Brianna tapava os ouvidos por causa dos gritos terríveis do marido de sua tia. Não queria imaginar o que o demônio estava fazendo com ele. Ouviu uma grande movimentação pela casa, várias pessoas andando acima dela e revirando os móveis como se procurassem algo.
O pequeno demônio surgiu por trás dela, dando-lhe um tremendo susto.
— Precisamos ir.
— O que fez com meu tio?
— Ele se acidentou.
Brianna tentou imaginar que tipo de acidente teria feito o tio gritar daquela forma.
— Vamos, menininha. Eles não podem achar você aqui. Temos que ir atrás do paraíso.
— Por que não saímos por cima? As pessoas não vão me machucar.
— É um bando de supersticiosos ignorantes. Vão achar que você atacou aquele verme e te queimarão na fogueira.
Brianna ouvira de Aisling histórias sobre mulheres queimadas na fogueira por serem consideradas bruxas. Não queria acabar como elas. E se o demoniozinho estava lhe dizendo para fugir, ela o ouviria, já que em muito tempo, era o único que a tratava bem.
— Mas como vamos sair?
— Siga-me.
A criatura andou como se escalasse o chão, cujos movimentos lembravam uma dança. E a agitação de sua calda contribuía para essa imagem. Ele andou até a outra extremidade, onde havia uma porta de madeira coberta de teias de aranha. Brianna iluminou a porta, assistindo a criatura pular na parede e retirar o ferrolho, abrindo-a em seguida.
A maioria das casas do vilarejo tinha aquele "sistema de segurança". Caso o povoado fosse saqueado ou atacado por bárbaros, eles podiam fugir pelos porões que davam acesso a uma rede de estreitos túneis que desembocavam vários metros dali, em uma caverna. O demoniozinho pegou a vela da mão de Brianna para facilitar seu deslocamento dentro do túnel; apesar de assustada, a garota estava se sentindo protegida. Quando finalmente o túnel acabou, os dois saíram na parede de uma caverna, bem próximos da saída da mesma.
Era a hora do crepúsculo. O demônio subiu no ombro de Brianna e ela não se incomodou com aquilo. Era como estar com o bichinho de estimação.
— Agora precisa caminhar. Temos uma longa jornada pela frente.
— Caminhar para onde?
— Entre no bosque, assim não chamará a atenção. E poderei ficar por perto para protegê-la.
Brianna assentiu e caminhou até uma trilha no meio do bosque. Estava assustada, mas confiava na criatura.
— Qual o seu nome? — lembrou-se de perguntar.
— Marduk.
— Marduk? — riu. — Nome estranho.
Adentraram a trilha.
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P.s: O livro está completo, só no ponto de postar!
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Brianna e o Demônio [completo]
خيال (فانتازيا)Brianna é a personificação da inocência. Com apenas sete anos de idade, acredita que as pessoas boas quando morrem viram borboletas e vão para o céu, e as ruins viram mariposas e vão para o inferno. Foi sua mãe quem contou a história. Sua mãe que s...