Inquebrável

Cap. 3

Jason seguiu com o carro até o hospital onde Celine estava, e como sempre todos ficam atentos a sua entrada, era um homem que onde chegava impunha sua presença. Já era conhecido de todos os funcionários e até os pacientes. Sua história comoveu a todos. Pois ele ia todo dia visitar a mãe da filha e nunca sequer em todo o tempo em que ela estava no leito, cogitou a ideia de desligar os aparelhos que ainda a mantinham respirando. Se mantinha na esperança de vê-la acordar. As funcionárias até brincavam que trocariam de lugar com Celine para ter os cuidados de um homem assim. Não sabiam qual era o envolvimento dos dois, mas sabia que ela era muito importante para ele para chegar tão longe com aquilo, viam a dedicação no olhar do homem. E no fundo todos torciam por um final feliz, mas sabiam que isso era praticamente impossível de acontecer.

Ele chegou no quarto e a cena de sempre se repetia. Ela deitada na cama cheia de aparelhos que ainda mantinham viva, imóvel, como se estivesse em um sonho bem profundo com a aparência sem vida, mas que ainda sim, tinha um fio de desejo de viver da parte dela que não deixava ela realmente partir desse mundo.

Ele só queria saber no que ela tanto sonha nesse estado. Ninguém nunca soube explicar o que acontece quando uma pessoa passa quando está nesse estado. Com certeza deve estar pensando na filha, talvez seja isso que ainda a segurasse nesse mundo, ela talvez não quisesse deixar sua filha sozinha no mundo.

Ele se aproxima dela e segura sua mão fria. Olha atentamente cada traço do rosto dela. E ficava ali até o doutor trazer as mesmas notícias que vem escutando a mais de um ano. Mas nunca perde a esperança de ouvir algo que diga que ela sairá do coma. Ele só espera que esse dia não demore a acontecer.
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Ele chega na empresa como de costume e vai direto ao elevador sendo seguido pelo olhar de todas as mulheres naquele local. Ele é uma incógnita que nenhuma delas conseguiu chegar perto. Ele nunca deu abertura para nenhuma mulher ali, a única coisa que sabem do chefe é que ele definitivamente não é gay. Por isso fazem de tudo para chamar a atenção dele. Costumam se arrumar mais do que o normal para qualquer pessoa, usam roupas com gênerosos decotes e maquiagens impecáveis que escondem qualquer imperfeição, tudo por uma chance em que elas possam ser notadas, mas em todas são falhas, já que ele não direciona e muito menos fala com alguém dali.

Logo ao chegar na sala e sentar em sua mesa com toda sua imponência e masculinidade, sua secretária entra.

- O senhor Camargo marcou de se encontrar ontem para conversar sobre o andamento das obras do novo hotel, e como o senhor não estava aqui ele decidiu vir hoje. - Jason suspira, sem nenhuma vontade de conversar com o pai da Sofi, assim como ela, ele também achava​ que Jason irá casar com a filha. Jason só não sabe de onde eles tiraram essa ideia ridícula de casamento. Ele deve achar que só porque tem negócios a tratar juntos são amigos. Em uma das conversas que Jasom teve com ele ouviu ele falar que já tinha até dado a benção do casal. Jason só não sabia que casal, porque foi bem claro para todos dizendo que não envolvia trabalho e vida pessoal.

- Mande-o entrar, porfavor. - ele demonstrando não estar nem um pouco contente com a chegada do tal "sogro". E assim sua secretária sai e minutos depois o senhor Camargo entra na sala com seu melhor sorriso, enquanto Jason permanece sério. Eles apertam a mão um do outro em comprimento. Camargo se senta.

- Há quanto tempo não nos vemos, senhor Cage, ou melhor, futuro genro. - Jason odiava essas insinuações. Não casaria com a filha dele nem por todo dinheiro do mundo, que aliás ele não precisava. Só fitou o homem a sua frente a espera de qual seja o assunto a tratar.

- E então? A quê deve sua vinda até aqui. Tenho certeza que não veio apenas para falar trivialidades. - Jason era direto, não gostava de ficar de papo no local de trabalho, e muito menos a quem não estava afim de conversar. O homem apenas deu um sorriso amarelo.