. Ele nunca tinha visto olhos tão bonitos quanto os dela. Sua pele negra clara so os realçava ainda mais. Ele a achava garota mais bonita que tinha visto, e de fato ela era. Ela se afasta com um sorriso no rosto.
- Viu como funciona? - ele teve que concordar com ela.
- Sabe, eu queria que estudasse comigo, assim eu teria mais tempo com você. - ele fala sincero.
- Eu também queria, mas eu também gosto de estudar com o meu pai, assim tenho mais tempo com ele. Ele é um ótimo professor, melhor até que minhas antigas professoras. - Leyse realmente gostava das aulas que tinha com o pai.
****- Papai, posso lhe perguntar uma coisa? - Leyse pergunta ao pai enquanto estão estudando regras da gramática.
"Até o mundo se quiser". Jason pensa, olhando para filha. Mas não queria dar tanta liberdade assim para filha, não queria que a filha crescesse mimada e metida como muita gente do meio em que eles vivem.
- Já está perguntando. - ele arquea uma das sobrancelhas quase loiras a fazendo rir. Ele normalmente só agia assim com a filha. Amava aquela pequena com todas suas forças. Leyse tem sido a melhor coisa que aconteceu em sua vida.
- Não é essa a pergunta. - ela fala ainda sorridente.
- Então diga, qual é? - ele direciona toda sua atenção a filha que parece meio hesitante em falar.
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Inquebrável
RomansaCom a mãe de sua filha em coma, Jason tem que encarar o desafio recente de ser pai. Sendo que há mais de um ano atrás não sabia da existência da filha. Ele espera há mais de um ano respostas que somente Celine, a mãe de sua filha, pode explicar. Não...